Repercute negativamente no meio empresarial a condução do processo licitatório de R$ 300 milhões para construção da Cidade Administrativa do Acre. O certame contempla a elaboração do projeto executivo de engenharia, elaboração de As built (expressão inglesa que traduzida para nossa língua PT-br “como construído”), aprovações e execuções das obras de implantação da Cidade Administrativa. A construção do Centro, a ser erigido no bairro Irineu Serra, sofre acusação de possuir cartas marcadas em relação ao ganhador do certame.
O fato
A carta, segundo empresário do ramo, está devidamente marcada. O direcionamento estaria sendo conduzido por um agente com proximidade ao governo, que também é empreiteiro. A empresa beneficiada seria a Sugoi – Incorporadora e Construtora, com sede em São Paulo, que ora constrói prédios em Rio Branco.
O pulo do gato
Além do possível direcionamento da construção do centro administrativo, haveria uma articulação dentro do governo para que a administração estadual faça o Cheque Moradia, nos moldes do que ocorre em São Paulo, onde o governo concede um subsídio de R$ 30 mil por habitação para os funcionários públicos. A facilidade, que a priori estaria revertida de auxílio aos servidores públicos, em última instância viria a beneficiar a empresa paulista que atua no ramo de construções de casa populares.
Público e privado
Segundo a denúncia, representantes da Sugoi estão dentro da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedur) para tratar sobre o processo a ser apresentado pela Comissão de Licitação do Estado do Acre. Dentre outras coisas, esses agentes ‘infiltrados’ inserem exigências no edital usurpando prerrogativas de agentes públicos.
Por quê?
O questionamento sobre a situação é simplório: se a licitação para a contratação está marcada para o dia 13 de janeiro do próximo ano, como representantes da empresa acusada de ser beneficiada (a Sugoi) estão ajudando a elaborar o projeto dentro da Sedur? A contratação da empresa será por meio do Regime Diferenciado de Contratação Integrada (RDCI).
Regras
Nessa modalidade, o RDCI, o governo só diz o que quer. A elaboração dos projetos e orçamentos ficam a cargo dos concorrentes. Em outras palavras, quem tem informações privilegiadas como a Sugoi, na prática, ficaria em vantagem e com maiores possibilidades de vencer o certame.
O passado manda lembranças
Para revirar a memória de quem aquiesce esse tipo de procedimento, em Minas Gerais, em processo idêntico, resultou no indiciamento pela Polícia Federal do ex-governador Aécio Neves (PSDB) e outras onze pessoas. O indiciamento se deu por corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica.
Simpatia
Chamou a atenção dos promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro a aparente repulsa do senador carioca Flavio Bolsonaro (PRB), o 01, filho do presidente Jair Bolsonaro, por cartões de crédito e débito.
Desvio
Na denúncia que o MPE apresentou contra o parlamentar, os investigadores apontam que, entre 2007 e 2009, apesar de ter como única fonte de renda tributada o salário de deputado estadual, o 01 quase não usava serviços bancários. Mas o que isso significa? Ao menos para o MP-RJ, revela a predileção por transações em dinheiro vivo, mais difíceis de serem mapeadas pelos órgãos de controle fiscal.
Cash
Ao longo dos três anos analisados, os pagamentos das faturas de cartões de crédito da excelência somaram R$ 7.025,13 – uma média apenas R$ 195,14 ao mês. Em 21 dos 36 meses esquadrinhados, foram identificados somente o pagamento das tarifas de manutenção do cartão (R$ 8,33), ou seja, gasto zero. Já quando o assunto eram os cartões de débito, o MP apontou que, nesse período, Flávio Bolsonaro gastou R$ 7.092,04, o equivalente a R$ 197 por mês.
Negligência
Com mais de 34,4 mil casos de Covid-19 registrados no Acre desde o início da pandemia, e com o registro de novo aumento de diagnósticos nas últimas semanas, a população acabou relaxando nos cuidados de prevenção e combate à doença.
Guarda baixa
Máscara no queixo é uma das situações mais encontradas nas ruas. Entre os primeiros 16 dias de outubro e o mesmo período de novembro, os novos casos de Covid-19 no Acre aumentaram em 81,6%. Os dados são de exames positivos divulgados pela Sesacre.
Salto
Até 16 de outubro, foram contabilizados 1.376 casos positivos. Em novembro, até a segunda-feira (16), os números subiram para 2.499 novos casos. Mais de 710 pessoas morreram vítimas da Covid-19.
Hábito
O distanciamento de pelo menos 1,5 metro nas ruas também é raro de se ver. Ainda mais em locais como filas e ponto de ônibus. Muitos querem ficar sentados e aproveitar o espaço disponível nos bancos. Dentro dos ônibus o uso da máscara é reforçado na entrada, no entanto ao acomodarem-se nas poltronas, alguns passageiros retiram o protetor.
Sondagem adicional
Ainda sobre a última pesquisa do Ibope divulgada na sexta-feira (20), contratada pela Rede Amazônica, Departamento Acre, para aferir a disputa de 2º turno em Rio Branco, o instituto também fez sondagem conquanto a avaliação da população da capital para as gestões do governador Gladson Cameli (sem partido) e da prefeita Socorro Neri (PSB) na capital acreana.
Gestão municipal
De acordo com o instituto 31% dos entrevistados consideram a gestão da prefeita Socorro Neri como ótima/boa; 41% como regular e 26% como ruim/péssima. Neste critério, 2% não sabem avaliar. Numa pergunta mais direta, com relação ao percentual de aprovação da prefeita candidata à reeleição, 44% dos entrevistados aprovam e 47% desaprovam a gestão de Socorro. 9% não sabem avaliar.
Gestão estadual
Em relação aos percentuais de avaliação das administrações do governador do estado, Gladson Cameli, 40% dos entrevistados consideram ótima/boa, 40% acham regular: 40% e 17% avaliam como ruim/péssima. 4% não sabem avaliar.
Dados técnicos
A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi ouviu 602 eleitores da cidade de Rio Branco no período de 18 a 20 de novembro. A pesquisa está identificada na Justiça Eleitoral com o registro: AC-06347/2020. O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro.