..::data e hora::.. 00:00:00

Jamaxi

Clima  

A decisão do Palácio Rio Branco em adiar o anúncio do aumento salarial prometido pelo governador Gladson Cameli (PP) ao conjunto do funcionalismo público, frustrou os beneficiários e causa desgastes ao governo. Alguns poderão argumentar: mas a categoria não estava mobilizada reivindicando esse reajuste. Sim, mas a escalada da inflação põe o tema de forma permanente na ordem do dia, sopesando que o anúncio do reajuste salarial foi feito pelo governador, que criou as expectativas. A não consecução da promessa, passa, então, a vigorar como um direito negado. 

Aprofundando o desgaste 

Sobre o fato, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB0, foi ao ponto: “O governo e o governador precisam tomar uma decisão e deixar de enganar os servidores. Quem criou expectativas foi o governador. O reajuste geral é uma necessidade e tem legalidade no tocante à reposição de perdas acumuladas nos últimos 3 anos de seu mandato. Aos profissionais do magistério há recursos e garantias da lei do Novo Fundeb. Os números são públicos. Não poderão enganar. Que se decida logo pois esse debate será intenso no seio do funcionalismo. Direito do servidor”, destacou.

Muita calma nessa hora

Ainda sobre o assunto, o líder do governo conclama serenidade: “Realmente esse assunto tem que ser tratado com muita responsabilidade e prudência para não comprometer o pagamento da folha. Existem muitas circunstâncias a serem consideradas, como o caso específico da educação que tem recursos próprios do Fundeb”. 

Limites 

Longo foi além em sua reflexão: “A situação do conjunto dos servidores, que ganham menos, é diferente, para quem mais importante do que um percentual seria uma etapa-alimentação, pessoal da saúde que tem demandas próprias etc. Então, melhor aguardar mais alguns dias e encontrar as melhores soluções dentro da realidade, lembrando que o percentual de comprometimento da folha com pessoal piorou - de 49 foi para 52%, limitando muito as opções do Governo para não ferir a FRF”, enumerou.

Pressa 

De sua parte, o deputado Roberto Duarte (MDB), líder dos independentes, destacou a capacidade econômica e financeira do tesouro estadual em conceder o aumento e criticou a precipitação da fala governamental: “Já é o terceiro ou quarto adiamento feito pelo governador. Eu torço realmente para que não seja mais uma declaração impensada, pois deixou todos os servidores do estado muito ansiosos e esperançosos, uma vez que o anúncio foi feito pelo próprio governador, que o aumento seria para todos, e não somente para algumas categorias”. 

Números 

E seguiu; “Não quero ser pessimista, mas com uma folha mensal de aproximadamente R$ 250 milhões, cada 1% de aumento impactará em aproximadamente R$ 32 milhões por ano. Isso multiplicado por 5%, percentual bem abaixo da reposição da inflação, daria um acréscimo de mais de R$ 132 milhões ao ano. De onde o governo vai tirar esse excesso de receita? Além disso, o estado está 2.5 pontos acima do limite de gastos com pessoal, o que o impede de dar aumento e inchar mais ainda a folha”. 


Imagem2

Leitura 

Em entrevista veiculada hoje, 11/02, no jornal O Estado de São Paulo, o  cacique tucano e ex-senador Aloysio Nunes, do PSDB, em matéria assinada pelo jornalista Eduardo Kattah, fez uma espécie de autocrítica tucana. “Durante o processo de impeachment (de Dilma Rousseff), o antipetismo acabou se transformando em uma segunda natureza do PSDB. Isso nos fez andar em muito má companhia. Agora, diante do desastre que foi a eleição do Bolsonaro – um desastre até previsível – e do seu governo de destruição sistemática, vem a ideia de que é preciso retomar um diálogo que houve ao longo do tempo com forças de esquerda, como o PT”. 

Constatação 

E foi além: “Talvez o PT tenha sido anti-PSDB, e a campanha Fora FHC é um exemplo disso, mas nós, do PSDB, antes desse processo de radicalização, sempre tivemos a compreensão da importância do PT na vida política brasileira como expressão do movimento popular. Ainda que não houvesse um papel escrito, houve convergência em muitas coisas importantes”, diz ele.

Prejuízo recíproco 

Aloysio Nunes afirma que a radicalização fez mal aos tucanos. “São duas vertentes da social-democracia brasileira: uma mais à esquerda, representada pelo PT, e uma mais direita, cada uma com seu sistema de alianças. Aí chega Bolsonaro e destrói isso. Nesse processo de radicalização, que vem de antes do impeachment, uma parte do nosso eleitorado foi embora. Perdemos um componente importante dos nossos eleitores, de uma direita civilizada e moderada”, aponta. 

Beligerância nefanda

“O PSDB não é mais uma referência nacional como foi. Na época em que o PSDB teve posições fortes na eleição nacional, com Fernando Henrique, (José) Serra e (Geraldo) Alckmin, o partido era uma referência que se opunha ao PT no campo eleitoral. O PSDB trazia consigo um eleitorado mais liberal e progressista, e também de direita conservador, mas do campo democrático. Isso foi explicitado na chapa FHC-Marco Maciel”, acrescenta.

Bola dentro 

Aloysio Nunes também elogia a aproximação entre Lula e Geraldo Alckmin, assim como suas alianças ao centro. “Essa movimentação do Lula hoje é absolutamente legítima. É da natureza dele. O extremista dessa campanha é o Bolsonaro, e é ele que temos que derrotar. Temos que tentar tirá-lo inclusive do segundo turno”, afirma o político.

Malfeitor 

Nunes também criticou duramente o ex-juiz suspeito Sergio Moro, que destruiu os empregos de 4,4 milhões de brasileiros, segundo o Dieese.  “Qual credencial ele tem para ser presidente da República? É um juiz de primeira instância, com sentenças altamente contestadas e que se valeu do seu cargo para galgar posições políticas. A plataforma dele foi para a conquista do poder. Não sabe nada do Brasil. É uma coisa fake, mas é um abrigo para o bolsonarismo desiludido”, aponta.

Tchau, querido!

O senador Flávio Bolsonaro, coordenador do comitê de campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, colocou em dúvida a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, em um eventual segundo mandato de seu pai. Em entrevista ao jornal O GLOBO, o parlamentar reconheceu que o papel exercido pelo chefe da equipe econômica é “cansativo”, mas que só depende de Guedes “continuar dando a sua contribuição” ao governo.

Receita 

O senador elogiou “as orientações” de Guedes na política econômica, mas deixou claro que há um cardápio eleitoral que o ministro precisará seguir: “Ele (Guedes) tem o senso de responsabilidade de buscar o meio-termo para que a política econômica não degringole o Brasil de vez, a médio e longo prazo, mas sabe da importância, em ano eleitoral, de ter um remédio mais amargo para segurar a inflação, reduzir o preço do dólar e gerar mais emprego. Eu não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo. Depende da disposição dele, que é cansativo. Você vê que o presidente Bolsonaro envelheceu muito, o Paulo Guedes também. É muito desgastante. Se ele quiser continuar dando sua contribuição, o presidente Bolsonaro vai indiscutivelmente topar na hora, mas não sabemos os planos pessoais dele”, enfatizou

Tão perto, tão longe...

Em conversas reservadas, Paulo Guedes já disse que, em caso de vitória de Bolsonaro em 2022, ele não descarta deixar o governo ou mesmo migrar de pasta. Nos últimos meses, o presidente e o ministro da Economia têm trilhado caminhos opostos ao traçado nas eleições em 2018, quando a agenda liberal era uma bandeira prioritária de Bolsonaro. Um exemplo desse distanciamento ocorreu nos últimos dias. Sob a bênção do presidente e com o apoio de Flávio, a Casa Civil articulou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que, se aprovada, pode gerar um impacto de R$ 100 bilhões aos cofres públicos. A medida, apelidada pela equipe de Guedes de ‘PEC Kamikaze’, prevê a concessão de um auxílio a caminhoneiro na compra de diesel e a redução de impostos nos combustíveis.