O secretário municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa), Rennan Biths foi convocado pelos ereadores da capital acreana para prestar esclarecimentos sobre a aquisição - sem licitação -dos mosquitos da dengue modificados geneticamente.
Custos
A prefeitura da capital acreana desembolsou quase R$ 5 milhões no ano passado para aquisição dos ovos do inseto, destinado ao controle biológico do mosquito aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, da chikungunha e zika vírus.
Subscrição
O município de Rio Branco registra um novo surto de dengue, mas com a chegada do sorotipo (DEN/3) pode ser uma pandemia da doença. Os vereadores Fábio Araújo (MDB), Neném Almeida (MDB), Zé Lopes (Republicanos) e André Kamai (PT) assinaram o pedido de requerimento do vereador Eber machado (MDB) que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.
Comparativo
Na seção de quinta feira última, 13, Eber Machado chegou a exibir uma caixa com um kit de ovos do mosquito Aedes aegypti modificado geneticamente que adquiriu no estado de Goiás por R$ 280, enquanto a prefeitura desembolsou quase R$ 300 por cada caixa com 16,2 mil unidades, com validade de quase 60 dias.
Entra e sai
A compra sem licitação ocorreu durante a gestão do ex--secretário Eliatian Nogueira, com contrapartida do apoio do partido União Brasil à reeleição do prefeito Tião Bocalom (PL).
Assim que foi exonerado do comando da Semsa em novembro do ano passado, o secretário municipal de Gestão Administrativa, Dougllas Jonathan Santiago de Souza, assumiu interinamente o cargo de secretário de Saúde.
Contraponto
O atual secretário municipal de saúde, economista Rennan Biths, rebateu as acusações da oposição, confirmando a compra e recebimento do produto para uma emissora de televisão local. Antecipou que a prefeitura distribuir os kits adquiridos de um laboratório da região do Centro -Oeste. “Estamos trabalhando para implementação da nova tecnologia de controle biológico, o processo de aquisição foi realizado ano passado, obedeceu todos os critérios de entrega do produto e o pagamento “, declarou o gestor municipal.
Pulso
A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu 11 pontos percentuais, de 35% para 24%, nos últimos dois meses, segundo nova pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira. O atual patamar de ótimo/bom, no início da segunda metade do terceiro mandato de Lula, é inédito para o petista em todas as suas gestões à frente do Palácio do Planalto.
Variação
A avaliação negativa do governo (ruim ou péssima) também é recorde e subiu, no período, de 34% para 41%. Já o percentual da população que considera a gestão regular variou de 29%, em dezembro, para 32% no levantamento mais recente.
Movimentação
O movimento de queda da percepção positiva do governo Lula foi puxado pelos segmentos que formam a base eleitoral do presidente, em especial a população com renda de até dois salários mínimos, fatia que representa pouco mais da metade da amostra da pesquisa.
Impacto
A mudança ocorre ainda após a crise envolvendo o monitoramento de transações financeiras superiores a R$ 5 mil, incluindo as por Pix, que acabou revogada pela Receita Federal diante da recepção negativa e da disseminação de desinformação sobre a medida nas redes sociais. Outro tema que pressiona a popularidade e gera preocupação no próprio governo é a alta na inflação dos alimentos.
Percentuais
O movimento de queda da percepção positiva do governo Lula foi puxado pelos segmentos que formam a base eleitoral do presidente, em especial a população com renda de até dois salários mínimos, fatia que representa pouco mais da metade da amostra da pesquisa.
Ícones
A mudança ocorre ainda após a crise envolvendo o monitoramento de transações financeiras superiores a R$ 5 mil, incluindo as por Pix, que acabou revogada pela Receita Federal diante da recepção negativa e da disseminação de desinformação sobre a medida nas redes sociais. Outro tema que pressiona a popularidade e gera preocupação no próprio governo é a alta na inflação dos alimentos.
Dados técnicos
A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira ouviu presencialmente com 2.007 eleitores de 16 anos ou mais em 10 e 11 de fevereiro. A margem de erro geral da pesquisa é de dois pontos percentuais.
Outro olhar
No mês passado, a pesquisa Genial/Quaest, feita entre 23 e 26 de janeiro, já havia detectado recuo na aprovação ao governo Lula . O instituto mostrou queda de cinco pontos, de 52% para 47%, no indicador, que ficou pela primeira vez atrás do percentual dos que reprovam a atual gestão (49%). Já avaliação negativa passou de 31% para 37%, enquanto a positiva variou de 33% para 31%. A margem de erro é de um ponto percentual.
Opiniões
Especialistas são unânimes ao avaliar que, embora Lula tenha acertado ao reconhecer a necessidade de mudar a comunicação do Planalto trazendo para a Esplanada o ministro Sidônio Palmeira, esta não é uma bala de prata capaz de reverter, sozinha, a curva da rejeição do governo. Assim como não o são as viagens de Lula nas últimas semanas.
Diagnóstico
“O governo sofreu um nocaute no episódio do Pix, num processo que mostrou que a oposição tem muita bala na agulha para construir narrativas sobre algo que importa muito para as pessoas, que é o próprio dinheiro, e que o governo tem sido incapaz de combater. O governo até agora não tem uma cara, um eixo claro. Lula resgatou programas de 20 anos atrás e sua gestão agora está pouco antenada com o mundo de hoje”, analisa o cientista político Eduardo Grin, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Vazio
De acordo com a professora Camila Rocha, diretora do Centro para Imaginação Crítica do Cebrap, pesquisas qualitativas feitas ao longo dos últimos meses vinham indicando a “falta de entusiasmo” dos eleitores com o governo, o que agora se acentuou e deu lugar à avaliação de que “de fato, as coisas não estão decolando”.
Percepção
“Temos percebido que esse desânimo atingiu o próprio eleitorado do Lula, que agora reclama mais do aumento do custo de vida e da comunicação do governo. Como se o presidente não desse a cara a tapa e estivesse na defensiva. O episódio do Pix só piorou essa percepção, deixando o contraste de uma direita com comunicação ágil enquanto o governo se mostrava incapaz de contrapor”, diz Camila .
Açodamento
Os problemas na comunicação do Planalto surgem tanto no silêncio quanto na fala. Declarações do presidente como a sugestão feita no início do mês para que as pessoas não comprem algo no supermercado se acharem caro contribuem para o derretimento da imagem do governo, avalia Carlos Ranulfo, da UFMG.
Solavanco
“O governo precisa apresentar resultados. O governo tem dados bons no nível macro, como a queda da taxa de desemprego e alta do Produto Interno Bruto (PIB). Mas as pessoas vivem no nível micro. Elas querem saber do preço que pagam na comida no supermercado, se a vida está melhorando — afirma Ranulfo, que sugere “cautela” com resultados da nova pesquisa, já que estes podem indicar um “solavanco””.