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Jamaxi

De mal a pior

Como não há nada tão ruim que não possa piorar, o país amanheceu esta quinta-feira 04/03 com a informação de que o governo do presidente Jair Bolsonaro pretende prorrogar o Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm). Se alguém não lembra, a medida prevê a suspensão de contratos de trabalho e redução de salário, por quatro meses neste ano. 

Seguro-desemprego

A intenção do governo é repetir o que foi feito em 2020. Ou seja, dividir o custo da compensação financeira com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), por meio de antecipação do seguro-desemprego. 

Pinceladas 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que o programa será renovado, mas não deu detalhes. Se a idéia dos técnicos da área econômica prosperar, a União bancaria dois meses da compensação por perda total ou parcial de renda ao trabalhador e o restante do período seria financiado por uma antecipação do seguro-desemprego. 

Sinalização 

A proposta ainda enfrenta resistência política. Além disso, mesmo compartilhando os custos com o FAT, que banca o seguro-desemprego, a União ainda não sabe de onde retiraria o recurso para custear sua parte do ressarcimento ao trabalhador. Diante da perspectiva de aumento do desemprego devido ao recrudescimento da pandemia e seu reflexo na atividade econômica, a expectativa dos técnicos do governo é que a medida não demore para ser relançada. A tendência é que seja ainda neste mês.


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Novo auxílio 

Em Brasília, o assunto envolvendo política e economia foi a aprovação, em segunda votação, nesta quinta-feira 04/03, pelo Senado Federal, do texto-base da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) Emergencial, aquela que foi relatada pelo senador Márcio Bittar (MDB-Acre) e que prevê o retorno do auxílio emergencial. O texto recebeu o aval de 62 senadores e 14 votos contrários – dos senadores de oposição ao governo, incluindo o PT.

Márcio Bittar comemora

A ideia dos senadores de oposição era retirar do texto qualquer outra referência que não fosse relativa ao auxílio emergencial. A oposição acusou Márcio Bittar de incluir o que chama de “jabuti” na PEC do Auxílio Emergencial, com propostas de ajustes fiscais. Mesmo tendo que recuar em relação à apresentação do primeiro texto, o senador Márcio Bittar, em telefonemas a amigos e aliados no Acre, comemorou a aprovação como uma vitória política sua.   

Na conta 

Agora, o projeto seguirá para a Câmara, onde tramitará em regime especial de urgência. Se for aprovado sem alterações, poderá ser promulgado. O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), já afirmou que a expectativa é pelo início do pagamento em março. Cerca de 40 milhões de brasileiros devem ser contemplados com quatro parcelas até junho. O valor não consta da PEC aprovada, mas deve ficar entre R$ 250 a R$ 300.

Influência 

Graças à ação de Bittar, devidamente orientada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, a medida permite a suspensão de parte das regras fiscais pelo tempo que for necessário para que o governo possa pagar despesas emergenciais, como o auxílio, fora do teto de gastos – regra que limita as despesas da União. Após discussão dos Senadores, a PEC Emergencial fixa o limite de R$ 44 bilhões que poderão ser gastos com o benefício.

Berlinda 

Por aqui, os políticos mais citados nas redes sociais nesta quinta-feira foram o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP). Embora por motivos de diversos, os dois passaram a apanhar mais que cachorros em missa. O primeiro, por ter dito que chegou até a se humilhar para conseguir UTIs para dois de seus assessores, que morreram por Covid nas últims 24 horas, E o segundo por mais uma viagem a Brasília.

Palpite infeliz 

Sobre Petecão, houve quem lembrasse da resposta que ele deu a uma pergunta do jornalista Gabriel Rotta, da TV Gazeta, quando este o indagou sobre vacina e o covid, logo após às eleições do ano passado. Com uma sinceridade assustadora, Petecão disse na entrevista que nada sabia sobre o assunto e que sua especialidade era, na verdade, pedir votos e vender gasolina. 

Inércia 

Por conta da resposta, os críticos do parlamentar disseram que ele faz pouco caso da pandemia e que nunca usou sua influência em Brasília nem o poder de seu mandato para conseguir do governo federal UTIs, equipamentos, vacinas ou recursos para combater a doença.

Pendenga 

Sérgio Petecão, que já pegou a doença e teve que se tratar em São Paulo e que também enfrentou o problema da doença do imão conhecido por “Xis”, foi acusado de ter negligenciado com a saúde dos assessores mortos, Carlos Alberto, o Beto, e o motorista Doca, que morreram num intervalo de 48 horas de um para o outro. Doca chegou a gravar áudios pedindo socorro e citando o senador. Amigos de Doca disseram que, já que Petecão dizia ser tão amigo dele, por que não usou seus recursos para transferir o rapaz para São Paulo, numa UTI aérea, mas o senador seria ruim de meter a mão no bolso? Petecão não respondeu. 

Posição 

Sobre o assunto, o médico Oswaldo Leal, diretor-técnico do Into, o hospital de campanha no qual morreu o assessor de Petecão, o motorista conhecido por Doca, na noite da última quarta-feira, diante das declarações do senador, veio a público falar sobre o assunto.

A sala da morte

Citando a vítima pelas iniciais  R. N. S. L., de 58 anos, o médico falou sobre a chamada “Sala vermelha”, citada por Petecão como “Sala da Morte”. Segundo o médico, a vítima estava com sintomas de Covid-19 há oito dias e estava em tratamento domiciliar, sem apresentar melhoras e na sua própria casa. No domingo, 21 de fevereiro, foi internado no Hospital de Campanha do Into, iniciando tratamento com O2:15l/mim em máscara-reservatório, ventilação não invasiva (VNI) e tratamento medicamentoso de suporte.

Versão 

De acordo com a nota assinada por Oswaldo Leal, o estado do paciente evoluiu com piora do quadro, sendo indicado no dia 2 de março procedimento de intubação orotraqueal (IOT), em sala vermelha, com suporte de ventilação e monitoramento, sendo-lhe solicitada vaga de UTI. Na quarta-feira, dos 26 leitos existente de UTI no Into, 24 (92,3%) estavam ocupados. Dos 90 leitos clínicos existentes, 72 (80%) estavam ocupados, conforme dados do boletim de Acompanhamento da Ocupação de Leitos em decorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 

Prioridades 

De acordo com o médico, a sala da morte, no dizer de Petecão, “dispõe de todos os equipamentos e assistência ofertados em um leito de UTI, destinada a manter a vida do paciente enquanto é providenciada a transferência. Após a intubação, manteve instabilidade hemodinâmica e no início da noite de quarta-feira, 3, teve parada cardiorrespiratória (PCR) após broncoespasmo severo não revertido com os protocolos de broncoespasmo e ressuscitação cardiopulmonar”. 

As viagens de Bocalom

Já as críticas a Tião Boclaom vieram por mais uma viagem do prefeito a Brasília, sob a alegação de busca de recursos. Seus críticos dizem que é mentira. Ele não iria a Brasília propriamente dito. Iria a uma cidade mineira, a 250 quilômetros de Brasília, onde vive sua família, incluindo a primeira-dama, dona Bete Bocalom, acamada com uma doença degenerativa. 

Passando a limpo

O vereador Emerson Jarude (MDB) foi à jugular do prefeito dizendo que ele viaja para visitar a família com diárias pagas pela Prefeitura. Segundo o vereador, desde que assumiu, em pouco mais de 60 dias, Bocalom já teria acumulado R$ 15 mil em diárias. 

Não é bem assim!

O chefe de gabinete civil da Prefeitura, Artur Neto, veio a público dizer que Jarude se enganou em relação aos números. Segundo o assessor, Bocalom teria devolvido mais de R$ 6 mil em diárias porque uma viagem que deveria ter ocorrido em fevereiro, não aconteceu.

Fui!

Segundo Artur Neto, o dinheiro votou aos cofres municipais. Financiado ou não pelas diárias, as constantes viagens de Bocalon, ainda que para visitar a esposa doente, estão incomodando inclusive seus aliados, principalmente vereadores na Câmara Municipal, que já apelidaram a Prefeitura de “Bocalom Tour”, uma agência de viagens na ironia fina dos críticos do prefeito.

Sugestão

Um desses vereadores diz que, se sabia que teria que se dividir entre Rio Branco e acidade onde vive sua esposa e outros familiares, Bocalom jamais deveria ter se candidato a prefeito, um cargo que exige dedicação total face à gama de problemas. A sugestão do vereador é que o prefeito deveria trazer a família para Rio Branco, inclusive a esposa doente. Se dona Bete vive sob uma cama com uma garrafa de oxigênio ao lado, ela poderia muito bem ser assistida na capital onde o marido é prefeito, apontou o vereador.