Durante solenidade realizada hoje, 06, pela manhã, no paço municipal, foi formalizada a assinatura do decreto que regulamenta a Lei nº 2.027, instituindo o Programa de Compras Municipalizadas com Incentivos à Indústria Local, no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta do Município de Rio Branco.
Entusiasmo
“Essa pauta das compras governamentais é uma das agendas mais importantes da FIEAC. Por isso, estamos aqui para agradecer o prefeito Tião Bocalom (PP). Entendemos que, ao dar prioridade para as indústrias locais, o mercado é aquecido, o dinheiro circula cinco a seis vezes dentro do município, o empresário consegue contratar mais pessoas e vai reinvestir aqui. É um ganha-ganha”, comemorou João Paulo de Assis, presidente da FIEAC em exercício.
Compras Municipalizadas
A medida, de acordo com Bocalom, tem como objetivo fazer com que a riqueza local circule no âmbito municpal, pois, desta forma, todos se beneficiam. “Lutei a vida inteira pelo nosso projeto ‘Produzir para empregar’, porque acredito nele. Agora, é fazer com que aconteça. Rio Branco tem esse potencial, que é grande, e temos que despertá-lo. Não temos medo de desafios, vamos construir obras grandes”, garante.
Testemunha ocular
O diretor da FIEAC e presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas do Estado do Acre (Sindicer), Marcio Agiolfi, relata que acompanha há muitos anos a dificuldade de execução do projeto de pavimentação de ruas com tijolos. Ele afirma que é testemunha da dificuldade que a Prefeitura enfrenta para fazer as coisas acontecerem. “Vejo a revolta e indignação da equipe da Prefeitura por não conseguir contratar e destravar as compras do poder público. Tentamos, pela FIEAC, contribuir de alguma forma para isso, foi quando o projeto de compras governamentais foi concebido e, agora, agradecemos pela Prefeitura tê-lo acatado. Acredito que será um divisor de água para o setor”.
Radioatividade
De acordo com o presidente da Fieac João Paulo, a partir deste incentivo iniciado em Rio Branco, este mesmo modelo de compras governamentais será articulado pela FIEAC com as prefeituras do interior. “Já temos o apoio da capital para servir de exemplo”, destacou o empresário. “Nenhum sistema do mundo cresceu sem investimento na economia local. E investir na indústria é o início de tudo, pois ela incentiva os demais setores. Agradecemos a maturidade da equipe da Prefeitura por entender isso”, elogiou José Luiz Felício, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Alimentares do Estado do Acre (Sinpal).
Lado oculto
A derrubada da estátua de Chico Mendes, em Rio Branco, foi entendida como um recado aos povos e entidades que lutam para manter vivo o lema do seringueiro e ambientalista morto em 1988: explorar a Amazônia sem desmatar.
Fato
A estátua que foi alvo de atentado fica na Praça Povos da Floresta, no Centro da nossa capital. Na noite da última sexta-feira (1º), ela foi arrancada e deixada no chão. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que informou, em nota, que apura o caso e está em busca de suspeitos.
Leitura
“Por mais que tenha sido ação de vandalismo, representa o momento que estamos vivendo, não só em nosso estado, como também em nosso país”, afirma Elenira Mendes, filha de Chico. Elenira avança, dizendo que uma ação desse tipo ocorre por “falta de comprometimento com as políticas ambientais, o desrespeito com todos que se dedicam aos cuidados de nossas florestas e meio ambiente”.
Cortina de fumaça
Eu vejo como uma tentativa incansável de apagar a história de luta e legado do meu pai. Ele foi assassinado pelos mesmos interesses que alimentam e sustentam esse governo. Insatisfeitos, tentam deletar da história sua força e sua mensagem para humanidade”, sustenta a herdeira de Chico Mendes
Crueldade
Para Cosmo Capistrano da Silva, da coordenação regional da CPT (Comissão Pastoral da Terra) do Acre, o episódio vai muito além de um ato de vandalismo. “Eles estão fazendo isso conosco, porque essa história [de Chico Mendes] faz parte da gente.” Ainda jovem, Capistrano participou de embates em defesa da floresta e recorda que uma fala de Chico que marca o coordenador até hoje. “A gente ouvia dele, em algumas palestras, que ninguém matava a luta; poderiam matá-lo —como mataram mesmo— mas a luta nunca iam matar. E realmente a luta continua, e nós fazemos parte disso”, afirma. “Eles estão ameaçando, dizendo que são capazes de fazer [derrubar, como a estátua] também conosco. Nós fazemos parte da luta que Chico travou. A gente sabe que isso foi a mando de alguém.”.
Estratégia
O advogado e agrônomo Gumercindo Rodrigues, que foi parceiro e assessorou Chico Mendes em Xapuri (AC), diz que o vandalismo contra a estátua é parte de uma política para desconstruir os ideais de desenvolvimento sustentável. “Há uma ideia política por trás disso”, avalia. Ele afirma que o abandono de políticas locais de sustentabilidade não é recente. “O abandono é uma forma de deixar tentar destruir; mas não vão conseguir.”.
Supressão
Para Julio Barbosa Aquino, ex-prefeito de Xapuri e secretário-geral da Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes, o atentado teve como objetivo “assassinar a história de Chico depois de 30 anos”. “Eles querem fragilizar o movimento dos povos da floresta em defesa da Amazônia. É isso que temos visto nesses últimos tempos. Há um processo de vandalizar o Brasil, principalmente quando se fala em defensores do meio ambiente.”.
Fora das quatro linhas
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) analise se há indícios de interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações que envolvem o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores evangélicos. A movimentação ocorre no âmbito do Inquérito nº 4.896.
Ao arrepio da lei
A relatora do processo afirmou que vê uma “gravidade incontestável” na situação. Agora, cabe à equipe de Augusto Aras informar se há elementos para uma apuração formal contra Bolsonaro. Caso seja aberta uma investigação, o presidente da República poderá responder pelos crimes de favorecimento pessoal, violação de sigilo funcional e obstrução de justiça.
Pressentimento
Como foi revelado pelo site Metrópoles, o Ministério Público Federal enxergou a possibilidade de o mandatário ter avisado a Ribeiro que ele poderia ser alvo da operação policial. A PF investiga o possível favorecimento de pastores na distribuição de verbas do Ministério da Educação quando Ribeiro chefiava a pasta. Nas escutas telefônicas obtidas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, o ex-ministro Manoel Ribeiro, em conversa com a filha, deixa escapar que houvera sido avisado da ação policial por intermédio do presidente Jair Bolsonaro, que houvera lhe dito que tivera um ‘pressentimento’ que a polícia iria desencadear operação envolvendo a pessoa do ex-ministro.
Teje preso, teje solto!
Na ação, a Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro Milton Ribeiro em 22 de junho, em operação que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC. Ele foi solto no dia seguinte, após o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cassar a prisão preventiva.