Em agenda de visita a repartições públicas, o governador Gladson Cameli esteve na quarta-feira, 4, na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e no Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), para felicitar os servidores das duas instituições pelo Natal que se avizinha, e para agradecer os esforços de cada um pelo desempenho em 2019.
Urbanidade
Cameli foi recebido pelos funcionários e pelo secretário de Meio Ambiente, Israel Milani, e na segunda agenda, pelo funcionalismo do Imac e seu presidente, André Hassem, que ofereceram um café da manhã à equipe governamental em congregação com os servidores.
Tomando distância
Refutando uma de suas principais marca de campanha, o agronegócio, o governador aproveitou o encontro para esclarecer aos servidores que seu governo não é a favor da degradação ambiental. “Aproveito esta oportunidade para esclarecer de uma vez por todas que não sou e nunca fui a favor do desmatamento, como alguns setores da imprensa tentaram dizer por aí por muitas vezes”, afirmou Gladson Cameli.
Palavras ao vento
A nova postura do governador só veio a propósito das dimensões quando uma de suas falas alcançou repercussão nacional sobre sua política que remete as causas de proteção ao meio ambiente. Durante o anúncio da “Operação Ramais do Acre 2019” (foto), em Sena Madureira, no final de mês de maio, no interior do Acre, onde Cameli se reuniu com diversos produtores rurais, ele orientou que as multas emitidas pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) fossem ignoradas pelos produtores.
Cenário
O evento era para divulgar um pacote de serviços orçado em mais de R$ 10 milhões para a recuperação de ao menos 10.435 quilômetros da malha viária rural, em 20 dos 22 municípios acreanos.
Sois rei?
No meio do discurso, Gladson, incorporando a máxima do rei francês Luís XIV "O Estado sou eu", que governou a França e Navarra entre 1643 e 1715, disse que é ele quem manda no Imac e que a ordem agora era que as sanções decorrentes de multas ambientais não fossem dadas aos produtores.
Manda quem pode
“Quem for da zona rural e o Imac tiver multando alguém, me avise, porque não vou permitir que venham prejudicar quem quer trabalhar. Me avise e não pague nenhuma multa, porque quem tá mandando agora sou eu. Vou pedir a Assembleia, vou mandar estudar lá [Transacreana], porque não sei de tudo, pra ver como são os trâmites, mas não pague, não. Eu que tô mandando porque estão lá porque sou eu que nomeio. Não pague, quem manda sou eu”, disse ao se referir aos agentes do Imac.
Correndo atrás do prejuízo
Reagindo as declarações airosas, o governo, em nota, quis consertar o estrago dizendo que os produtores viviam traumatizados, no que nomeou como excessos cometidos nas sanções aplicadas pela autarquia que monitora as regras aplicadas ao uso do meio ambiente.
Emenda
“Havia uma nítida perseguição no ambiente rural do Acre. Nossos produtores não tinham esclarecimento quanto às leis. O que não se faz conhecido, não pode ser praticado. Vivemos na Amazônia e sabemos muito bem cuidar dela. E em nosso governo iremos respeitar a legislação, ampla e irrestritamente, sem constranger quem vive da terra, levando orientação para tornar suas atividades legais e promotoras de melhoria na qualidade de vida de quem vive no campo”, argumentou a época o gabinete governamental.
A volta do cipó de aroeira
O procurador Januário Paludo, membro da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, será investigado pelo Ministério Público Federal pela suspeita de receber propina para proteger o doleiro Dario Messer.
Filhos de Januário
Januário é um dos veteranos da turma de procuradores da “República de Curitiba”. O grupo de mensagens no Telegram revelado pela série de reportagens da Vaza Jato chamado de “Filhos do Januário” tem esse nome em referência ao procurador.
As flechadas do amor
Essa é a primeira investigação penal envolvendo um procurador da Lava Jato. A acusação foi formulada com base em mensagens trocadas entre o doleiro e sua namorada. A Corregedoria do MPF também vai investigar o caso do ponto de vista ético-disciplinar.
Diálogos tóxicos
De acordo com conversa interceptada pela Polícia Federal, o doleiro Messer falou com sua namorada sobre o pagamento de propina a Januário Paludo. Os pagamentos de Messer seriam para “blindar” o doleiro em investigações da operação Lava Jato. A PF trabalha com a hipótese de que outros procuradores da força-tarefa também tenham recebido propina.
Fala que eu te escuto!
Os diálogos sobre a propina de Messer a Paludo, ocorridos em agosto de 2018, foram obtidos pela PF do Rio de Janeiro a partir da operação Patrón. Com informações da Folha de São Paulo.
Óleo de peroba
Os países desenvolvidos não devem criticar o Brasil por sua gestão dos incêndios na Amazônia porque enriqueceram destruindo o meio ambiente, avalia o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, declarou em Madri, Espanha, onde participa da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25.
Não entendeu nada!
"Não é bom apontar o dedo para os países ou dizer ao Brasil que você está se saindo mal, já que outros países estavam se saindo mal no passado", disse o ministro. "Em termos de obrigação moral, acreditamos que os países ricos são ricos porque destruíram o meio ambiente e também destruíram o meio ambiente por causa dos processos industriais, eles têm essa obrigação moral de apoiar os países em desenvolvimento." Salles já afirmou que pretende coletar recursos estrangeiros para a preservação ambiental durante a cúpula climática. No Twitter, o ministro afirmou buscar em Madri "o recebimento dos recursos prometidos".
Agenda descartável
Também em entrevista, Salles afirmou que "a pobreza é o maior inimigo de medidas ambientais e da preservação". O Brasil era um dos candidatos a receber a COP 25, que agora acontece em Madri, mas retirou sua candidatura alegando restrições orçamentárias.
Crime e castigo
A repercussão internacional do aumento dos incêndios na Amazônia fez com que o presidente francês, Emmanuel Macron, colocasse em xeque o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. O fundo de investimento Nordea Asset Management, que controla R$ 933 bilhões, também decidiu colocar em quarentena os investimentos no Brasil por conta de riscos econômicos e ambientais criados pelos incêndios amazônicos.