Na tarde de ontem, 8/02, o deputado federal Flaviano Melo, em visita ao MDB Nacional (Brasília), esteve reunido com o presidente da sigla, deputado Baleia Rossi. No encontro, além do cenário político nacional, os dois parlamentares falaram sobre as federações (junção de partidos com estatuto próprio em substituição às antigas coligações).
Esmiuçando
Para Flaviano no Estado do Acre, por exemplo, o assunto ainda não está devidamente esclarecido. “É preciso amadurecer a compreensão dessas novas formações e, mais do que isso, é preciso que o eleitor entenda do que se trata. O MDB se preocupa com isso”, aponta Flaviano.
Chispa!
O ex-conselheiro do governo Gladson Cameli , que ao ser nomeado ganhou o ápodo de notável, o ativista político Paulo Ximenes foi exonerado ontem, terça-feira (8), do cargo de chefe de departamento pelo governador. Ximenes também já foi presidente do extinto DEM.
Termômetro
O resultado da pesquisa Genial/Quaest de fevereiro, divulgada hoje, 09/02, indica que, até este momento, a terceira via não decolou. Nem o ex-juiz Sérgio Moro nem o governador João Dória (SP) estão conseguindo arrebatar o voto dos eleitores que poderiam escolher um candidato que não fosse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o atual presidente Jair Bolsonaro. Em diversos cenários, Moro se manteve entre 7% e 9% da preferência do eleitorado, mas o ex-governador Ciro Gomes voltou a encostar. Já Dória oscila entre 2% e 3%.
Nitidez
Quando os entrevistados são provocados a responder se não pretendem mais mudar sua escolha, a polarização fica ainda mais evidente. No total, 58% dos eleitores dizem que já têm candidato em definitivo, e 40% afirmam que ainda podem mudar de ideia. Entre os apoiadores de Bolsonaro, 65% dizem que é a escolha final, contra 35% que ainda não tem certeza. Entre os apoiadores de Lula, esse número é de 74% convictos e 25% que não se mostram tão certos.
Cenários
Ao avaliar os candidatos da terceira via, o quadro é outro. Do total de eleitores de Dória, 73% podem ter outra opção - apenas 27% apoiam em definitivo o governador. Nos apoiadores de Moro, 30% seguem com ele e 70% ainda não estão fechados. E, no caso de Ciro, 43% já se decidiram e outros 53% afirmam que podem mudar.
Opção definida
Na pesquisa estimulada, em que os entrevistados são apresentados aos candidatos colocados até o momento, Lula varia de 45% a 47% e Bolsonaro, de 23% a 26%. Já na pesquisa espontânea, o número de indecisos passou de 52% para 48%, Lula chegou a 28% e Bolsonaro manteve 16%. A pesquisa Genial/Quaest fez duas mil entrevistas entre 3 e 6 de fevereiro e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Rejeição
Em relação à avaliação do governo, Bolsonaro continua com mais de 50% de rejeição -- este mês, chegou a 51%, contra 50% de janeiro, mas dentro da margem de erro. Além disso, 80% dos brasileiros desaprovam a maneira como o presidente conduz o combate à inflação; 65% são críticos ao combate à violência; 63% reclamam do combate à pandemia; 62% consideram negativas as políticas de geração de empregos; e 61% consideram negativa a forma como Bolsonaro combate a corrupção. Para 35% dos entrevistados, o maior problema do país neste momento é a economia. Outros 27% dizem que é a saúde.
Metodologia
A Pesquisa Genial/Quaest, que trabalha com metodologia inédita de acompanhamento da opinião pública brasileira, começou em julho de 2021 e se estenderá até novembro de 2022. No total, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação, abrangendo 123 municípios.
Leitura
A partir das entrevistas domiciliares, é feita a decupagem, análise e estratificação dos dados por sexo, idade, escolaridade, renda e População Economicamente Ativa (PEA). A pesquisa também recebe tratamento estatístico de pós-estratificação para reduzir as chances de viés de seleção e de não-resposta. Trata-se do primeiro levantamento feito em âmbito nacional que combina coleta domiciliar com modelagem em pós-estratificação. O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.
Obstáculo
A propósito de desempenho eleitoral, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou ao jornal Estadão nesta quarta-feira, 9, que a avaliação da gestão de João Doria no governo de São Paulo preocupa uma ala do partido. O temor é que a rejeição do governador no Estado – onde o PSDB costuma ter bons resultados em eleições presidenciais – impeça o crescimento do projeto presidencial do partido.
Alerta geral
“Mais que o baixo desempenho nas pesquisas, apesar da intensa exposição, especialmente pós-previas, o que mais preocupa a estes líderes do partido é a altíssima e persistente rejeição que o candidato escolhido tem no seu próprio Estado, a 45 dias de deixar o mandato”, declarou Leite à reportagem.
Repulsa
Pesquisa mais recente do Datafolha, de dezembro, mostra que a gestão de Doria é rejeitada por 38% do Estado, aprovada por 24% e considerada “regular” por 37%. “Se não consegue mostrar tendência de melhora no mandato, pode ser ainda mais difícil depois”, disse o governador gaúcho.
Comensais
Leite, que perdeu as prévias tucanas para o paulista, esteve na noite de ontem, 8, em jantar promovido pelo ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB Pimenta da Veiga. O encontro reuniu caciques do partido que encabeçam um movimento contra a pré-candidatura de Doria a presidente. O deputado Aécio Neves (MG), o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-senador José Aníbal (SP) participaram do encontro.
Conversas amenas
Apesar da conhecida resistência dos políticos a Doria, Leite negou que tenha sido tomada qualquer decisão de saída do partido ou desembarque da pré-candidatura presidencial tucana. “Não há qualquer encaminhamento sobre desembarque de candidatura ou saída do partido”, afirmou.
Aprofundando decisões
De acordo com ele, a partir de agora a ideia é ampliar o debate sobre a revisão da candidatura com o partido. Leite e outros tucanos anti-Doria combinaram que vão exigir do governador paulista e de sua equipe de campanha, o que inclui o presidente do PSDB, Bruno Araújo, coordenador da campanha de Doria, um plano detalhado que mostre que ainda daria para reverter o quadro desfavorável.
Apronto final
“Conversamos e ponderamos sobre o cenário e perspectivas e iremos fazer a discussão internamente no partido. Todos desejam entender qual o plano de voo, o plano de ação que o candidato e sua equipe apresentam para reverter o quadro adverso. E é isso que será demandado”, disse.
Solução caseira
Com dificuldades para encontrar um nome que tope assumir a liderança do governo no Senado, o Palácio do Planalto avalia recorrer a uma solução caseira. A ideia em discussão seria fazer o atual líder do governo no Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), acumular as duas lideranças. A avaliação de ministros palacianos é de que o acúmulo seria possível na medida em que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ajudaria Gomes de maneira informal.
Multiplicidade
O cargo de líder do governo no Senado está vago desde 15 de dezembro de 2021, quando o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) entregou o cargo. Segundo apurado, a dificuldade para achar o substituto tem sido encontrar um senador que, ao mesmo tempo, agrade o presidente Jair Bolsonaro e tope assumir a função em pleno ano eleitoral.
Discurso
O plano inicial do Planalto era nomear o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), aliado de primeira hora do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como já fora noticiado, a ideia era Silveira, no entanto, este decidiu recusar o convite, por não ter apoio da direção do PSD e de parte da bancada da sigla no Senado. Diante das dificuldades para escolher um novo líder do governo, ministros do Palácio do Planalto dizem “não ter pressa” para anunciar o substituto de Fernando Bezerra.