O ex-prefeito de Rio Branco, ex-governador do Acre e ex-senador Jorge Viana, em entrevista concedida ao jornalista Luiz Carlos Moreira Jorge, mostra que continua com sua verve política aguçada, ao contrapor-se ao projeto político capitaneado pelo grupo político que governa o Estado.
Lições
No material jornalístico, Jorge Viana reflete que o PT deve seguir tirando lições dos erros cometidos em sua trajetória de gestões no Acre e da derrota de 2018. Revela que seu foco está na reconstrução de um novo momento político que resgate a confiança das pessoas e que seja agregador como o foi durante anos em que o PT e partidos coligados administraram o Acre.
Balanço
Revela-se neste momento mais maduro e experiente e anota que o PT e aliados detêm um legado muito positivo na condução de seus governos, incluindo-se, aí, o trabalho de sua gestão frente a prefeitura de Rio Branco, classificando o conjunto como extraordinário.
Lamentações
Viana revela sentimento de tristeza com o afastamento da prefeita Socorro Nery da coligação com o PT, conglomerado que possibilitou a eleição de Neri como vice prefeita na chapa de Marcus Alexandre. Registra que Ela foi injusta com sua pessoa e com muitos bons companheiros. Na visão de Jorge, a prefeita tenta justificar suas decisões a partir da relação que nunca teve com o PT.
Ponto de vista
Questiona se é normal, Ela, que foi vice do Marcus Alexandre, nunca tê-lo chamado (Alexandre) para trocar idéias sobre a gestão. Ressalta que vai seguir respeitando o currículo acadêmico de Neri, mas enxerga ingratidão nas ações de uma pessoa que teria dificuldades de se eleger a qualquer cargo - ter sido agraciada com um mandato de prefeita - tratar com desdém o seu principal aliado, justo o partido que a fez ocupar este posto. No dizer dele, “ isso é inaceitável”.
Desempenho
Quando instado a avaliar a gestão da prefeita Socorro Neri, Viana aponta que “A Socorro é uma pessoa esforçada, mas sua gestão é muito fraca. Aliás, a pandemia ter servido de álibi para muitos gestores, mascarando suas incapacidades. O espaço de governo nas três esferas, por conta das diversas crises que estamos vivendo – econômica, política, institucional – agravadas pela crise sanitária que cria um verdadeiro caos social, nunca necessitaram tanto de lideranças como agora”.
Vácuo
E segue: “uma gestão meramente burocrática não é suficiente para o desafio que o momento nos impõe. E, sejamos sinceros: muito do que está sendo realizado ultimamente pela prefeitura, em via de regra, é carona no trem que já estava em movimento com as políticas públicas e os projetos concebidos e iniciados pelo Marcus Alexandre. Nós criamos uma competência administrativa na Prefeitura. Começou comigo, mas se consolidou com o Angelim e Marcus”.
Valores
Assegura que um dos valores mais nobres na relação política é a lealdade.” Infelizmente, tenho que dizer que, não foi o que eu vi na prefeita Socorro Neri. Ela dizia que adorava o governador Tião, que admirava o Marcus Alexandre, mas agora o seu ídolo é o bolsonarista Gladson. Sem ressentimentos, apenas uma constatação, vida que segue”.
Gestão estadual
Viana guarda a mesma acidez quando o assunto é a gestão do governador Gladson Cameli. Diz que Gladson “está começando por onde terminamos. Em pouquíssimo tempo ele já fez um estrago danado: perdeu a confiança dos líderes partidários, brigou com o vice e conseguiu desfazer a aliança que o elegeu. É muito fraco administrativamente e tenta tirar benefícios dessa crise sanitária que vivemos”.
Sem rumo
Ainda sobre o governador Gladson, crava: “Sua palavra é como nota de três reais. É um governo sem projeto, que nada tem a propor para o futuro, um governador que fala do que não sabe e não sabe do que fala. É uma pena que no meio dessa pandemia, dessa tragédia humana, tenhamos o Gladson governando nossa terra. Mas, mesmo diante desse caos, acredito que com união, planejamento e trabalho haveremos de fazer o Acre voltar a dar certo”. Vale a pena ler a entrevista no endereço eletrônico https://www.ac24horas.com/2020/06/28/jorge-viana-o-gladson-e-a-socorro-fazem-governo-fracos/
Largada
O Partido dos Trabalhadores apresentou neste sábado, 26, à noite, em reunião virtual, o deputado estadual Daniel Zen como o candidato da sigla a prefeitura de Rio Branco nas eleições deste ano.
Números
O partido também lançou nota pública realçando que vivemos uma crise sanitária sem precedentes na história, contabilizando mais de 55 mil mortos no país e centenas de famílias enlutadas no nosso Acre.
Missão
Ressalva que o enfrentamento à essa pandemia deve ser a maior prioridade dos governos das diversas instâncias e esse é o desafio posto, enfatizando que essa é missão do partido e de suas nossas lideranças estão fazendo. Feita a leitura e contextualizando o momento, o partido apresenta, para diálogos, o nome do deputado estadual Daniel Zen como pré-candidato a prefeito pela sigla em Rio Branco;
Propósitos
Propõe-se, com a iniciativa, “iniciar um amplo diálogo com a comunidade, partidos políticos, organizações da sociedade civil e movimentos sociais, com vistas a construção de alianças em defesa da vida, da geração de empregos, da Educação, da Saúde, da Ciência, da Cultura e pelo fortalecimento da democracia, das políticas afirmativas e do combate a todo e qualquer tipo de violência”.
Língua nos dentes
No final da última sexta feira o repórter da CNN Brasil Daniel Adjunto relatou que Fabrício Queiroz está pensando em uma delação premiada. Queiroz, por tudo o que se viu depois de sua prisão, não era apenas operador de rachadinhas, mas o tesoureiro da família Bolsonaro.
Muito a falar
O dinheiro operado por Queiroz, como mostrou o MP do Rio, vinha de diversas fontes. O tesoureiro recebeu, por exemplo, R$ 400 mil de Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, chefe da milícia Escritório do Crime, envolvido no assassinato de Marielle Franco. Adriano, que era um arquivo vivo, foi fuzilado por policiais.
Roteiro
Mas o que pode contar Fabrício Queiroz? Engana-se quem pensa que a lama que escorre em Flavio Bolsonaro não tem nada a ver com o pai. Fabrício Queiroz depositou dinheiro na conta da primeira dama Michele Bolsonaro. É aqui que as histórias sem juntam.
Realismo fantástico
Isso porque o dinheiro não era de Michele, mas do Jair, como o próprio presidente declarou. “Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso.” Jair alegou um “empréstimo” que teria feito a Queiroz, sem mostrar provas disso (empréstimos precisam ser declarados no IR).
Ligações
Em se confirmando que Queiroz era o operador de um esquema ilegal que faturou milhões de reais, teremos o presidente da República que afirma que recebeu dinheiro do operador desse esquema, sem comprovar, até agora, o motivo. Os Bolsonaro defendem as milícias há muitos anos. Flavio queria até mesmo legalizá-las. Jair disse que eles faziam a “segurança das comunidades”, em um tom que fazia parecer que criticar milicianos era injusto.
Imagem
Na fala pública descrita na nota anterior, o presidente praticamente descreve a máfia italiana: um grupo armado que “organiza a segurança da vizinhança” em troca de dinheiro – me pague para que eu não faça mal a você. Extorsão pura, um dos mais antigos crimes das máfias mundiais. Fato é que milícia não é segurança comunitária, milícia é crime.
Fator imponderável
Em uma decisão torta, o Tribunal de Justiça do Rio deu a Flávio o foro especial. A manobra tem tudo para ser derrubada. A quadrilha (de festa junina, bem entendido) ganhou tempo, mas as investigações estão muito avançadas para serem destruídas agora. A mulher de Queiroz segue foragida. O medo do tesoureiro é que ela seja presa.
Bingo
O jornal Valor Econômico apurou que um emissário de Márcia Oliveira de Aguiar, falando também em nome da filha dela com Queiroz, Nathália, foi enviado a dois escritórios de advocacia do Rio de Janeiro para sondar uma delação. E de quem Nathália foi funcionária fantasma? Batata: do presidente Jair Bolsonaro .
Se puxar a pena, vem a galinha.