O presidente da Apex Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos -, o ex-governador e ex-senador do Acre Jorge Viana (PT), em participação no programa radiofônico A Voz do Povo, apresentando pelo jornalista Itaãn Arruda, deixou impressões sobre o cenário político nacional e regional.
Crime e castigo
Indagado pelo apresentador sobre os últimos acontecimentos da política nacional, que ensejou a operação Tempus Veritatis, na última quinta-feira (8), que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, Viana externou que o líder direitista poderá enfrentar vários anos de cadeia, conforme determina o Código Penal, quando foca nos casos envolvendo quebra ou tentativa de ruptura do estado democrático de direito.
Planos futuros
Quando perquirido sobre projetos políticos futuros, deixou patenteado que se tudo correr conforme vislumbra, concorrerá em 2026 a uma vaga no senado, certame que disponibilizará duas vagas, posto que ao final daquele ano termina os mandatos de Sérgio Petecão (PSD) e Márcio Bittar (UB).
Pitaco
Viana também teceu comentários sobre a operação Ptolomeu, que envolve o governador Gladson Cameli (PP) e assessores, dizendo que, mesmo sem conhecer minúcias do processo, a não ser aquilo publicado pela imprensa, enxerga sérias transgressões naquilo investigado pela Polícia Federal, no que deu azo ao pedido de afastamento do governador patrocinado pela Procuradoria Geral da República e que está a ser analisado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Indagação
Cita, para exemplo, pegando apenas um item, a apreensão dos carros do governador e da sua então esposa, Ana Paula, estarem, ainda, sob a custódia da Justiça, mesmo passados mais de dois anos da apreensão. E emenda com indagação deixada no ar: porque o governador e a ex não apresentam na justiça os comprovantes de quitação feita com recursos próprios e resgatam os automóveis?
Estratégia
Em entrevista à TV Rio Branco, canal 8, na noite de ontem, domingo, 11, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, deixou patenteado que está colocando em prática uma estratégia política visando um eventual segundo turno das eleições na capital a ocorrer este ano.
União
Por essa estratégia, Bocolom vislumbra uma disputa na segunda fase com o emedebista Marcus Alexandre, quando, então, buscará cerrar fileiras com os apoiadores do pepista Alysson Bestene e demais apoiadores do governador Gladson Cameli (PP).
Nova casa
“O progressistas mandou uma carta pedindo para eu sair. A deputada Socorro Neri, que é a presidente municipal, já esteve no meu gabinete e disse. ‘Bocalom, saia. Não fique não, porque o candidato não será você. E quem está dizendo isso é o governador’. Ela me disse isso. Não sou eu, é o Gladson”, revelou Bocalom, fazendo repetir a conversa com Socorro Neri. Para relembrar, Bocalom foi liberado para deixar o Progressistas no ano passado, após a aclamação de Alysson Bestene como candidato oficial do partido na disputa pela Prefeitura de Rio Branco.
O futuro nos aguarda
Diante do fato consumado, Bocalom também aproveitou para falar sobre a relação com o governador. O prefeito disse que precisa manter uma relação institucional e boa com Gladson. “Eu não quero brigar com o governador. Ele é meu amigo. Eu gosto dele. Mesmo eu saindo do partido, não podemos nos afastar. Nós somos a direita e precisamos combater a esquerda. Se a gente não tiver juntos no 1º turno, vamos estar no 2º”, asseverou o prefeito.
Rescaldo
Um dia após a reunião que se tornou prova de um planejamento de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, foi a Câmara dos Deputados para levantar suspeitas sobre a integridade das urnas eletrônicas diante de parlamentares. Uma semana depois, o ex-ministro voltou à carga e também visitou o Senado, onde anunciou um plano de “votação paralela” em papel para, segundo ele, aumentar a lisura das eleições de 2022.
Crime anunciado
Para recuperar os fatos, na reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto, realizada no dia 5 de julho de 2022, Nogueira disse que estava utilizando as Forças Armadas para questionar a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como forma de garantir a reeleição de Bolsonaro.
Peixe
“Nós temos reuniões pela frente, decisivas pra gente ver o que pode ser feito; que ações poderão ser tomadas pra que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições se transcorram da forma como a gente sonha” declarou Nogueira. Em outro momento da reunião, o ex-ministro classificou o TSE como um “inimigo” e assumiu que instrumentalizou as Forças Armadas para questionar a condução do processo eleitoral.
Tática
“O que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo. Ou seja, na guerra a gente … linha de contato, linha de partida. Eu vou romper aqui e iniciar minha operação. Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato. Nós temos que intensificar e ajudar nesse sentido pra que a gente não fique sozinho no processo”, afirmou Nogueira.
Convite especial
Na sua participação naComissão de Relações Exteriores (CRE) da Câmara, em diversas ocasiões ele aproveitou para falar sobre a necessidade da participação das Forças Armadas na fiscalização e “aperfeiçoamento” das urnas, alegando que os militares assumiram essa missão à convite do TSE.
Mudando o discurso
Diferentemente da postura adotada no dia anterior, onde tratou o tribunal como “inimigo” na “linha de contato”, Nogueira adotou um tom mais brando, afirmando que a Defesa estavam apenas colaborando com a lisura do processo eleitoral. Mas seu discurso estava recheado de recados para minar a atuação da corte e por em dúvida a segurança do processo de votação e apuração comandando pelo TSE.
Exemplo
Em um momento da audiência pública, o ex-ministro disse aos deputados que não havia um programa imune a ataques e usou um cartão de crédito clonado da sua mulher como um exemplo. “Sabemos muito bem que esse sistema eletrônico necessita sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a um ataque, imune a uma invasão. Não há. Estão aí os bancos que gastam milhões de reais com segurança. Eu tive meu cartão clonado há três semanas, e minha esposa, no ano passado. Então, isso é fato”, disse.
Álibi
Nogueira também anunciou que as Forças Armadas planejavam fazer um plano de fiscalização paralela para as eleições. O anúncio ocorreu após a Defesa enviar 88 perguntas questionando a funcionalidade das urnas para o TSE em maio.