Em entrevista concedida ao portal CNN Brasil (https://www.cnnbrasil.com.br/economia), veiculada na data de ontem, 5, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), o ex-governador do Acre Jorge Viana, vê com otimismo a possibilidade de ampliar espaço para o Brasil atingir a marca de US$ 1 trilhão por ano em intercâmbio comercial com países estrangeiros. Em 2022, a corrente de comércio do país com o resto do mundo ficou em aproximadamente US$ 600 bilhões.
Foco
Viana prefere não fixar um prazo para alcançar esse novo patamar, mas afirma que o Brasil perdeu tempo ao misturar negócios com política. “Comércio é comércio, negócios são negócios, relações políticas à parte”, disse o ex-senador e ex-governador do Acre, em entrevista.
Negócios
Viana usa o exemplo de China e Taiwan para argumentar que, seja na Venezuela de Nicolás Maduro ou em uma Argentina eventualmente governada por Javier Milei, o relacionamento comercial precisa ser cuidado como um ativo para além de discordâncias políticas.
Exemplo
Apesar do fantasma permanente de uma invasão militar determinada por Pequim, Taiwan teve um superávit acima de US$ 100 bilhões com a China — que depende dos chips desenhados na ilha asiática.
Pragmatismo
Viana conta, na entrevista, quais são as iniciativas da Apex para aumentar exportações brasileiras nas Américas e na África, entre outros mercados. Paralelamente, atua para descontaminar do viés políticos decisões comerciais que devem obedecer apenas ao viés negocial.
Público alvo
Viana relata que sob sua coordenação, a Agência Juntou todos os setores comerciais de cada embaixada e cada consulado na América do Sul, na África, na América Central, México e Caribe. Diz que passou três dias ouvindo essas equipes. Até janeiro irá fazer a mesma coisa nos Estados Unidos e no Canadá. A ação, é uma leitura dos espaços e oportunidades, que as estatísticas não mostram muito, para mapearmos o que pode ser feito.
Nicho
Como exemplo a ser seguido, Jorge Viana relata que a América Central - o México e o Caribe -têm um PIB de US$ 2 trilhões. Os Estados Unidos vendem US$ 900 bilhões anuais para lá. É uma vez e meia todo o fluxo de comércio exterior do Brasil. Enquanto outros exploram oportunidades, nós fechamos embaixadas no Caribe. Vamos dar uma atenção diferenciada também para os Estados Unidos e para o Canadá. E obviamente, na nossa estratégia, tem a Asean (bloco de dez países do Sudeste Asiático) e a Ásia toda.
Planejamento
Esta semana, nos dias 7 e 8, a Apex promoverá em Brasília – junto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – um fórum empresarial de atração de investimentos no Brasil. Uma das prioridades será apresentar oportunidades do Novo PAC para investidores internacionais.
Acertando os ponteiros
O presidente Lula convidou líderes de bancadas do Senado para uma reunião na quarta-feira (8/11), no Palácio do Planalto. O encontro faz parte das atividades do chamado Conselho de Coalizão do governo.
Bis
Na semana passada, Lula já tinha feito uma reunião do conselho com lideranças da Câmara. O encontro aconteceu na terça-feira (31/10) e rendeu cobranças por uma definição da agenda do governo para 2024, ano eleitoral.
Luz vermelha
O encontro de Lula com senadores ocorrerá após o Senado rejeitar, no final de outubro, a indicação do presidente da República para a Defensoria Pública da União (DPU). A rejeição acendeu o alerta entre ministros do Planalto, que até então consideravam que o governo tinha uma vida mais tranquila no Senado do que na Câmara.
Agenda
Nas próximas semanas, senadores deverão analisar duas novas importantes indicações de Lula: uma para a chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e outra para o STF.
Largada
Coordenado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), o grupo de trabalho para as eleições do PT tem reunião nesta segunda-feira e quer avançar nas alianças para as eleições municipais. Em foco, as capitais.
Preliminar
No PT, a disputa do ano que vem é tratada como uma “antessala” para 2026: ou seja, a legenda busca eleger o maior número de prefeitos e vereadores do partido para dar suporte à muito provável disputa por um quarto mandato do presidente Lula, dada como certa nos bastidores.
Par e passo
Lula, inclusive, acompanha de perto as tratativas do PT para a eleição municipal. Na semana passada, recebeu no gabinete o presidente do PT em São Paulo, Kiko Celeguim, que fez um resumo das negociações em andamento no maior Estado do País.
Consultiva
A reunião de hoje, porém, não deve ter deliberações. Em São Paulo, o nome do PT para a vice de Guilherme Boulos (PSOL) tende a sair só em 2024. Para a disputa no Rio, o PT caminha para pedir formalmente a vice do prefeito Eduardo Paes (PSD), que tentará a reeleição. O secretário de Assuntos Federativos do governo Lula, André Ceciliano, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), é cotado para a chapa.
Abrindo o jogo
No acordo de delação premiada feita pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, otenente- coronel Mauro Cid, o militar revelou detalhes sobre o “gabinete do ódio” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os envolvidos nas tratativas, a Polícia Federal (PF) insistiu que Cid expusesse o funcionamento das milícias digitais e do gabinete do ódio para que o acordo fosse homologado em setembro pela Justiça. A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.
Modus operandis
Na delação, o militar descreveu as funções de cada ex-assessor do Palácio do Planalto de Bolsonaro envolvido na estratégia de comunicação digital. Isso inclui a disseminação de fake news e ataques a desafetos, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma parte essencial dessa estratégia foi a divulgação de conteúdo, como vídeos editados e frases, por meio das redes sociais.
Serpentário
Cid também compartilhou informações sobre as conexões entre membros desse grupo e os integrantes do clã Bolsonaro. Além disso, ele mencionou o envolvimento de apoiadores do ex-mandatário que se organizavam como milícias digitais nas redes sociais. Um dos focos dos investigadores com a delação do tenente-coronel é angariar provas para o inquérito que apura como funcionam essas milícias.
Nomes
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também identificou os membros do governo que promoviam o uso do gabinete do ódio para difamar reputações e aqueles que tentavam acalmar as tensões entre o ex-capitão e o Judiciário. Mauro Cid foi preso em maio deste ano por causa de fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro. Em setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, aprovou o acordo para que o militar pudesse fazer a delação.