O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa da Saúde, emitiu uma recomendação à Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) para que seja retomada de oferta de consultas ambulatoriais, com médicos especialistas, nos moldes da capacidade oferecida antes da pandemia da Covid-19.
Defasagem
Segundo dados da unidade de saúde, a oferta de vagas para consultas eletivas foi reduzida no período, em razão das medidas restritivas adotadas para conter o avanço da pandemia. Com o fim da emergência de saúde, a gestão anterior da unidade não adotou providências para retomada da oferta, contribuindo, dessa forma, para o aumento da demanda reprimida e subutilização da carga horária médica.
Saneamento
As medidas propostas à atual gestão da Fundhacre visam readequar o acesso aos serviços de saúde, bem como reorganizar o atendimento especializado, conforme a carga horária disponível dos médicos especialistas que atuam na unidade.
Ajuste
Segundo o promotor de Justiça Ocimar Sales Júnior, a recomendação baseia-se em um Termo de Acordo Extrajudicial (TAE), firmado entre o MPAC e a Fundhacre em um processo administrativo, e propõe a adoção das medidas previstas no documento.
Prática
Entre as providências recomendadas estão o fim da prática de uso de fichas remanescentes para consultas especializadas, a realização de um diagnóstico sobre a ausência de pacientes regulados para consultas, com monitoramento por 90 dias para otimizar a oferta e reduzir os impactos do não comparecimento.
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O MPAC também pediu a divulgação pública, em mural, dos nomes dos médicos especialistas escalados para o atendimento diário, conforme a carga horária disponível. A Fundhacre tem o prazo de 15 dias para responder se acata ou não a recomendação, bem como para informar sobre as providências em andamento. O não cumprimento poderá resultar no ajuizamento de ação civil pública, entre outras medidas legais.
Entrevero
Depois que o candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, distribuiu vídeos em suas redes sociais dizendo ter sido impedido de subir ao palanque do ato contra Alexandre de Moraes e o Supremo, no 7 de setembro, o pastor Silas Malafaia desencadeou uma ofensiva contra o ex-coach, com vídeos em que o acusa de ser traidor da causa da direita.
Ataque
“Pablo Marçal tem medo de Alexandre de Moraes e no dia 7 de setembro mostrou sua verdadeira face”, diz o locutor em uma das peças em que Marçal é chamado de “arregão”, “aproveitador e “traidor”.
Abismo
Em outro vídeo que também já começou a circular nas redes da direita, o próprio Bolsonaro aparece no palanque chamando o ministro do Supremo de “ditador” em contraposição a cenas de Marçal no último Roda Viva, da TV Cultura, dizendo que não tem “nenhum problema” com Alexandre de Moraes.
Paternidade
As peças, que devem começar a circular nas redes sociais de lideranças da direita, estão sendo produzidas pela equipe de campanha de Ricardo Nunes (MDB), prefeito que disputa a reeleição e aparece embolado com Marçal e Guilherme Boulos no topo da preferência dos eleitores, segundo as principais pesquisas de opinião.
Enredo
O candidato a prefeito pelo PRTB gravou no final da tarde de 7 de setembro um vídeo dizendo que foi impedido de subir no palanque de Bolsonaro. “Ceis acreditam que eu fui subir no caminhão e não deixaram? Então brigada pelo carinho, não sei quem mandou fechar o caminhão”, diz Marçal no vídeo.
Olhar futuro
Ao longo do ato, também foi esticada na avenida Paulista uma bandeira gigante com o desenho da bandeira do Brasil e a inscrição “Bolsonaro parou. Marçal começou. Pablo Marçal presidente do Brasil”.
Incômodo
Até a semana passada, o ex-presidente mantinha uma trégua com Marçal, depois de ataques mútuos em entrevistas e nas redes sociais. Mas o combo vídeo + faixa irritou o ex-presidente, que passou a distribuir em suas listas de transmissão as fotos com mensagens como: “Para ele a liberdade que se exploda”.
Controvérsia
Na resposta a Marçal que começou a circular na noite de domingo (8), Malafaia diz que Marçal chegou ao ato de 7 de setembro depois que acabou. Segundo o deputado federal Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), quando o ex-coach chegou ao ato e tentou subir no carro de som, Bolsonaro estava descendo. “Os seguranças disseram que não dava para ele subir porque o (ex-) presidente estava descendo. O ato já tinha acabado.”
Serenidade
Numa mensagem que Bolsonaro mandou em suas listas, ele (Malafaia) afirma que Ricardo Nunes e Maria Helena estiveram no ato e “tiveram uma conduta exemplar e respeitosa, à altura das pautas defendidas: “liberdade, anistia e equilíbrio entre os três Poderes”. E prossegue, sobre Marçal: “O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso (com o evento já encerrado) quando então surgiu o candidato Pablo Marçal que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque as custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias.”
Idas e vindas
Malafaia, que foi um dos organizadores do ato, é também parte da ala bolsonarista que combate Marçal e apoia Nunes. Depois do episódio, ele também passou a divulgar em suas redes que dará uma resposta a Marçal.
Pano de fundo
Os vídeos e a resposta de Malafaia a Marçal iniciam uma ofensiva que pretende desidratar o candidato do PRTB, que vem ganhando espaço entre os eleitores do ex-presidente e ameaçando tomar a liderança da direita. Segundo o deputado Sóstenes, que é o aliado mais próximo de Malafaia no Congresso, estão previstos mais vídeos sobre Marçal, com a finalidade de “esclarecer quem é o verdadeiro Pablo”.
Enfermidade
Uma das peças que ainda está para sair vai explorar respostas sobre religião que Marçal deu no Roda Viva, da TV Cultura, em que ele não se declara de uma igreja específica. “Ele deixa claro que não tem pastor e não tem liderança, porque é um enfermo. E a enfermidade dele é a megalomania. O povo evangélico sabe disso”, diz o deputado Sóstenes.