O governador Gladson Cameli (PP), confirmou a participação da comitiva do Acre na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 – COP27, que este ano ocorre de 6 a 18 de novembro, em Sharm el Sheikh, no Egito.
Foco
A participação do Estado do Acre na COP27 é uma oportunidade de contatos e negócios, prestação de contas para financiadores e atração de parceiros para novos investimentos nas políticas de sustentabilidade no estado do Acre. “Fui convidado a participar de agendas, inclusive com nossos principais financiadores da Alemanha e do Reino Unido”, disse o governador em vídeo oficial publicado em suas redes sociais.
Agenda
A comitiva acreana cumprirá uma série de reuniões, em parceria com os demais estados da Amazônia que integram o Consórcio da Amazônia Legal (CAL). Juntos, os estados que compõem o consórcio buscam captar mais recursos, fortalecer parcerias e transformar desafios em oportunidades.
Entourage
Além do governador do Estado, técnicos da área ambiental e engenheiros florestais com vasta experiência na implementação de programas e projetos ambientais irão compor a comitiva acreana.
Mix
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende atrair PSD, MDB e União Brasil na tentativa de ampliar a base de apoio no Congresso Nacional. A estratégia da cúpula petista é iniciar de imediato conversas com líderes desses partidos, além de outros parlamentares do Centrão que enviaram sinais de diálogo com o petista antes mesmo de o presidente e candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL) dar aval para a Casa Civil iniciar a transição de governo.
Universo
Os dez partidos que compõem a coligação de Lula elegeram 122 deputados e 12 senadores. Com o apoio de PSD, MDB e União Brasil, a base do presidente eleito na Câmara subiria para 265 deputados e 43 cadeiras no Senado, o que garantiria aprovação de projetos que exigem maioria simples, como é o caso da proposta para aumentar o salário mínimo. Para mudanças na Constituição, que exigem três quintos dos votos em cada Casa, seria preciso angariar mais apoios.
Álibi
Interlocutores que estiveram com Lula no segundo turno relatam que ele vai usar o discurso de pacificação do Brasil para tentar atrair parlamentares. Na negociação está colocada a manutenção do poder do Congresso sobre verbas do orçamento secreto – ou de parte delas. Esta seria a ponte com o bloco de siglas consideradas mais fisiológicas, hoje alinhado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Conchavo
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar Lula eleito, Lira telefonou para o petista e o parabenizou pela vitória. Segundo aliados do presidente da Câmara, o tom da conversa foi cordial e positivo. Tanto Lira quanto seu pai, Benedito, ex-senador, foram por longo tempo aliados dos governos do PT no Congresso.
Composição
A pessoas próximas, Arthur Lira disse que prevê um diálogo amistoso com o governo eleito. O grupo de Lira age para não perder o protagonismo conquistado nos últimos dois anos, na aliança com Bolsonaro. O PP de Lira caminha para iniciar o próximo mandato na oposição, mas disposto a estabelecer pontes com o futuro governo.
Diligências
A propósito da base de sustentação do governo Lula no congresso nacional, senadores ligados ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começaram a se articular para montar uma base de apoio na Casa para aprovação de propostas de interesse do presidente eleito. Ontem, Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que formaram uma dupla durante a CPI da Covid, se reuniram para traçar estratégias. Eles esperam ter adesão de 60 senadores.
Diálogo
O senador Otto Alencar (PSD-BA) conversou com pelo menos nove correligionários para defender que a legenda apoie o novo governo. Alguns deles, como o líder da bancada, Nelsinho Trad (MS), sinalizam ter dificuldades por questões estaduais, e querem falar com o presidente da legenda, Gilberto Kassab. Alencar tem defendido um “pacto a favor do povo”, mesmo entre aqueles que não são lulistas. “Em nenhum outro momento o Brasil vai precisar tanto de governabilidade como em 2023”, disse.
Largada
A transição entre o governo de Jair Bolsonaro (PL) e o do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa nesta quinta-feira (3/11), em Brasília. Segundo apurado, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, receberá, às 14h, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB); a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; e o ex-ministro Aloizio Mercadante.
Prepostos
Em outra ponta, representantes de Lula levarão uma lista de prioridades para a reunião com o relator do Orçamento da União de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), também a ocorrer nesta quinta-feira (3/10). O presidente eleito será representado no encontro pelo senador eleito Wellington Dias (PT-PI) e pelo líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG). Também há a expectativa de que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) participe da reunião. Alckmin foi designado por Lula para ser o coordenador oficial da transição.
Demandas
Uma das prioridades que serão colocadas pelos representantes de Lula será abrir espaço no Orçamento para turbinar os programas sociais, uma de suas principais promessas de Lula na campanha. No topo da lista estará o Auxílio Brasil de R$ 600, junto do acréscimo aos beneficiários de R$ 150 por filho. A ideia de Lula é que o benefício volte a se chamar Bolsa Família.
Suprema ironia
Quando deputado, Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto, em 2016, que previa o combate a atos terroristas. A proposta lista uma série de medidas, na prevenção e na repressão. Ocupação de rodovias, como essas que se vê desde que Lula venceu, se enquadra perfeitamente no conceito de um desses atos a ser alvo do Estado.
Ao pé da letra
Diz o texto do projeto que institui sanções a quem afrontá-lo, proposto por Bolsonaro: “Ter a intenção de intimidar ou coagir a população civil ou de afetar a definição de políticas públicas por meio de intimidação, coerção, destruição em massa, assassinatos, sequestros ou qualquer outra forma de violência”.
Mais rigor
Ou: “Ato que seja perigoso para a vida humana ou potencialmente destrutivo em relação a alguma infraestrutura crítica e serviço público essencial”. O projeto não foi votado e arquivado quando Bolsonaro se elegeu presidente. Mas foi reapresentado em 2019 pelo deputado Vítor Hugo (PL-GO), então líder do governo na Câmara.
Trâmite
Foi criada uma comissão especial e até foi aprovado, sob muitas críticas, inclusive por órgãos do governo, como a Polícia Federal. Até a ONU criticou a proposta, vista como ameaçadora a movimentos sociais, casos do MST e do MTST, dos sem-teto. O texto não avançou na Câmara. Se tivesse instituída essa política, esses golpistas bolsonaristas que fecham hoje as estradas federais seriam enquadrados em atos terroristas.