..::data e hora::.. 00:00:00

Jamaxi

Familiocracia

Familiocracia

O deputado federal Leo de Brito (PT) veio a público acusar o senador Márcio Bittar de querer transformar o Senado num feudo de sua família, ao tentar impor a candidatura da ex-esposa, Márcia Bittar, ao mesmo cargo que já ocupa, valendo-se, para tanto, da condição de relator do “Orçamento Secreto”.

O pomo da discórdia “Orçamento Secreto”, também chamado de emenda do relator, é uma prática iniciada em 2020 para destinação de verbas públicas a projetos definidos por parlamentares. O nome orçamento secreto surgiu na mídia devido a falta de transparência quanto aos valores de cada repasse e dos nomes dos parlamentares envolvidos.

Cambalacho 

Para relembrar, o escândalo do “orçamento secreto” ganhou destaque na imprensa nacional, mais uma vez, nesta quinta-feira, 12, e o senador Márcio Bittar (União Brasil) figura na lista como recordista nos repasses de verbas públicas sem identificação definida. “Ele conseguiu, no orçamento secreto, R$ 468 milhões, quase meio bilhão de reais. Agora ele quer transformar o Senado Federal num feudo da sua família, porque vai utilizar desses recursos, as negociatas, para eleger a sua esposa, Márcia Bittar, Senadora. Está querendo empurrar sua esposa de goela abaixo no eleitorado acreano”, afirmou o deputado federal.

Modus operandis 

Segundo informações veiculadas na imprensa nacional, foram destinados, nos anos de 2020 e 2021, R$ 38 bilhões. Diante de denúncias, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que o parlamento brasileiro fizesse a revelação de quanto cada deputado federal e Senador teve de acesso.

Comparativos 

Ainda sobre o assunto, o portal G1 informou que do montante de 2021 detalhado pelos senadores, R$ 2,4 bilhões, supera o orçamento inicial previsto para o ano passado de seis ministérios, separadamente: Relações Exteriores, Meio Ambiente, Turismo, Controladoria-Geral da União, Advocacia-Geral da União e Mulher, Família e Direitos Humanos.

Excrescência

“Das informações que foram mandadas ao STF, 70% são secretas, não têm transparência nenhuma. E o pior: os valores que foram revelados dão conta de que existe uma verdadeira oligarquia no Congresso Nacional e que esses valores que foram revelados representam os recursos de seis ministérios no ano de 2021. Entretanto, está sobrando dinheiro aqui para as oligarquias no Congresso”, denuncia o deputado petista. 

Pesos e medidas 

Leo de Brito observou que enquanto o governo de Bolsonaro despeja dinheiro no Congresso Nacional, o povo brasileiro segue sofrendo, enfrentando a alta da inflação, o desemprego e que diante do cenário atual de desesperança, aumenta o número de jovens que desejam ir embora do país em busca de melhores oportunidades.

Apuração

“Há muito dinheiro secreto para negociatas, para corrupção, para essas oligarquias aqui, no Congresso Nacional. São as cúpulas. É muita patifaria isso que está acontecendo. Nós temos que repudiar o que está acontecendo. Peço que a Ministra Rosa Weber volte a intimar, mais uma vez, o Congresso Nacional para que, de fato, seja dada total transparência a essa situação e que as instituições de controle possam acompanhar, seguir o “rastro desse dinheiro”. Juntamente com esse dinheiro, estão indo a corrupção e as negociatas”, cravou Brito ao finalizar a denúncia contra Bittar.     

imagem 002 web

Endereço 

A acreana e ex-senadora Marina Silva se mudou de vez para São Paulo, para onde transferiu seu domicílio eleitoral e por onde se candidatará a deputada federal. Agora, Marina está morando no Alto de Pinheiros, na casa de um galpão em que a Rede faz eventos. Ontem, sexta-feira (13), Marina se reuniu com a direção executiva do partido na capital paulista. Na foto, a ex-senadora com os porta-vozes do seu partida, a Rede, Mariana Lacerda e Giovanni Mockus.

Triste protagonismo

Em meio aos esforços do Banco Central para segurar a disparada dos preços, o Brasil voltou a ter os juros reais (descontada a inflação) mais altos do mundo. Dados da Infinity Asset e do portal MoneYou mostram que os juros reais no país já estão em 6,69% ao ano. O percentual é quase cinco vezes o verificado na Rússia (1,36%), por exemplo, que está em guerra com a Ucrânia.

Rebordosa 

Para economistas ouvidos, os juros elevados no Brasil terão reflexos negativos sobre o crescimento e o emprego nos próximos anos, mas são inevitáveis para segurar os preços neste momento. O ranking da Infinity considera os juros atuais, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses em cada país. Numa lista de 40 economias, os dez primeiros colocados são: 1º Brasil (6,69%;) 2º Colômbia (3,86%); 3º México (3,59%); 4º Indonésia (2,39%); 5º Chile (1,84%); 6º Rússia (1,36%);7º Filipinas (1,18% ;8º África do Sul (0,58%); 9º Índia (0,47%) e 10º Hungria (0,37%). 

imagem 003 web

Rejeição 

Em meados de anos eleitorais, um dado além das intenções de voto dos pré-candidatos é fundamental para medir os ventos que sopram sobre a opinião pública: a rejeição. Neste ano, a menos de cinco meses do primeiro turno, os patamares de quem diz “não votar de jeito nenhum” nos postulantes só se igualam aos de agosto de 1989, ano em que o país voltou a ter eleições diretas após a ditadura militar.

Recorde 

Levantamento feito pelo jornal O Globo, a partir do banco de dados do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop/Unicamp), Datafolha, Ibope e Ipec revela que, pela primeira vez, um dos dois pré-candidatos mais bem colocados na preferência popular, o presidente Jair Bolsonaro (PL), ultrapassa a barreira dos 50% de rejeição em meados do ano eleitoral. 

Outro retrato 

Os dados mostram também que o ex-presidente Lula (PT), pré-candidato ao Planalto, atingiu, em março de 2022, 37% de rejeição na pesquisa mais recente do Datafolha, passando a ex-presidente Dilma Rousseff, que detinha o recorde da sigla em período semelhante da fase pré-eleitoral. Lula está em patamar numericamente superior aos 34% de agosto de 2018, quando estava preso em Curitiba.

Viabilidade 

Apesar de níveis que, em outras eleições, seriam proibitivos, a rejeição a Bolsonaro não anula sua competitividade. Do mesmo modo, ainda que em patamares menos elevados, a reprovação a Lula também não significa alto risco de derrota.

Explicação 

Um dos fatores mais relevantes para essa coincidência entre rejeição e intenção de voto é que ambos são extremamente conhecidos pela população e estabeleceram o cenário inédito, desde a redemocratização, de um presidente tentando a reeleição contra um ex-presidente. Apesar de os entrevistados responderem que não votariam “de jeito nenhum” em certo candidato, no dia a dia da opinião pública há possibilidades, sim, de votar no seu rejeitado.