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Jamaxi

Deu chabu

Cerca de 35 veículos participaram de mais uma ‘motociata’ em apoio ao voto impresso e ao presidente Jair Bolsonaro, puxada pela pré-candidata ao senado Márcia Bittar (sem partido) e o senador Márcio Bittar (ainda no MDB). Desta vez a cidade de Tarauacá foi a escolhida pela dupla para a realização do evento, que aconteceu no final da tarde do domingo último (15).

Infração 

Tendo como mote principal a defesa do voto impresso, apoiadores do presidente saíram pelas ruas da cidade para protestar, mesmo depois da proposta ter sido derrotada no congresso nacional. Chamou atenção de muita gente, o péssimo exemplo dado por Márcia Bittar que desfilou durante toda ‘motociata’ na garupa de uma moto sem usar capacete, equipamento obrigatório segundo o Código Brasileiro de Trânsito.

Heróis da resistência 

Não se sabe se foi pela pouca mobilização, mas pelo número de participantes, a verdade é que o evento foi um fiasco. Além ínfimas motocicletas e bicicletas, no final contabilizou-se 17 pessoas, que, enfadadas, acompanharam os discursos de encerramento. Com falas ante esquerda e reafirmação de valores familiares, Márcio Bittar e sua ex-esposa Márcia, exaltavam Bolsonaro para uma pequena plateia que, casmurra, resistiu até o final do ato. 


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Óleo de peroba

Além da filha, pelo menos dois parentes diretos do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, atual secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, receberam o auxílio emergencial, recurso liberado pelo governo federal para atender a famílias vulneráveis durante a pandemia da Covid-19 no Brasil. Os dados são do Portal da Transparência, mantido pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Me dê papai...

Stephanie dos Santos Pazuello é filha legítima do general da ativa do Exército. No ano passado, quando o militar já ocupava o ministério, ela recebeu um total de R$ 2,4 mil dos cofres públicos, em duas parcelas do auxílio: uma em abril e outra em julho.

Sombra

Atualmente, aos 35 anos, Stephanie ocupa um cargo por indicação, desde janeiro deste ano, na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. De acordo com a publicação, a herdeira foi nomeada para exercer o cargo de assistente da secretaria, com salário inicial de R$ 1.884,00. Em julho do ano passado, ela tinha um cargo também comissionado, mas na Rio Saúde – empresa pública da prefeitura. O salário era de R$ 7.171,00. O pagamento do benefício federal foi referente ao mês de maio, portanto, antes de Stephanie tomar posse na instituição.

Família unida

Dois filhos de Cynthia Pazuello – irmã mais velha e administradora das empresas da família do ex-ministro – também aparecem na lista de beneficiados pelo programa assistencial sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para a Receita Federal, a empresária declara o capital social de R$ 1,2 milhão.

Sinecura 

O caçula de Cynthia, David Pazuello Franco de Sá, por exemplo, é técnico em informática e tem uma vida confortável com a mãe, em Manaus. Eles moram no condomínio Monte Líbano, na badalada rua Efigênio Salles, área nobre da capital amazonense. Com cerca de 25 anos, o rapaz recebeu R$ 4,2 mil do auxílio emergencial no ano passado, divididos em 9 parcelas: de abril a dezembro de 2020.

Que maravilha!

Da mesma forma, Raquel Pazuello Silva, que é uma das irmãs dele, também recebeu o dinheiro extra do governo federal. Mesmo morando na Califórnia, nos Estados Unidos, conforme ostenta nas redes sociais, a engenheira elétrica formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) sacou R$ 3,3 mil do programa destinado a famílias mais carentes afetadas pela pandemia. No caso dela, foram 7 saques, entre os meses de julho a dezembro de 2020, em parcelas que variaram de R$ 300 a R$ 600. De acordo com o Portal da Transparência, apenas o valor do repasse referente ao mês de maio do ano passado (de R$ 600) foi devolvido aos cofres públicos.

Alvo comum 

A nota pública assinada por 13 governadores de estados e do Distrito Federal em solidariedade ao Supremo Tribunal Federal (STF), aos ministros e às famílias, citando “constantes ameaças e agressões” à Corte, guarda um ponto em comum quando o assunto vem a ser a deterioração das relações entre os poderes constituídos: a culpa é do presidente Jair Bolsonaro.

Questão de fundo 

“É a primeira vez que o Brasil tem da parte do poder central uma posição permanente antiestados e antimunicípios. É impensável, pois somos uma república federativa”, diz o governador do Piauí, Wellington Dias (PT). “Quando se coloca a disputa de poder pelo poder em primeiro lugar, perde-se a noção do todo”, sintetiza o governante piauiense. 

Pivô

Governadores da esquerda à centro-direita veem Bolsonaro acuado diante de um governo desacreditado, em que só restam ameaças de rupturas institucionais. “Não me parece que o problema demande repensar a estrutura federativa. Definitivamente é caso de repensar o presidente”, avalia Eduardo Leite (PSDB-RS).

Tática 

“A crise federativa deriva do presidencialismo de confusão que Bolsonaro implantou no Brasil. Ele não trabalha. O governo dele é vazio. Então ele precisa de confusão para tentar dar um golpe e fazer prevalecer as suas esdrúxulas vontades”, diz Flávio Dino (PSB-MA).

Álibi

A crise entre presidente e governadores vem escalando na pandemia após uma leitura equivocada de Bolsonaro sobre decisão do STF que deu aos Estados poder decidir sobre estratégias de contenção do vírus. Apesar de a decisão não eximir a União de responsabilidades, Bolsonaro diz que ficou de mãos atadas. E então partiu para o ataque à Corte e aos Estados.

Trava

“A mobilização da maioria dos governadores é em defesa da Constituição, da democracia e da liberdade”, afirma João Doria (PSDB-SP). “Qualquer flerte ou iniciativa de natureza autoritária do presidente da república, tem contestação das forças democráticas dos principais Estados brasileiros e da maioria dos governadores do país que não aceitam qualquer ameaça à democracia.”

Óbices 

Para o cientista político José Álvaro Moisés, o conflito entre governadores e presidente é preocupante. “A natureza do pacto federativo demanda um diálogo permanente entre autoridades. Isso não está acontecendo. Bolsonaro estabeleceu uma guerra e isso está fazendo muito mal ao Brasil.”

Mais… 

Os presidentes de PV, PSDB, MDB, Democratas, Solidariedade, Cidadania, Novo e PSL se reúnem nesta quarta-feira, 18, em Brasília. Segundo José Luiz Penna, presidente do PV, será mais um passo em busca de um nome de consenso para a encarnar a candidatura de centro.

…diálogo

O encontro dos presidentes dos partidos também discutirá as propostas de reforma política colocadas em pauta no País, como a volta das coligações, atualmente sob apreciação do Senado.