O prefeito petista de Assis Brasil, Jerry Correia, em que pese o PT possuir candidatura própria ao governo do Acre, expressou seu apoio à reeleição do governador Gladson Cameli (PP) valendo-se do argumento que que seu apoio está acima de qualquer questão ideológica e tem objetivo de manter a boa parceria do governo com sua administração.
Pragmatismo
“Eu não poderia ficar esperando simplesmente as decisões lá do andar de cima, como eu costumo dizer pautarem aqui os nossos destinos. Eu não vejo dessa forma. Nós não fomos pro debate. Os quatro prefeitos que o PT tem não foram convidados para discutir, para debater, para deixar algo planejado. Como todos sabem foi surpresa pra todos de última hora o lançamento dessa candidatura que eu respeito muito, respeito meus companheiros do PT, não quero sair do PT, não pretendo ir pra direita de forma alguma, não voto, não apoio o Bolsonaro, meu candidatos na sua grande maioria são do PT, mas a minha palavra para governo foi dada ao governador Gladson Cameli e a gente vai sustentar”, argui Correia para explicar sua decisão.
Argumentos
E vai além: “Eu espero que o PT entenda isso. Meu compromisso maior é com Assis Brasil. Eu tenho absoluta certeza que o que está acontecendo aqui, a gente sendo opositores, muito mais irá acontecer eu apoiando a reeleição do Gladson, Assis Brasil apoiando a reeleição do Gladson, ele sendo reeleito, não tenho dúvida de que nós vamos entregar uma outra cidade diferente”, raciocina.
Trair e coçar...
A tomada de posição de Jerry também encontra guarida em outro prefeito petista no palanque de Gladson: o prefeito Isaac Lima, de Mâncio Lima, já pede votos para o governador. Fernanda Hassem, de Brasileia, também já teria acenado para um eventual apoio a Gladson. Apenas o prefeito de Xapuri, Bira Vasconcelos, é fiel ao candidato do partido, o ex-governador e ex-senador Jorge Viana.
Discordância
O diretório municipal de Assis Brasil discorda da postura do prefeito, assim como a direção regional da sigla. Procurado para comentar a contenda interna do PT de Assis Brasil, Cesário Braga, presidente licenciado do PT/Acre e candidato a deputado estadual, lamentou a escolha do prefeito. “Lamento muito e não concordo, muito menos apoio ou avalizo essa decisão do Jerry. Respeito suas escolhas, mas me incomoda muito estarmos em palanques opostos, crescemos juntos no PT”, lembra Cesário.
Com teto
A advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ser proprietária de uma mansão que, até no ano passado, ela dizia alugar. Não há registro oficial em cartório, no entanto, que ela tenha comprado o imóvel desde então. A iformação foi veiculada ontem, 31, pelo jornalista Daniel Gullino, do jornal O Globo.
Incongruência
Ana Cristina é candidata a deputada distrital pelo PP, em Brasília. Em sua declaração de bens apresentada ao TSE, ela informou ser dona de uma casa no Lago Sul, área nobre de Brasília. Ela se mudou para o imóvel no ano passado. Na época, no entanto, dizia que pagava para morar no local. A alteração foi revelada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo Globo.
Verdade ofuscada
Em agosto do ano passado, o portal Uol e a revista Veja revelaram que Ana Cristina e Jair Renan Bolsonaro, filho dela e do presidente, haviam se mudado para a casa. De acordo com a escritura, a mansão foi comprada em maio de 2021, por R$ 2,9 milhões, pelo corretor de imóveis Geraldo Antônio Machado. Ao TSE, a candidata informou que a casa vale R$ 829 mil. Até o momento, não há registro de que ela tenha comprado o imóvel, de acordo com dados do 1º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal, onde a casa está registrada.
Estratégia
A equipe de Jair Bolsonaro vai intensificar nos próximos dias propagandas que reforcem a promessa de manter o Auxílio Brasil de R$ 600 em um eventual segundo mandato. Além de responder às críticas de que o Orçamento de 2023 não prevê o valor, a mensagem será somada a dados positivos de emprego e atividade divulgados nesta semana.
Obstáculos
A campanha queria ter explorado esses pontos antes, mas a participação do presidente na TV fez com que ficassem na defensiva e focassem em temas como covid e mulheres. A rota deve mudar e bolsonaristas dizem que o presidente se sente confortável hoje até para falar de inflação, embora reconheçam que é efeito da redução forçada nos impostos dos Estados sobre os combustíveis.
Temperatura
Pesquisa Ipespe desta quarta (31) mostrou que a percepção de inflação nos eleitores recuou entre junho e agosto – as entrevistas foram feitas de sexta (26) a segunda (29). Os que disseram esperar que a inflação vai acelerar caiu de 63% em junho para 40% agora. Os que preveem queda de preços subiram de 13% para 31%.
Povos da floresta
O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, receberá nesta sexta-feira (2), em Belém, uma carta assinada por 27 cientistas e acadêmicos especialistas em Amazônia em um encontro com representantes de indígenas e quilombolas no Parque dos Igarapés.
Chancela
Entre os signatários, estão o ex-presidente da Funai Márcio Augusto Freitas de Meira e o reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho. O documento, que será entregue pela pesquisadora Ima Célia Vieira, do Museu Goeldi, pede investimentos maciços na região e a criação de um programa de pesquisas em conhecimento, conservação e uso sustentável da biodiversidade.
Calcanhar de Aquiles
Em visita à região, Lula expõe uma das fragilidades da gestão do rival, Jair Bolsonaro (PL). Para se contrapor ao presidente, o petista tem prometido criar um programa de desenvolvimento da região com foco na indústria de fármacos e cosméticos. No seu governo, porém, não conseguiu tirar isso do papel.
Paternidade
No debate da Band, no último domingo, 28, Lula errou números sobre o desmatamento da Amazônia, dizendo que havia sido durante o seu governo o registro mais baixo de devastação da floresta. Isso na verdade ocorreu em 2012, na gestão de Dilma Rousseff. Foi essa declaração de Lula que desencadeou a briga entre o deputado André Janones (Avante) e o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que chamou o petista de mentiroso. Janones respondeu, devolvendo o xingamento ao bolsonarista.
Passando a boiada
O governo prepara decreto para desbloquear boa parte das emendas de relator, o chamado orçamento secreto, nos próximos dias. Cerca de R$ 8 bilhões foram congelados pelo Ministério da Economia para cobrir despesas com o setor cultural previstas na Lei Paulo Gustavo e também com o FNDCT, de ciência e tecnologia. Com a publicação de uma medida provisória na última segunda-feira adiando esses compromissos para 2023, o governo deverá liberar verbas prometidas a deputados de acordo com critérios de Arthur Lira (PP-AL). Apesar de transferências a Estados e municípios serem vedadas durante o período eleitoral, a medida garante que as despesas serão cumpridas, vença quem vencer a eleição.