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Crime cibernético

Crime cibernético

O delegado de Polícia Civil Robert Alencar, titular da Polinter (Polícia Interestadual no Acre) e responsável pela apuração de crimes cibernéticos cometidos com o uso da rede mundial de computadores da internet, disse, nesta sexta-feira (5), que o servidor público José Fernandes Ferreira Lima, o “Dudé”, 59 anos, foi mais uma vítima de falsários e estelionatários que agem no mundo digital. “Ele foi vítima no mínimo de dois crimes: do golpe do nudes e crime de difamação ao tornarem pública uma conversa privada”, disse o delegado.

Vítima 

O delegado Robert Alencar disse não ter encontrado, ao longo da apuração, qualquer fato que possa ligar Dudé Lima ao cometimento de crime, principalmente o de troca de cargos por sexo, como chegou a ser divulgado por setores da imprensa. “Ele foi vítima duas vezes”, definiu o delegado. O primeiro caso, por ter caído no golpe de aceitar as fotos de um site pornográfico como sendo de uma pessoa real e uma mulher local. O outro caso foi o de ter conversas intimas vazadas ao público, o que é violação de privacidade, um crime catalogado pela legislação brasileira.

De volta ao começo 

Ao tomar conhecimento do resultado do inquérito policial, Dudé Lima disse que, com o parecerda Polícia Civil de que ele não cometeu crime e que no fundo foi vítima, vai voltar às funções na Expoacre 2023, na próxima segunda-feira (8).

Dura lex, sed lex

“Eu só devo satisfação ao governador Gladson Cameli, que me convidou para a função e ao senhor Júlio César, que me levou para o Governo. Quem tentou me prejudicar, vai ter que se ver com a polícia”, disse Lima, ao revelar que não pretende tomar nenhuma atitude de vingança contra as pessoas quando elas forem descobertas. “Vou entregar para Deus. Não sou uma pessoa má e quero que essas pessoas respondam legalmente perante à lei, mas eu, particularmente, não vou tomar nenhuma atitude contra elas. Deixarei que a Polícia faça seu trabalho”, acrescentou.

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Agenda 

O governador Gladson Cameli (PP) participa na próxima semana, em Washington e Miami, nos EUA, da Missão dos Estados Subnacionais Membros da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Floresta (GCF), intitulada “Missão dos Estados GCFTF aos Estados Unidos – Reuniões de Desenvolvimento de Parcerias Estratégicas”.

Planos e metas

A agenda faz parte do esforço desprendido pelo governador no sentido de buscar inserir, de forma atuante no mercado nacional e internacional, o Acre nas pautas de sustentabilidade, participando de reuniões frequentes sobre negócios que potencializem investimentos locais. 

Pautas 

A agenda decorre do convite da direção internacional da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Floresta (GCF). Ele embarca neste fim de semana para Washington, onde tratará de pautas ambientais com instituições doadoras governamentais e bilaterais dos Estados Unidos. 

O governador também participará de reuniões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com dirigentes do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF-8), um dos maiores financiadores de projetos ambientais no mundo.

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Protagonismo 

O senador Marcio Bittar pode vir a ser o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar o repasse dos recursos públicos federais a estrangeiros representantes das organizações não governamentais (ONGs) e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscipis).

Composição 

Blocos de oposição no Senado iniciaram, ontem, quinta-feira (4), suas indicações à CPI. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) deverá presidir a comissão, ficando Marcio Bittar (União-AC) com a vice-presidência. A CPI terá 11 membros titulares e sete suplentes, e 130 dias para concluir as investigações, que vai considerar os repasses feitos pela União entre o período de janeiro de 2022 a janeiro deste ano.

Fisgado pela boca 

A força-tarefa da Polícia Federal que investiga a morte de Marielle Franco (PSOL-RJ) ouviu na quarta-feira (3) o militar da reserva e ex-candidato a deputado estadual Ailton Barros (PL-RJ). Os investigadores pediram para tomar o depoimento dele após tomarem conhecimento da mensagem de áudio – enviada por Ailton ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – na qual Barros dizia saber quem mandou matar a vereadora em 2018.

Lupa 

Segundo apurado, no depoimento, o militar apresentou elementos que serão esmiuçados pela força-tarefa. Ailton Barros e Mauro Cid foram presos nesta quarta-feira (3) na Operação Venire da Polícia Federal, que apura fraudes em cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de pessoas de seu entorno. A fala de Barros sobre Marielle apareceu em conversa dos dois militares interceptada pela PF, mas não tem relação com a investigação a respeito dos cartões de vacina nem com Bolsonaro.

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Sacrifício 

Preso numa unidade militar de Brasília desde quarta-feira, o coronel Mauro Cid enviou uma mensagem para Bolsonaro abaixo da linha d’água. Valendo-se de intermediários, mandou dizer que não cogita incriminá-lo no caso da falsificação de cartões de vacina. Cercado pelas evidências recolhidas pela Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens pretende assumir sozinho a responsabilidade por tudo o que as provas colecionadas pela Polícia Federal tornarem irrefutável. 

Maquinação 

A lealdade de Mauro Cid orna com o enredo construído pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo. Mas destoa da percepção do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Braço direito de Augusto Aras, Lindôra sustentou em manifestação ao Supremo que, de acordo com o que viu no processo, Mauro Cid teria “arquitetado e capitaneado toda a ação criminosa, à revelia, sem o conhecimento e sem a anuência” de Bolsonaro.

Gregório Fortunato II

Por todos os ingredientes envolvidos nessa fidelidade canina do militar que se tornou uma figura poderosa no governo passado, sempre ao lado do ex-capitão, o “coronel Cid”, como é chamado, fez lembrar de um personagem semelhante, Gregório Fortunato (1900-1962), que se tornou conhecido como o “Anjo Negro” de Getúlio Vargas (1882-1954), o temido chefe da sua guarda pessoal no Estado Novo e no período democrático. 

A força do poder

Gregório e Cid tiveram muito mais poder junto aos presidentes do que se imagina de um segurança, mais até do que a maioria dos ministros. Em troca, faziam tudo que o seu chefe mandava, sem perguntar se as ordens estavam dentro da lei, e faziam até o que ele não pedia para protegê-lo de inimigos e ameaças.

Matando no peito 

Mauro Cid agora quer convencer os investigadores que agiu por conta própria na falsificação dos documentos, sem falar com o ex-presidente, que mais uma vez não sabia de nada, para a eventualidade de lhe pedirem atestado de vacina em sua fuga para os Estados Unidos, na véspera do final do mandato. 

Fim trágico

O “Anjo Negro”, por sua vez, levou sua fidelidade a Vargas a ferro e fogo até o fim, assumindo toda a culpa pelo célebre atentado da rua Tonelero contra Carlos Lacerda, o governador carioca que fazia campanha para derrubar o presidente, em que acabou morrendo o militar Rubens Florentino Vaz, major da Aeronáutica. O episódio provocou uma crise militar sem precedentes que em poucas semanas acabou levando Getúlio Vargas ao suicídio, com um tiro no peito, no Palácio do Catete, em 24 de agosto de 1954.