O governador Gladson Camelí, na manhã de ontem, 29, posicionou-se sobre a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que marcou para o próximo dia 19 de novembro o julgamento de uma ação que corre na Corte em seu desfavor, no que ficou conhecido como o ‘Caso Murano’. Cameli disse que aguarda que o feito “não tenha interferência política”.
Ansiedade
Gladson reafirmou sua confiança na Justiça e expressou que confia que durante o julgamento possa ter a oportunidade de apresentar sua defesa. “Graças a Deus que já foi marcado, porque acaba com esse imbróglio de politização que fica acontecendo aqui no Estado. Confio na
Justiça
Vai ser mais um momento para que eu possa expor minha defesa. Estou pronto e preparado. Só não quero que não haja interferência política”, disse o governante.

Opinião
A propósito do julgamento pelo STJ da ação envolvendo o governador Gladson Cameli, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), em pronunciamento na tribuna da Aleac, pontuou que “Foi dado amplo direito de defesa e o próprio governador não pode reclamar daqueles que são oposição. Essa denúncia foi feita por um aliado dele, de Cruzeiro do Sul. Foi pego numa escuta telefônica comentando tudo. E o Coaf, por conta disso e que nada tem a ver com o governador, fez um relatório e mandou para a Polícia Federal. Atiraram no que viram e acertaram no que não era visto, mas existia”, disse Edvaldo Magalhães.
Painel
Em outro trecho de sua fala o parlamentar disse que não faz nenhum pré-julgamento. “O governador contratou, para a defesa dele, José Eduardo Cardozo, um advogado renomado, que é do PT. Foi ministro da Justiça no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Pediu o voto do Gladson contra o impeachment e o Gladson votou a favor do impeachment. Qual será o resultado desse julgamento? O STJ vai decidir. Não faço nenhum pré-julgamento, torço que ele seja inocentado, senão for, que responda perante à Justiça pelos erros que seu governo cometeu. Torço muito para que não aconteça absolutamente nada com o governador, mas ele já teve a oportunidade de se defender”.

Insurreição
Ontem, 29, o vereador André Kamai (PT) escalou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco para insurgir-se contra o gasto de R$ 320 mil da Prefeitura de Rio Branco na construção da chamada “Casinha do Papai Noel”, instalada na Praça da Revolução, defronte ao Quartel da PM, como parte da decoração natalina deste ano.
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O parlamentar classificou o valor como “um retrato das prioridades equivocadas da gestão” e comparou o montante com o custo de itens essenciais para famílias em situação de vulnerabilidade.
Comparativo
“Com o valor dessa casinha, dava pra comprar quase 3 mil cestas básicas e alimentar uma cidade inteira. Dava pra construir quatro casas populares ou comprar 60 mil uniformes escolares, que só foram entregues agora, no fim do ano”, afirmou Kamai. O vereador destacou que Rio Branco tem milhares de pessoas vivendo na miséria, enquanto a Prefeitura investe alto em estruturas temporárias.
Prioridades
Kamai também lembrou que a rede municipal de saúde enfrenta falta de medicamentos básicos, como o omeprazol, utilizado no tratamento de úlceras e gastrites. “Com os R$ 4,5 milhões da iluminação natalina, daria pra comprar mais de 306 mil caixas de omeprazol, com 28 comprimidos cada, a R$ 14,69 a unidade. Isso garantiria o abastecimento das unidades de saúde por meses e atenderia praticamente toda a população de Rio Branco. Mas a escolha foi iluminar a cidade, não cuidar da saúde das pessoas”, criticou o vereador.
Investimento
O parlamentar ainda ressaltou que o valor total da iluminação de Natal seria suficiente para construir 16 apartamentos populares. “Enquanto falta água, o transporte público é um caos e as ruas estão destruídas, a prefeitura é rápida apenas para gastar com enfeites e distrações”, ironizou.
Fiscalização
Completando o pronunciamento, Kamai disse que a casinha — feita de madeira e instalada por apenas três meses — “não abriga ninguém e não tem função social”. Kamai informou que vai acionar o Ministério Público para investigar o contrato. “Não é falta de dinheiro, é falta de prioridade e vontade política. Não é possível uma cidade com tantas carências gastar tanto com uma casa de madeira que não serve pra nada”, concluiu.

Estultice
O que parecia ser apenas mais um capítulo brutal da crescente violência do Rio de Janeiro se transformou em um momento histórico da brutalidade policial no Brasil. Quando o dia nasceu, mais corpos começaram a ser retirados das regiões de mata no entorno dos complexos do Alemão e da Penha, áreas da Zona Norte carioca controladas pelo Comando Vermelho.
Balanço
Ao final da manhã, dezenas de cadáveres aguardavam, enfileirados, para serem recolhidos ao Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Quando a noite finalmente caiu sobre a Baía da Guanabara já se contavam 121 mortes, incluindo quatro agentes que participaram da mais violenta operação policial da história do Brasil.
Recorde
Até essa semana, policiais só haviam matado mais no Massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos em uma operação policial no antigo presídio da região Norte de São Paulo, em 1992. Os números, no entanto, não são definitivos e não há ainda dados concretos que comprovem que as vítimas eram, de fato, criminosos, de acordo com a defensoria pública do Rio. A estimativa é de que o número de vítimas pode passar de 130 pessoas. (UOL)
Macabro
Independentemente do choque causado pela matança na Zona Norte carioca e das denúncias de abusos policiais da última terça-feira, 29, o governador do Rio, Cláudio Castro, comemorou o resultado obtido pela operação que deixou 119 pessoas mortas. “De vítimas lá só tivemos os policiais”, disse o governador, eleito na esteira da onda bolsonarista de 2018 que pregava uma ação mais violenta contra os criminosos das favelas cariocas.
Compartilhamento
Castro deu a declaração em um encontro com governadores de direita por videoconferência. Entre eles estavam os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); e Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).
Zonzo
Ainda sem saber exatamente como reagir, o governo federal enviou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para se encontrar com Castro. Depois de uma reunião no Palácio Guanabara, Lewandowski e Castro anunciaram a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado no estado. O núcleo será coordenado pelo secretário de Segurança, Victor Santos, e terá atuação conjunta entre forças estaduais e federais.
Estratégia
O encontro discutiu ações contra o Comando Vermelho, além do uso do termo “narcoterrorismo” pelo governo fluminense e da possibilidade de solicitar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — algo que Castro disse não considerar necessário no momento. “O objetivo é tomar decisões rápidas, sem criar uma estrutura burocrática, até que a crise seja superada”, disse o ministro. Ele afirmou também que o escritório servirá como um embrião da PEC da Segurança Pública, que ainda será votada no Congresso. (g1)
