Na sessão da Câmara Municipal de Rio Branco nesta quinta-feira, 05, o vereador Emerson Jarude (MDB) elogiou a deflagração da Operação Candeeiro, da Polícia Civil do Acre, que apura a suposta prática de fraude e corrupção no contrato de iluminação em LED da capital, projeto colocada em pratica durante a administração Socorro Neri, hoje respondendo pela Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes.
Projeto
O contrato sob investigação da polícia foi orçado em R$ 33,5 milhes. Pelo projeto, deveriam ser instalados 38 mil pontos de luz em todos os bairros e ruas da capital, garantindo uma substancial economia prevista na conta de energia paga pela prefeitura de Rio Branco.
Arcando com os custos
“Esse prejuízo está sendo pago pelos moradores do município, e continuará sendo pago pelos próximos dez anos. Eu quero parabenizar a Polícia Civil pela coragem. Queria que a ex-prefeita Socorro Neri estivesse aqui hoje e repetisse o que falou à imprensa. Queria que ela estivesse aqui para fugir novamente das minhas perguntas. Eu avisei que era uma tentativa dissimulada de jogar poeira para debaixo do tapete”, registrou Jarude em sua fala.
Posição
Emerson Jarude votou contrário, ainda em 2019, ao projeto de lei que liberava o Município para contratar empréstimo de até R$ 48 milhões, junto à Caixa Econômica Federal, objetivando o pagamento do serviço de implantação das lâmpadas de LED. Desde então, o vereador se colocou contrário à decisão da então prefeita.
Ação
“Nós propusemos uma CPI para investigar o contrato, as irregularidades, os indícios de fraude, corrupção, mas infelizmente a Câmara Municipal de Rio Branco não assinou embaixo. Tem uma população que precisa muito da gente, e nós temos que fazer mais pela nossa população”, pontua o parlamentar.
Chancela
Quando a CPI foi proposta, apenas os vereadores Samir Bestene (PP), Hildegard Pascoal (PSL) e Lene Petecão (PSD) foram favoráveis à criação da comissão. Os demais vereadores preferiram não apoiar a ideia que, agora, virou caso de polícia e ganhou as manchetes da imprensa.
Ação conjunta
O combate à corrupção não pode ser apenas de uma parte, tem que ser de todos nós, vereadores. Eu quero parabenizar esses heróis da Polícia Civil que não fecharam os olhos e que tiveram a coragem de fazer aquilo que a Câmara não teve, que foi de investigar esses contratos. Queria que a Socorro Neri tivesse aqui nesse momento para ela dizer as mesmas coisas que ela disse no Gazeta Entrevista quando ela falou que estranhava que uma pessoa formada em direito estava fazendo colocações como a minha referente a CPI”, conjectura Jarude.
Apagão
“É ensurdecedor o silêncio da ex-prefeita Socorro Neri após a Operação Candeeiro, que pode resultar no maior esquema de corrupção ocorrido na sua gestão. Prometeu iluminar 100% Rio Branco. Entregou escuridão, fraude e tentativas de desqualificar nosso combate à corrupção”, acrescentou.
Operação Candeeiro
Ontem, dia 04, foi deflagrada a operação Candeeiro pela Polícia Civil do Acre que busca apurar os ilícitos no contrato patrocinado pela Prefeitura de Rio Branco. A ação ocorre em meio às investigações que apontam para o cometimento de crimes de peculato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crimes contra administração pública.
Investigação
Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão junto às empresas Engelux Soluções em Engenharia LTDA e Rede de Engenharia Eireli, contratadas pela Prefeitura de Rio Branco. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Rio Branco, Brasiléia e Epitaciolândia, no Acre; Vitória, Serra e Colatina, no Espírito Santo; e no Rio de Janeiro.
Pode isso Arnaldo?
O presidente Jair Bolsonaro ameaçou nesta quarta-feira, 4, reagir fora dos limites da Constituição ao comentar a decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) de incluí-lo no inquérito das fake news.
Fora da regra
“Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está. Então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas. Aqui ninguém é mais macho que ninguém”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan.
Fake news
O presidente se disse ainda vítima de uma “acusação gravíssima” e afirmou que a investigação em curso no Supremo não tem “qualquer embasamento jurídico”. “O ministro Alexandre de Moraes me colocando no inquérito das fake news... Não fala fake news, não, fala inquérito da mentira, me acusando de mentiroso. Isso é uma acusação gravíssima, ainda mais em um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico. Ele abre, ele apura e ele pune?”
Versão
Na entrevista, Bolsonaro afirmou que “um inquérito sigiloso da Polícia Federal” mostra o acesso de hacker a sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abril a novembro de 2018. Com base nisso, ele defendeu a abertura da “CPI da Fake News do Barroso”, em referência ao presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso.
Agente 86
Segundo Bolsonaro, em 2018 uma pessoa teria acessado o código de programação das urnas eletrônicas, assim como senhas de acesso de um ministro e de servidor da Corte. Conforme o presidente, o agente teria oferecido o material ao blog TecMundo em 2018. O jornal O Estadão apurou que o inquérito não investiga invasão em urna eletrônica, mas tentativa de acesso ao sistema do TSE.
Os fatos
O blog TecMundo informa em sua página na internet que as informações teriam sido obtidas de um servidor abandonado, o que tornaria os dados irrelevantes ou pouco valiosos até para estelionatários digitais.
Persistência
Na mesma entrevista, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, antecipou uma estratégia para evitar derrota do projeto que impõe o voto impresso na comissão especial. O texto pode ser votado diretamente no plenário da Casa por decisão unilateral do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).