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Jamaxi

Encaminhamento 

O deputado federal Alan Rick, principal liderança política do DEM no Acre, questionado sobre a fusão do seu partido com o PSL – assunto já pacificado pelas executivas nacionais - , afirmou  que os entendimentos das siglas no âmbito estadual estão acontecendo de forma equilibrada e respeitosa, ressalvando que sobre a direção estadual da sigla que emergirá da fusão - o União Brasil -, ainda não há “nada definido”.

Deliberação 

A fusão foi confirmada pelas duas legendas, após convenções partidárias, no último dia 6. O União Brasil, no entanto, só existirá, oficialmente, após aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que ainda pode levar de dois a três meses para acontecer.

Posição

“Não temos nada definido sobre presidência e composição. As conversas estão sendo feitas em Brasília. Eu e o senador Márcio Bittar estamos dialogando com as lideranças nacionais dos partidos e, por enquanto, ainda não sabemos quem será o presidente ou vice”, disse.

Alta rotatividade

As declarações de Alan Rick se dão em meio a especulações de que ele seria o vice-presidente da União Brasil no Acre e o senador Márcio Bittar, o presidente. Bittar, após iniciar a militância política no PCB, migrar para o PMDB, pular para o PPS, após o PSDB e por fim voltar para o MDB (sucedâneo do PMDB), fez anunciar que, mais uma vez, terá um novo enlace partidário, cerrando fileiras na nova sigla. Bittar jacta-se, ainda, de guardar no colete o apoio de pelo menos cinco partidos no Acre, todos tocados sob sua influência:  SDD, PTB, PSDB, PSL, PRB.

Sensatez 

Alan Rick negou que tenha a pretensão de dirigir o União Brasil no Acre e defende que nem um dos dois seja o presidente. “Eu não quero ser presidente do partido e defendo que seja o atual presidente do DEM, Jairo Cassiano, que também tem participado conosco das conversas com as lideranças nacionais”, defendeu. Sobre a definição da direção local, o mais importante é que haja consenso. “Precisamos estar pautados no equilíbrio, no respeito para compormos uma gestão partidária harmoniosa. Estamos de braços abertos para essa fusão, mas ela precisa acontecer de forma harmoniosa. O DEM é muito maior, mas o senador Márcio Bittar tem prestígio, e conta com o apoio de pelo menos cinco partidos SDD, PTB, PSDB, PSL, PRB.”, disse frisando a importância da composição.

Racionalidade 

Sobre a pré-candidatura à única vaga em disputa para o Senado, nas próximas eleições, Alan Rick reafirmou que as pesquisas é que devem direcionar a decisão sobre quem comporá a chapa majoritária com o governador Gladson Cameli (PP), pré-candidato à reeleição. “Vou me balizar pelas pesquisas e o União Brasil também. Vamos ver o nome que é mais viável dentro do grupo do governador Gladson. Eu tenho lealdade a esse projeto, tenho trabalho e, até então, sou o melhor colocado nas pesquisas”, concluiu. 


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O outro lado 

Sobre o fato que envolve as discussões políticas dos últimos dias, qual seja o divulgado e polpudo saldo das Receitas Correntes Líquidas do tesouro estadual, apontado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) como sendo de R$ 1,7 bilhões de reais durante a crise da Covid-19, mas com apenas R$ 127 milhões utilizados, o secretário Estadual da Fazenda, Rômulo Grandidier, emitiu nota ontem, quinta-feira, 14, contestando os números.

Visão 

Na nota, o secretário desqualifica o estudo do IPEA e afirma que a análise não levou em consideração uma série de fatores, revestindo a informação como, “frágil, superficial e completamente equivocada”.

Contas 

“Deste R$ 1,746 bilhão, os críticos esqueceram de fazer a dedução das destinações necessárias, fundo que o poder executivo não tem livre arbítrio para vincular a investimentos como são os repasses aos poderes e órgãos constitucionais autônomos, convênios, SUS [Sistema Único de Saúde], Fundeb [Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica], recursos previdenciários, recursos das indiretas, Cide [Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico], Fundo Especial do Petróleo, Salário-Educação, o que resultaria em uma disponibilidade parcial de caixa no valor de R$ 477,2 milhões”, escreveu Grandidier.

Destinação 

Aduz, ainda, que o saldo parcial de caixa de R$ 477,2 milhões é utilizado para saldar parcelas da dívida pública, encargos e juros, déficit previdenciário, contrapartidas de convênios, precatórios, décimo terceiro salários dos servidores estaduais, verbas rescisórias e retroativos deixados, irresponsavelmente, por antigas administrações.

Discurso oficial 

“O verdadeiro valor de disponibilidade de caixa é o saldo após a dedução de todas estas obrigações por parte do Estado, que está muito longe de alcançar a quantia de R$ 1,7 bilhão. O governador Gladson Cameli tem compromisso com a verdade e a nossa obrigação é levar ao conhecimento da população sempre a informação verdadeira, que demonstre a real situação financeira do Estado, bem como os valores reais disponíveis para investimentos”, encerrou. 

Ócio remunerado

Demitido em março do Ministério da Saúde após ter sua atuação na pandemia contestada, com direito a suspeitas de corrupção investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o general Eduardo Pazuello completou quatro meses em cargos de confiança ligados à Presidência da República com uma agenda esvaziada e função obscura. 

Agenda secreta 

O militar registrou ter se ocupado de “despachos internos” em 59 dias úteis desde que foi nomeado, em junho. Em outras 13 datas, a expressão utilizada foi “sem compromissos oficiais”, e por nove dias não prestou qualquer informação em sua agenda. Ou seja, em 81 dos 91 dias úteis que esteve no cargo, 89% do total, não é possível saber o que Pazuello fez no trabalho.

Top secret 

Um servidor que despacha diariamente no Palácio do Planalto, onde o general ocupa uma sala no 4.º andar, disse sob condição de anonimato não saber exatamente a função do ex-ministro, além de raramente o encontrar pelos corredores. Para decifrar o enigma, o jornal O Estadão pediu ao governo, via Lei de Acesso à Informação, o registro de entrada de Pazuello na sede do Executivo, mas teve a solicitação negada sob o argumento de que este tipo de dado é sigiloso.

Aval 

A nomeação do general foi ordenada pelo presidente Jair Bolsonaro, numa tentativa de dar “blindagem política” ao ex-ministro, que além de alvo da CPI, responde a inquérito na Justiça Federal por suposta omissão durante o colapso da saúde em Manaus, no início deste ano.