A convicção do senador Márcio Bittar (MDB) de que sua ex-esposa Márcia Bittar será a candidata in pectore ao senado do governador Gladson Camei (PP) na chapa de reeleição, requer uma engenharia de Cameli para acomodar nesse agrupamento os interesses da senadora Mailza Gomes (PP), correligionária de Gladson e atual ocupante do posto, portanto, candidata natural à reeleição.
De cima pra baixo
Márcio Bittar revelou ao jornalista Luiz Carlos Moreira Jorge, do Blog do Crica, que a candidatura da ex-cônjuge não é um projeto político pessoal, mas uma decisão coletiva que nasceu no Planalto, numa conversa com o presidente Jair Bolsonaro, que encampou a candidatura de Márcia ao Senado, vez que pretende, num eventual segundo mandato, dispor de uma base aliada mais encorpada na Câmara Alta.
Prestigio a toda prova
Nunca é demais relembrar que Mailza Gomes tem prestígio na cúpula dos progressistas, mormente junto ao presidente da sigla Ciro Nogueira, senador pelo Piauí, o mesmo que, a pedido de Mailza e à revelia de Gladson, bancou a candidatura de Tião Bocolom em Rio Branco pelo PP em 2020. Como é patente, ano passado o governador resolveu apoiar a candidata do PSB Socorro Neri à reeleição da capital, em detrimento da candidatura dos progressistas. Fato é que no ano que vem teremos muitos candidatos ao senado para uma única vaga.
Lástima
A deputada federal Jéssica Sales (MDB), em entrevista concedida ontem a imprensa se disse decepcionada com a equipe técnica do governo Gladson Cameli, que, segundo ela, não apresenta projetos para liberação de parte de suas emendas parlamentares impositivas destinadas para a área de saúde.
Capinando sentado
“Eu coloquei 12 milhões em emendas para saúde do Acre. Nessa pandemia todos nós fizemos nossa parte, mas infelizmente o Tomógrafo que foi adquirido para o hospital do Juruá ainda não foi montado. Outros recursos dependem de projetos de execuções do governo e não temos um sinal de nada”, desabafou Jéssica.
Agenda
O deputado federal Leo de Brito (PT-AC) participou na noite de ontem, quarta-feira, 5, de encontro de parlamentares do PT com o ex-presidente Lula, em Brasília. O parlamentar publicou em suas redes sociais o registro feito após a reunião.
Vigor
“Momento de emoção no reencontro depois que a justiça foi feita. E ele tá mais forte do que nunca. Vamo pra cima!”, disse Leo de Brito em sua conta no facebook.
Chabu
A propósito do ex-presidente Lula, a reunião que ele teria com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na tarde desta quinta-feira (6) foi cancelada. Segundo a assessoria do ex-presidente o cancelamento se deve a uma incompatibilidade de agenda do presidente do senado, uma vez que ele teria encontros com diversos embaixadores. A assessoria de Pacheco disse que a reunião estava apenas “pré-marcada”, sem confirmação de que seria realizada.
Forças ocultas
De acordo com o jornal O Globo, Pacheco teria avisado a Jair Bolsonaro que a conversa com o ex-presidente seria “institucional” e que Lula seria recebido como “chefe de um poder”. Em resposta, Bolsonaro teria dito a interlocutores que o presidente do iria “se prejudicar” caso participasse da reunião.
Agenda
Lula está em Brasília desde a segunda-feira (3). Na capital federal, o ex-presidente vem mantendo encontro com políticos e autoridades visando acordos para a eleição do próximo ano. Nesta direção, o ex-presidente já se encontrou com os deputados Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ), para discutir o pleito estadual de 2022 no Rio de Janeiro.
Arrocha
Com a pressão da CPI da Covid sobre o Palácio do Planalto, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o zero dois, retomou as rédeas da narrativa do presidente Jair Bolsonaro. O vereador passou duas semanas em Brasília, retornando ao Rio na última sexta-feira. No período na capital federal, esteve diversas vezes com o pai no gabinete presidencial e ajudou a rever a estratégia de comunicação do governo, fechando-se ainda mais para a imprensa e com foco nas redes sociais.
Conselheiro
Como em outros momentos de crise, Carlos, mais uma vez, aconselhou o pai presidente a partir para o confronto que agrada à militância ideológica e ajuda a desviar o foco dos problemas do governo. O principal argumento de Carlos é que a suposta moderação adotada por Bolsonaro nos últimos meses, sugerida por ministros e aliados do Centrão, não foi suficiente para impedir a CPI da Covid, instalada por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro também se frustrou com a escolha do senador Osmar Aziz (PSD-AM) como presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na função de vice, e Renan Calheiros (MDB-AL) como relator.
Digitais
O efeito prático da ingerência do filho foi sentido mais claramente no discurso de Bolsonaro ontem no Palácio do Planalto. Interlocutores do presidente viram digitais de Carlos na fala do chefe do Executivo com recados indiretos ao STF e insinuações contra a China, principal parceiro comercial do Brasil.
Piscadelas
No mesmo evento, em claro afago à militância digital, prometeu um decreto para regulamentar o marco civil da internet, alegando que ele e muitos que o apoiam “são cerceados”. Bolsonaro prometeu “liberdade e punições” para quem não respeitar as regras.
Troupe
Em seguida, defendeu seu filho Carlos e assessores presidenciais que são acusados de participar do “gabinete de ódio”. Bolsonaro afirmou que eles são “o gabinete da liberdade, da seriedade” e que são “perseguidos”. Após ser investigado na CPMI das Fake News, o grupo pode ser chamado para falar na CPI da Covid.
Equipe
“O meu marqueteiro não ganhou milhões de dólares fora do Brasil. O meu marqueteiro é um simples vereador, Carlos Bolsonaro, lá do Rio de Janeiro. É o Tercio Arnaud, aqui que trabalha comigo, é o Mateus... São pessoas, são perseguidas o tempo todo, como se fosse, tivesse inventado um gabinete do ódio. Não tem do que nos acusar. É o gabinete da liberdade, da seriedade”, disse Bolsonaro, durante evento no Palácio do Planalto sobre o 5G.
Guardião
Segundo um interlocutor próximo da família, embora Carlos nunca tenha se afastado da rotina do governo, é nos momentos de crise que o vereador ganha força no Planalto por validar as convicções do presidente e o reaproximá-lo da militância.
Influência
A Carlos também é atribuída a mudança na Secretaria Especial de Comunicação (Secom). Em 16 de abril, o almirante Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos (SAE), foi substituído pelo coronel da Polícia Militar, André Costa. A mudança, segundo integrantes do governo, tem o objetivo de que a Comunicação do governo fique mais ligada ao gabinete presidencial e menos diretamente ao Ministério das Comunicações. A principal reclamação do vereador é que o governo, sob ataque, não conseguia se defender.