O ex-deputado petista Ney Amorim, hoje abrigado no Podemos, nem bem voltou de Manacapuru e já tem correligionários lançando-o rumo à Prefeitura de Rio Branco em 2024, no processo de sucessão do prefeito Tião Bocalom, ora licenciado do PP.
Pauta
A iniciativa política dos aliados de Amorim, carecem de coerência, vez que os resultados sufragados nas urnas neste início de mês ainda predominam na seara política e o tema da hora é o segundo turno da eleição presidencial, a ocorrer no próximo dia 29, num embate entre Lula e Jair Bolsonaro.
Precocidade
Ademais, em que pese o maciço apoio do grupo governamental ao seu nome para a vaga no senado, Amorim não mostrou expressividade nas urnas. Ele ficou a léguas de distância do vencedor, o deputado federal Alan Rick (UB).
Racionalidade
A prevalecer o bom senso, o correto seria colocar na preferência da disputa pelo grupo ligado ao governador Gladson Cameli (PP) a deputada federal eleita Socorro Neri (PP), essa sim, uma campeã de voto e que em 2020 teve exitosa passagem pelo paço municipal. Ocorre que o assunto deve ser discutido somente em 2024. Tudo a seu tempo!
Dois em um
O fato político mais destacado de ontem, terça-feira, 04/10, foi o périplo que o governador Gladson Cameli fez aos veículos de comunicação agradecendo a votação que obteve em 02 de outubro - que o reconduziu ao Palácio Rio Branco por mais 4 anos - e, também, os recados que deixou a aliados e adversários novos e antigos.
Desabafo
Cameli começou falando de sua relação com o vice-governador Major Rocha (MDB), que acabou perdendo a eleição para a Câmara Federal. As declarações foram dadas durante entrevista ao site Contilnet e compartilhadas pelo jornalista Altino Machado.
Você é problema seu
Questionado pelo entrevistador do site, Gladson afirmou que não existe relação com o seu vice e lamentou a conduta dele durante os três anos e meio de mandato. Rocha apresentou diversas denúncias de casos de corrupção no governo após o racha nas eleições municipais. “Não tem relação. Não existe relação. Eu quero que esse cara... O maior mal que desejo a essa cara é que seja muito feliz depois que voltar de Manacapuru”, afirmou.
Mesma moeda
Em outro trecho da entrevista, Cameli encerrou afirmando que deseja felicidades a Rocha após a volta de Manacapuru, rogando que ninguém faça com ele o que Rocha teria feito com sua família (a de Gladsib).
Dormindo com o inimigo
Eis o posicionamento ipsis literis: “Vou repetir de novo: depois que voltar de Manacapuru... Para você provar do seu veneno, quero que seja muito feliz. E quero mais ainda: ele vai ser vice-governador até o dia 31 de dezembro. Aguentei tudo calado, dormindo com o inimigo todo o tempo. Espero que ninguém faça com ele o que ele fez com minha família”, destacou.
Metas
Pela manhã, em entrevista à Rede Amazônica, Cameli declarou que seu próximo governo será focado na geração de emprego e renda e para isso garantiu que irá buscar a realização de novos concursos na área da saúde, educação e segurança.
União
No campo político envolvendo a próxima gestão, Gladson adiantou que nos quatro anos vindouros espera contar com apoio dos três senadores da República, Alan Rick (UB), Márcio Bittar (UB) e Sérgio Petecão (PSD). “Eu desci do palanque”, declarou. Sem citar nomes, o chefe do executivo acreano deixou claro que sua equipe será técnica e focada em projetos em prol da sociedade.
Ordem unida
No programa Gazeta Alerta, da Rede Gazeta, comandado pelo jornalista Astério Moreira, Gladson aproveitou para mandar recado à sua base aliada que emergiu das eleições deste ano, deixando claro que não vai aceitar deputados da base contra os interesses do governo.
Critérios “A relação como sempre tive, é de respeitar as opiniões e não querer impor nada. As coisas vão ter que melhorar; o relacionamento com a política não vai ser mais venha nós e vosso reino nada. Quem é base, é base e pronto! Quem é aliado, tá pela livre e espontânea vontade. Quem não quer, me desculpa, a porta é a serventia da casa. Até porque, as urnas deram um recado muito grande a certos tipos de políticos”, mencionou.
Movimentação
Após o resultado das eleições apontar que a disputa pelo Palácio do Planalto será definida em segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) têm buscado apoio de partidos políticos e aliados para vencer a corrida pela Presidência da República. No primeiro turno, realizado no último domingo (2/10), o mandatário do país, que tenta a reeleição, ficou atrás do petista. Bolsonaro recebeu 51 milhões de votos (43,20%), enquanto Lula ficou com 57,2 milhões (48,43%).
Balanço
Até as 15h de ontem, terça-feira (4/10), Lula tinha o apoio de 14 partidos políticos, enquanto Bolsonaro havia feito aliança com quatro siglas. Doze legendas ainda não se posicionaram e outras duas se declararam “neutras”. Dos partidos que manifestaram apoio ao petista, 10 integram a coligação de Lula, chamada “Brasil da Esperança”, que tem PT, PCdoB, PV, Solidariedade, PSol, Rede, PSB, Agir, Avante e Pros em sua composição. Das quatro legendas que estão com Bolsonaro, três são da coligação “Pelo Bem do Brasil”, que reúne PP, PL e Republicanos.
Largada
Na batalha por apoio político para vencer a eleição mais acirrada desde a redemocratização, o presidente Jair Bolsonaro (PL) largou o segundo turno na frente, ao costurar alianças com os governadores dos três maiores estados do país. Já o ex-mandatário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mirou na adesão dos outros dois principais candidatos derrotados no primeiro turno.
Bate pronto
Bolsonaro celebrou a rápida declaração de apoio dos governadores Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Rodrigo Garcia (PSDB), de São Paulo. Os dois primeiros já eram aguardados, por causa da proximidade com o presidente, e podem ajudar o mandatário a conquistar pelo menos 1 milhão de eleitores em relação ao primeiro turno – esse é o número de votos que os governadores tiveram a mais que o titular do Planalto.
Reação
A exemplo do que foi feito no primeiro turno, com a estratégia de alavancar o voto útil em Lula, o PT intensificou as articulações para atrair o apoio de outros partidos e lideranças políticas. Já obteve, além do PDT de Ciro Gomes, respaldo do Cidadania, que fez federação com o PSDB, e busca fechar adesões com o maior número de políticos dissidentes de PSD e MDB – siglas que têm se posicionado pela neutralidade.