Em nota enviada para a Diretoria de Comunicação da Prefeitura de Rio Branco, o presidente do Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac), Francisco Marinho, esclareceu ao poder municipal que a paralisação dos coletivos de Rio Branco é uma estratégia dos empresários do transporte coletivo para pressionar o prefeito Tião Bocalom (PP) a liberar recursos públicos para engordar os cofres das empresas.
Dinheiro no lixo
Resta lembrar que em outubro do ano passado a Prefeitura de Rio Branco, com a autorização da Câmara Municipal - numa votação com placar de 12 x 1 (o voto contrário foi a da vereadora pedetista Michelle Melo) -, repassou as empresas R$ 2,4 milhões a título de ajuda, numa tentativa do poder municipal em manter funcionando o sistema de transporte público.
Alerta
Na época, Michelle Melo já alertava que os veículos estavam na “UTI” à beira de morrer e fez advertência: “Isso (o repasse do dinheiro público) não garante que os trabalhadores recebam seus salários atrasados, nem mais ônibus para a população acreana. Não garante melhoria no serviço, e o presidente do sindicato dos transportes já confirmou que não há dinheiro para fazer investimento”, prevenia a vereadora.
Ardil
Na nota enviada pelo presidente do Sinttpac à PMRB o sindicalista afirma que “não são os motoristas que tomaram essa decisão, mas sim os próprios empresários que não cumprem suas obrigações, não pagam nossos direitos trabalhistas, não pagam nem os IPVAs dos seus ônibus, não recolhem nossos FGTS, não respeitam nossos irmãos de luta, que são os motoristas e não medem esforços de dar o seu melhor”.
Exorbitância
E acrescenta: “Essas empresas já passaram da hora de deixarem o espaço para outras que tenham respeito com os trabalhadores e usuários. O prefeito Tião Bocalom e sua equipe têm agora uma grande oportunidade de extinguir o contrato com essas empresas que não estão preocupadas em colaborar e nem cumprir sua obrigação que é prestar um bom serviço.
Chantagem
E prossegue Marinho: “Lamento muito em dizer, mas com essa decisão deles, que de forma arbitrária paralisaram 100% da frota sem sequer comunicar os órgãos, instituições, imprensa e a própria RBTrans, não merecem continuar aqui. Empresários que nunca cumpriram um TAC (Termo de Ajuste de Conduta), junto ao Ministério Público, não estão preocupados com mais nada”.
Solução
Ainda: “Estão acostumados a fazer do jeito deles, mas agora com prefeito Tião Bocalom, com o acompanhamento da RBTrans, eu acredito que será uma grande oportunidade de nos livrarmos deles para que outras empresas, possam vir e prestar um serviço de qualidade, com pontualidade e respeito aos colaboradores e usuários dos serviços de transporte”.
Medida severa
Finalizando: “Nós estamos apostando agora na caneta do prefeito, no apoio dos vereadores, no apoio da população, para que esse mal por si só seja eliminado pela própria escolha e decisão deles. Estamos aqui para apoiar a decisão do prefeito em extinguir esse contrato entre empresas e poder concedente”.
Ladinos
Resultado dessa barafunda é que nesse domingo último, dia 16, as empresas São Judas Tadeu e Via Verde decidiram suspender as atividades, mais uma vez, alegando que não têm dinheiro para abastecer os veículos com diesel e continuar circulando os ônibus. Querem que a Prefeitura de Rio Branco destine mais dinheiro a elas, retirando recursos públicos de áreas estratégicas para financiar o setor privados, enquanto faltam medicamentos e médicos nos postos de saúde. Tudo isso é uma falta de pudor!
Curtindo a vida adoidado
As férias de Jair Bolsonaro, seus passeios de jet-ski, seu funk na lancha ao lado de uma mulher de biquíni e sua insensibilidade enquanto a Bahia sofria com as enchentes derrubaram sua aprovação entre os evangélicos, segundo aponta a coluna política do jornal Estado de S. Paulo desta segunda-feira, 17. A imagem de que Jair Bolsonaro não trabalha, não tem empatia e pensa apenas no seu bem-estar pessoal ajudaram a ampliar sua rejeição entre a comunidade evangélica.
Sinal de alerta
Pois bem. Decorrente desse comportamento, informa o jornal que os constantes sinais de queda na intenção de voto em Jair Bolsonaro entre o eleitorado evangélico começam a preocupar governistas e gente do “bolsonarismo raiz”.
Efeito zero
Nem as mais recentes declarações defendendo a agenda conservadora nos costumes, tampouco a indicação de André Mendonça para o STF, parecem ter sido suficientes para alterar o rumo dessa tendência.
Pistas
Os motivos da corrosão são incertos e, muito provavelmente, passam pelas dificuldades dos brasileiros na economia. Porém, começa a ganhar força a ideia de que atitudes de Bolsonaro no cotidiano, como dançar funk em uma lancha junto com uma mulher de biquíni e sugerir pouco apreço ao trabalho, estão repelindo evangélicos.
Colados
Segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest, Lula (PT), com 35%, e Bolsonaro (PL), com 34%, estão tecnicamente empatados em intenção de voto para presidente entre os eleitores evangélicos.
Mais essa
Um líder evangélico do Congresso lembra ainda que Bolsonaro deixou uma imagem de “corpo mole” durante o trâmite da indicação de André Mendonça, o “terrivelmente evangélico”, para o STF.
Mau exemplo
A propósito do presidente Jair Bolsonaro, que possui 66 anos, ele está entre os 2% da população de sua faixa etária que ainda não se vacinaram contra a Covid-19. De acordo com o site Poder360, 98% dos brasileiros com idades entre 65 e 69 anos já receberam as duas doses ou a dose única desde o início da vacinação, que completa 1 ano nesta 2ª feira (17). Outros 35% da população dessa faixa etária também já tomaram a dose de reforço.
Negacionismo
Vale lembrar que em dezembro de 2020, Bolsonaro disse que não iria se vacinar contra a Covid-19 “e ponto final”. Ele repetiu a afirmação em diversas ocasiões, a última em dezembro do ano passado. Bolsonaro testou positivo para o coronavírus em julho de 2020. Em janeiro do ano passado, o Planalto determinou sigilo de 100 anos sobre a carteira de vacinação do ex-capitão.
Números que falam
“Dados do Ministério da Saúde indicam que as vacinas são seguras, e que a chance de uma reação grave ao imunizante contra covid-19 é de 0,005%. O risco de uma internação em caso de covid-19 supera em 257 vezes o de ter uma reação à vacina”, ressalta a reportagem.