Ontem, 11, o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), líder da oposição na Assembléia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) escalou a tribuna para criticar o que classificou como um episódio de retaliação política envolvendo o município de Feijó.
Censura
Magalhães sustentou sua acusação citando a exoneração do marido do prefeito de Feijó, Railson Ferreira, o servidor estadual comissionado Willian Barbosa Bezerra, após a participação do gestor em um ato de filiação partidária do senador Alan Rick ao Republicanos, sigla da qual Ferreira faz parte. Para o deputado, a medida representa um movimento de pressão política desnecessária.
Sensatez
“O prefeito participou de um ato do seu próprio partido. Isso não deveria ser motivo para perseguição. Quando se reage de forma apressada, com força desproporcional, é sinal de que há algo errado na condução política. É como Davi e Golias: às vezes quem parece forte se preocupa demais com o pequeno gesto do outro”, afirmou.
Riscos
O deputado também alertou para o risco de se enfraquecer a autonomia política de prefeitos e lideranças municipais. Ele defendeu que cada gestor deve ter liberdade para exercer suas escolhas partidárias e institucionais sem sofrer coerções. “Não se constrói projeto político sólido usando pressão. Democracia se faz com respeito e equilíbrio, não com expurgo e retaliação”, encerrou.

Lástima
Seguindo as pegadas de Magalhaes, a deputada Michelle Melo (PDT) fez um pronunciamento em tom de desabafo e solidariedade ao prefeito Railson Ferreira (Republicanos). A parlamentar afirmou que a medida não atinge apenas a pessoa diretamente desligada, mas também representa uma retaliação política injusta contra alguém que sempre demonstrou lealdade e apoio ao governador Gladson Cameli (Progressistas).
Injustiça
“Essa exoneração fere não só quem perdeu o cargo comissionado, mas principalmente aqueles que acreditaram no governador Gladson Cameli. O prefeito Railson sempre deixou claro que acredita no governador, e agora sofre uma retaliação vinda justamente do governo em que ele confiou”, afirmou Michelle Melo.
Pesar
A deputada ressaltou que o prefeito Railson sempre manteve uma postura de fidelidade política e respeito institucional, e que a decisão do governo causa perplexidade entre os que acreditam em uma gestão baseada no diálogo e na valorização das pessoas.
Tesstemunho
“Posso testemunhar o caráter e a lealdade do prefeito de Feijó. Em todas as conversas políticas que tivemos, ele sempre se posicionou como alguém que apoia o governador. Por isso, mando daqui toda a minha solidariedade a ele”, declarou.
Lembranças
A pedetista também relembrou os desafios que enfrentou quando foi líder do governo na Aleac, e afirmou compreender o que é tentar contribuir com uma gestão que, segundo ela, nem sempre valoriza quem trabalha com compromisso e ética.
Experiência
“Eu sei o que vivi enquanto tentei fazer deste governo um governo que realmente cuidasse das pessoas. Infelizmente, há quem queira o poder pelo poder, tentando destruir reputações e colocar o caráter das pessoas em xeque”, desabafou.
Apoio
Encerrando o discurso, a deputada enviou uma mensagem de apoio e encorajamento ao prefeito de Feijó: “Railson, não baixe a cabeça. Continue caminhando comigo, sem recuar, sem cair e sem temer. Um dia as coisas voltam ao seu devido lugar. A população de Feijó sabe quem você é e continuará acreditando no seu trabalho”.

Freio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viu interrompida sua ascensão de quatro meses consecutivos. Segundo pesquisa Genial/Quaest (íntegra) divulgada no início do dia, a avaliação positiva de Lula recuou de 48% para 47%, enquanto a reprovação avançou na mesma medida, de 49% para 50%. Embora dentro da margem de erro, a variação quebrou uma tendência constante de recuperação da popularidade do presidente, iniciada em junho.
Humores
A mudança no humor do eleitorado está ligada ao tema da segurança pública. As entrevistas foram feitas após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio, e da fala de Lula classificando traficantes como “vítimas dos usuários” — rejeitada por 81% dos entrevistados, inclusive pela maioria entre lulistas.
Concordância
Já a operação, que deixou 121 mortos, foi aprovada por 67%. A violência segue como principal preocupação nacional, saltando de 30% para 38%. “Se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente”, avalia o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest.

Cessão
Mesmo com o Planalto enfraquecido na área da segurança, o relator do projeto de lei antifacção, o deputado e secretário licenciado de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), não resistiu às pressões.
Jogando parado
Após um dia inteiro de reuniões e idas e vindas, ele anunciou que vai manter as prerrogativas da Polícia Federal no combate ao crime organizado e retirar do seu parecer (íntegra) as mudanças previstas na Lei Antiterrorismo. Derrite, porém, não deu o braço a torcer. “O que você chama de recuo, eu chamo de estratégia. Estratégia para punir o crime organizado no Brasil”, afirmou aos jornalistas.
Resistência
A proposta inicial de Derrite foi criticada por todos os lados: pela PF, pelo Planalto e até mesmo pelo principal nome no combate ao PCC no país, o promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo Lincoln Gakiya. Ele critica o trecho que determina que investigações de crimes cometidos por organizações criminosas equiparadas ao terrorismo fiquem sob responsabilidade da Polícia Civil, com controle externo do Ministério Público.
Exclusão
Para Lincoln Gakiya essa formulação afasta o MP das apurações. “A Constituição já atribuiu ao Ministério Público o controle externo das polícias, não era necessário que uma lei ordinária repetisse isso. Ao meu sentir, mantém o MP fora das investigações”, afirmou.

Pressa
O presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pretende colocar em votação ainda hoje o projeto do Marco Legal da Segurança Pública contra o Crime Organizado. Segundo ele, o objetivo é buscar “convergência” entre os parlamentares antes da deliberação em plenário.
Conceitos
“No processo legislativo, temos que ter a capacidade de buscar convergência, principalmente para os grandes temas”, disse Motta, o responsável, em última instância, pela escolha de Guilherme Derrite para a relatoria do texto.

Alheio
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que desconhece o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, por isso, não pode afirmar se o Complexo Penitenciário da Papuda tem condições de recebê-lo caso o Supremo Tribunal Federal (STF) determine o cumprimento da pena no local.
Cooperação
“As condições do presídio eu conheço, e nós temos condições físicas. Agora, não conheço a saúde do ex-presidente. Não vou saber se ele tem condições de viver em presídio e com a alimentação que tem lá”, disse Ibaneis. O governador afirmou ainda que o Governo do Distrito Federal cumprirá qualquer decisão judicial.
