Ontem, 20, viralizou nos grupos da internet e nos principais veículos de informação on line do país, imagens e áudio do senador Alan Rick (UB), onde o acreano entabula desentendimento com um atendente da Latam no Aeroporto de Brasília. No vídeo, vê-se o parlamentar questionando o motivo da mudança no portão de embarque na aeronave e de não ter sido informado da alteração, resultando que o então deputado – o fato ocorreu em 2022 - perdeu o embarque do voo rumo a Rio Branco.
Inconformismo
Pelos registros, o político se irrita por ter perdido o voo e depois bate com as mãos no balcão. “Não, mas eu não ouvi, moço, eu não ouvi! Tá aqui o meu bilhete. 24! 24! Você tem que me colocar no voo”, gritou Alan, apontando o dedo para o funcionário da companhia. O vídeo segue com o atendente dizendo ao senador que só terá “vaga amanhã agora”. Após a resposta, Alan Rick grita novamente, proferindo um palavrão.
Contexto
Em nota, o parlamentar se posicionou acerca do vídeo, dizendo que o fato aconteceu no início do ano passado, quando ainda era deputado federal. “Estava esperando o horário do meu voo em Brasília e a companhia aérea alterou por várias vezes o portão de embarque. Tive que correr o aeroporto todo para tentar embarcar. Quando cheguei, o rapaz informou que não podia mais embarcar e, naquele momento, não deu a devida atenção a minha situação. Eu tinha agendas importantes e inadiáveis no meu estado”, destacou.
Errare Humanum Est
Alan Rick continuou a nota reconhecendo que diante do embaraço agiu com grosseria com o atendente da companhia aérea e pontuou que as empresas do segmento não prestam um bom serviço aos acreanos. “Humano que sou, admito que fiquei nervoso e fui grosseiro. Errei, me desculpei e reitero meu pedido de desculpas pelo erro. Lembro que temos, literalmente, “brigado” com as companhias aéreas por causa do péssimo serviço oferecido aos acreanos [...] já perdemos voos por culpa das companhias aéreas, sofremos atrasos que atrapalham a vida e o trabalho das pessoas”, constata.
Sabedoria
De todo o episódio, vale recorrer a frase em latim atribuída a Santo Agostinho: ‘Errare Humanum Est’, com tradução livre para o português como “Errar é humano, permanecer no erro é diabólico”. A propósito, em sua primeira parte – errar é humano - a frase remete a um axioma filosófico com o qual tentamos mitigar uma falha, um erro, ou mesmo uma queda moral. Já a segunda parte – permanecer no erro é diabólico – nos afirma que a aceitação da fraqueza humana não deve justificar a continuidade do erro. Alan reconheceu o erro, apresentou e reapresentou suas desculpas e contextualizou o quadro que resultou no desentendimento.
Compreensão
De resto, o barulho em torno do assunto nas redes sociais foi muito bem identificado pelo senador, quando no final de sua nota de esclarecimento reconhece que “Infelizmente, na política, há os adversários que jogam limpo e os que jogam sujo. Esse jogo de tentar manchar a imagem dos outros não é o meu. Mas como diz minha mãe, dona Gorete: ‘o mal por si só se destrói’”. No frigir dos ovos, há de se reconhecer, por imprescindível, que o senador cumpriu dois excelentes mandatos de deputado federal e coloca em curso um profícuo mandato senatorial nesses mais de seis meses na Câmara alta, prestando bons serviços ao Acre.
Despejado
O deputado federal Yury do Paredão (CE) se reuniu com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para conversar sobre sua saída do partido. Ele foi expulso da sigla após aparecer em uma foto ao lado de ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva fazendo a letra L com a mão. O gesto tornou-se conhecido como uma referência ao presidente.
Expulsão
“Hoje estive com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o qual me afirmou que serei expulso do partido. Respeito a decisão do presidente e agradeço a oportunidade dada na eleição de 2022”, disse Yury. “Sigo como deputado federal defendendo a democracia, fazendo política com diálogo, respeito, sem radicalismo, com tolerância, e defendendo as ações dos governos que tragam melhorias para o povo brasileiro”, acrescentou.
Incompatibilidade
Nas redes sociais, Valdemar informou que Yury foi expulso por “não comungar dos ideais” da legenda. O líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), tentou fazer com que o presidente do PL recuasse da decisão, mas não conseguiu. “Presidente, você estará fazendo o que ele quer. Ele quer ser expulso para poder levar o mandato dele. A melhor alternativa seria deixá-lo no sal: sem comissões, sem fundo e sem diretórios. Um morto-vivo no PL. E, se ele tentar sair do partido, perderá o mandato. Avalie!”, pediu Jordy.
Mudando de lado
Na foto em que “fez o L”, Yury do Paredão aparece ao lado dos ministros da Comunicação Social, Paulo Pimenta, do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da vice-governadora do Ceará, Jade Romero (MDB). Não foi a primeira vez que ele irritou bolsonaristas do PL. Em maio, o deputado já havia sido alvo de críticas após posar para uma foto ao lado de Lula durante uma visita do presidente a Juazeiro do Norte. O parlamentar também manifestou apoio a projetos do governo federal, como o Desenrola Brasil e o Minha Casa, Minha Vida.
Catando votos
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, estima que a entrada do Partido Progressista (PP) e do Republicanos na Esplanada dos Ministérios possa trazer ao menos 60 votos na Câmara dos Deputados para o governo federal. Em entrevista ao site Metrópoles, Pimenta ressaltou que as siglas ajudaram o Palácio do Planalto em votações no Congresso Nacional.
Amizade colorida
“Em praticamente todos os temas estratégicos do governo esses partidos [PP e Republicanos] colaboraram de foram muito significativas com votos que permitiram… Desde antes da posse, lá na votação da PEC da Transição, depois na reestruturação dos ministérios, na reforma tributária, no tema do [Conselho de Administração de Recursos Fiscais] Carf”, citou. “Eu acredito que pelo menos 60 votos, com segurança, esses dois partidos trarão para ampliar ainda mais a base parlamentar do governo na Câmara. E aí, no Senado, já é um pouquinho diferente. Eu estou falando por baixo”, completou o ministro.
Simpatia é quase amor
Pimenta ressaltou, porém, que dentro de partidos de centro existem divergências. “Não vamos imaginar que um parlamentar que é ideologicamente de oposição, alguém muito próximo ao ex-presidente ou tem divergências categóricas com o nosso pensamento, de uma hora para a outra vai virar da base”, pontuou.
Negociação
Já na terça-feira (18/7), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a entrada de PP e Republicanos, partidos do Centrão, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “está consolidada”. Segundo Guimarães, além da chegada dos dois partidos à Esplanada, está garantida a entrada dos deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no primeiro escalão. Ambos se reuniram, na terça, com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo junto ao Parlamento.