A Caixa Econômica Federal (CEF), a partir da intervenção do prefeito da capital Tião Bocalom (PP), anunciou na manhã de sexta, 12, a liberação do FGTS exclusivamente às pessoas que foram atingidas pelas alagações provocadas pelas cheias do Rio Acre e igarapés na capital.
Apoio logístico
A instituição financeira firmou parceria com a Prefeitura de Rio Branco, via Secretaria Municipal de Infraestrutura, que funciona no prédio do antigo Mira Shopping, ao lado da Prefeitura, e esta disponibilizará estrutura para atendimento da população em conjunto com a Caixa Econômica, caso o beneficiário não tenha acesso à internet ou não saiba utilizar os meios eletrônicos. O anúncio do benefício foi feito pela direção regional da CEF e pelo prefeito Tião Bocalom (PP).
Identificação
A partir de hoje, segunda-feira, 15, o atendimento na SEINFRA será feito exclusivamente aos moradores dos bairros Adalberto Aragão e Areal, das 8 às 14 horas. Os interessados devem portar documento de identificação oficial com foto e comprovante de residência de até 120 dias anteriores a 25 de março de 2023 – dia que as alagações se iniciaram.
Calendário
O usuário pode solicitar o benefício por meio de internet banking (site) ou aplicativo da Caixa Econômica Federal, sem a necessidade de sair de casa. Ainda por todo o dia de amanhã, a Defesa Civil do município anunciará o calendário de atendimento com uma relação dos bairros e as datas em que os moradores podem comparecer à SEINFRA, caso não consigam o benefício por meio eletrônico.
Critérios
O saque depende da disponibilidade de saldo FGTS na conta e o valor máximo de saque é de R$ 6.220,00. Cerca de 75 mil pessoas foram atingidas pelas cheias em Rio Branco e mais de 15 mil tiveram que deixar suas casas. 65 bairros da zona urbana foram atingidos e 22 comunidades rurais ficaram isoladas. Todos os locais atingidos foram mapeados pela Defesa Civil e os dados computados foram enviados à Caixa Econômica Federal, que ressalta que tentativas ou consumação de fraudes serão investigadas pela Polícia Federal.
Gestão indevida
O jornal Folha de São Paulo destaca na edição de ontem, 14/05, que a revisão de sigilos impostos pelo governo Jair Bolsonaro (PL) a ações levadas a cabo pela administração indica o uso da máquina pública nas eleições presidenciais de 2022, além de gestão potencialmente irresponsável na pandemia, segundo balanço da CGU (Controladoria-Geral da União).
Top secret
Desde fevereiro, a pasta reavaliou 254 processos de sigilo da administração bolsonarista e determinou a abertura das informações na maior parte dos casos. Dentre eles, foram 112 pedidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) relacionados a segurança nacional, 38 relativos à proteção de Bolsonaro e seus familiares, 51 dados e informações pessoais e outros 15 relacionados a atividades de inteligência.
Caça votos
Os dados que a Controladoria mandou divulgar neste ano mostram que ficou concentrada em outubro, mês das eleições gerais de 2022, a liberação de empréstimos consignados do Auxílio Brasil. O uso desse crédito no período eleitoral é um dos argumentos usados em ações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pedem que Bolsonaro se torne inelegível por abuso de poder político e econômico.
Farra
Informações que se tornaram públicas apenas depois da revisão dos sigilos de Bolsonaro revelaram ainda despesas com cartão corporativo da Presidência da República para abastecimentos em postos de combustível nas datas de motociatas com a participação do ex-mandatário.
Uso da máquina
Outros processos que perderam sigilo também reforçam indícios de ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal) durante o segundo turno direcionada a estados em que Lula (PT) havia sido mais votado na primeira etapa das eleições.
Controle sanitário
A apuração sobre suposta fraude em registros de imunização de Bolsonaro é outro tema que ganhou projeção a partir de pedidos de informação avaliados pela CGU. A controladoria repassou dados que foram usados pela PF (Polícia Federal) no inquérito que levou à prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e braço direito do ex-presidente.
Perdulário
A reavaliação de sigilos pela CGU ainda permitiu ter acesso a dados sobre medicamentos e outros insumos perdidos pelo Ministério da Saúde. Com base nessas informações, a Folha revelou que perderam a validade durante a pandemia mais de 39 milhões de vacinas da Covid-19, avaliadas em cerca de R$ 2 bilhões.
Caixa preta
A CGU quer expandir o uso da Lei de Acesso à Informação (LAI) no governo Lula e cita nos debates internos com ministérios que os sigilos impostos durante a gestão de Bolsonaro acabaram se voltando contra o próprio ex-presidente. A Controladoria tem feito conversas com ministros e outras autoridades do governo federal para defendeu o cumprimento da LAI.
Era uma vez...
Indícios de que dinheiro de uma empresa com contratos com o governo federal pagou as contas pessoais de Michelle Bolsonaro são um banho de água fria nas pretensões políticas da ex-primeira-dama. Ironicamente, quem deve estar aliviado com isso é Jair Bolsonaro, que nunca viu com bons olhos o protagonismo da esposa.
Mantenedora
A Cedro do Líbano, empresa com contratos com a Codevasf na gestão Bolsonaro, foi a origem de recursos transferidos a um assessor que trabalhava como ajudante de ordens da Presidência da República. Ele sacou a grana e pagou despesas de um cartão de crédito usado por Michelle. Também fez depósitos na conta da tia da ex-primeira-dama, que lhe prestava serviços de babá.
Prejuízos
A possibilidade do atual escândalo ficar conhecido como a “rachadinha da Michele” pode rachar a imagem que a primeira-dama tem junto aos evangélicos. Ela estava quase convencendo uma boa parcela da opinião pública de que não tinha nada a ver com o escândalo das joias árabes surrupiadas do patrimônio da União pelo marido - esquecimento que era fundamental para suas pretensões políticas.
O sacro e o profano
Por enquanto, temos uma ex-primeira-dama que terá que se explicar se grana pública ilegalmente bancava os seus luxos enquanto ela se mostrava como alguém que seguia à risca as leis da Terra e dos céus. Se por um lado, isso é mais um BO pesando na conta de Jair, por outro deve ser uma lufada de tranquilidade para o machismo do capitão, uma vez que a decolagem política da esposa ficou mais difícil.