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Cobiça

Cobiça

É conhecida no âmbito nacional a sede do MDB pelo poder. Após a redemocratização do país, em 1985, com a eleição do mineiro Tancredo Neves para o comando do Brasil -, que não chegou a assumir a presidência pela enfermidade e após o óbito, com o posto sendo ocupado pelo vice José Sarney -, o partido tem como único foco usufruir do poder da forma possível. De lá pra cá  não tem um governo que o emedebe não busque aproximação para usufruir de cargos públicos. 

Caso a parte

Aqui no Acre, nos idos dos anos 90, a sigla ensaiou uma aproximação com o então governador Orleir Cameli (1995/1999) mas não foi bem-sucedida. Portanto, essa tendência nacional, em parte, aqui não logrou êxito. Ficou resumida a um breve período no governo de Orleir Cameli, quando o cruzeirense, no final do mandato, enxotou o partido, vingando-se das arapucas montadas pelos então senadores Flaviano Melo e Nabor Júnior em Brasília no início do mandato do cruzeirense e do governo de Fernando Henrique Cardoso. Após, veio os 20 anos de domínio do PT e da Frente Popular e a sigla não foi aceita no consórcio de partidos que formavam a coligação. 

Banquete 

Em 2018, O MDB fez parte da coligação que levou Gladson Cameli até o Palácio Rio Branco. Na formação da equipe, Cameli guindou a prima do Senador Flaviano Melo, engenheira Maria Alice, o engenheiro Roberto Feres (ligado também ao deputado, posto que é casado com uma prima de Flaviano) e a ex-deputada Eliane Sinhasique ao primeiro escalão do governo, afora outros militantes da raia miúda que foram alojados em cargos menores. Agora o MDB desembarca do governo arguindo falta de prestigio na administração. 

Natureza do escorpião 

No fim da semana passada, por ter interesses contrariados, inclusive pela negativa de Gladson Cameli em introduzir o filho de Flaviano, Leonardo Melo, na secretaria de Turismo, em substituição a Eliane Sinhasique. Flaviano anunciou distância do governo. Também fez anunciar que estava acomodando no partido a dupla de irmãos Rocha (o vice-governador Wherles Rocha e a deputada federal Mara Rocha), franqueando à deputada a opção de se candidatar ao governo, reservando o nome da deputada Jéssica Sales para o senado,  cavalgando o nome da agremiação.   

Faro fino 

Fato é que o vice-governador e a irmã não iriam ser aceitos no partido de Flaviano Melo se não tivessem algo a mais para oferecer. Melo não é daqueles que metem prego sem estopa. Melo vislumbra, na verdade, que Gladson Cameli (Progressistas) venha a ser afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) do cargo e Rocha assuma o posto número 1 do executivo estadual. 

Esperteza 

Se a justiça seguir o que está no inquérito da Polícia Federal, as chances de Cameli ser apeado do cargo são reais. Foi justamente essa possibilidade de haver o afastamento que uniu o MDB aos Rocha. Com Cameli afastado, Wherles Rocha será o condutor do processo eleitoral. Terá a caneta de governador para exonerar e nomear e também toda a estrutura administrativa da máquina estadual para usar em prol do seu novo partido. Aí, o jogo muda.

Cenário óbvio 

Por óbvio, na cadeira de governador, Rocha irá concorrer ao governo, levando a sua irmã a reforçar a chapa de deputado federal e ungindo Jessica Sales (sua nova correligionária) como candidata ao senado federal. Há também o fato de que a manobra é uma forma de reagir ao senador Marcio Bittar que traiu o MDB após ser eleito pela legenda em 2018 e logo após largar o partido pela segunda vez e nas mesmas circunstâncias.

Mil motivos 

Afora isso, Bittar está atropelando aos antigos aliados para tentar viabilizar a candidatura da ex-esposa, Márcia Bittar ao Senado, num confronto direto com a filha de um dos coronéis do partido, o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul Wagner Sales, no caso a deputada federal Jéssica Sales. É aguardar! 


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Terceira via

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sinalizou mais uma vez nesta segunda-feira que poderá voltar à corrida presidencial após ser derrotado nas prévias do PSDB. Leite recebeu um convite para concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSD.  A aproximação do governador com o PSD tem rendido críticas da direção nacional tucana, mas é incentivada por aliados do Rio Grande do Sul. Leite deve anunciar a decisão nos próximos dias. Caso concorra a presidente, ele precisa renunciar ao cargo de governador até 2 de abril. 

Mosca azul 

Na manhã de hoje o governador admitiu a possibilidade de deixar o PSDB para ingressar na sigla do ex-ministro Gilberto Kassab. Na semana passada, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que era o nome do PSD à Presidência da República, desistiu da candidatura. A decisão abriu espaço para o gaúcho.

Convocação

Leite também disse que uma eventual chapa não depende de sua vontade pessoal. Ele tem sugerido que a candidatura dependeria de uma composição das forças de centro, mas sem dar detalhes. “Eu não quero ter o sentimento que eu poderia ter feito algo, mas não fiz. Então, vou usar a pista toda que eu tenho pela frente até que a decisão se imponha”, concluiu.

Óbices 

A propósito da candidatura do govenador Riograndense à presidência da República, ela enfrenta resistências em setor importante do partido: a bancada de senadores. Em reunião recente em Brasília, ficou evidente o desejo da maioria desses parlamentares de apoiar Lula (PT) ou Jair Bolsonaro (PL) em seus Estados.

Barreiras 

Inobstante a postura dos senadores, em entrevista ao UOL News, programa de entrevistas do portal UOL, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, afirmou que a ampla maioria de filiados ao partido apoia a pré-candidatura de Leite, governador do Rio Grande do Sul filiado ao PSDB. 

Posição

Ocorre que em privado, porém, senadores importantes avaliam que muito tempo já foi perdido no “projeto Rodrigo Pacheco”, o presidente do Senado que chegou a ser lançado ao Planalto pelo PSD, mas que desistiu da empreitada. A bancada do PSD possui 11 senadores. Entre os “simpáticos” a Lula, por exemplo, está Omar Aziz (AM), que presidiu a CPI da Covid. 

Condicionantes 

Além disso, há negociações em andamento com o PSD em colégios eleitorais importantes, como na Bahia, envolvendo o senador Otto Alencar, e em Minas Gerais, com o senador Alexandre Silveira. Nos bastidores, há ainda a leitura de que a viabilidade eleitoral de Leite depende, em larga medida, de uma eventual composição dele com a senadora Simonte Tebet (MDB-MS), acordo que ainda não está costurado, visto que ela está em campanha aberta e aguarda as pesquisas para definir seus próximos passos.

Negociação 

Em relação ao dito candidato da terceira via, a medida que avançam as conversas entre União Brasil, MDB e PSDB para o lançamento de um candidato único das três siglas à Presidência da República, começam as discussões sobre como será escolhido esse nome. 

Critérios 

No União — partido com o maior caixa para a eleição deste ano —, a preferência é que a escolha não se baseie em pesquisas de intenção de voto, mas passe por uma eleição interna entre membros dessa coligação, na qual os votantes serão os candidatos a parlamentares federais dos três partidos. 

Nomes 

O PSDB tem seu nome colocado: o governador de São Paulo, João Doria, que já enfrentou e venceu Eduardo Leite (RS) nas prévias tucanas. O MDB lançou a senadora Simone Tebet (MS). O União pretende apresentar um nome em abril — hoje, o mais cotado na cúpula do partido é o próprio presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE).

Embate prévio 

Segundo pesquisas Doria tem 3,44% das intenções de voto, enquanto Simone Tebet tem 1%. Se o formato de prévias prosperar, os candidatos dos três partidos terão que fazer campanha dentro da própria aliança antes de chegar às urnas em outubro. A ideia é que a candidatura única esteja definida até 1º de junho.