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Jamaxi

Cerco

A direção nacional do PT decidiu fazer novas investidas pelo apoio do PSD ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda no primeiro turno da campanha deste ano. Dependendo da parceria encetada, o acordo pode influir o cenário político acreano patrocinando uma junção do PT do ex-governador Jorge Viana com o PSD do senador Sérgio Petecão, fortificando, assim, os dois grupos políticos e impondo um novo desenho para as disputas de 2022 no Estado. 

Perspectivas 

O partido do ex-presidente passou a enxergar uma brecha para essa aliança diante do que foi interpretado como uma hesitação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em relação a sua candidatura ao Palácio do Planalto.

Dote 

Ao longo dos últimos meses, petistas guardavam ceticismo em relação a essa união. Agora, no entanto, integrantes do PT se mostram dispostos a abrir negociações que podem envolver o apoio do partido ao PSD em estados estratégicos (como Minas Gerais) e a reeleição de Pacheco na presidência do Senado —além da vaga de vice na chapa de Lula.

Convescote 

Por enquanto, as apostas sobre uma aliança se restringem a alguns articuladores petistas, mas mesmo integrantes do PSD dizem não descartar essa possibilidade. Nos próximos dias, Lula deve ter uma conversa sobre o quadro eleitoral com o presidente da sigla, Gilberto Kassab.

Harmonia 

O ex-presidente Lula busca manter um discurso de cortesia em relação aos planos do PSD. No ano passado, após dois encontros com Kassab, o petista declarou respeitar a intenção da legenda de lançar um candidato ao Planalto. “O Kassab tem sido muito digno e muito honesto nas conversas que tem tido conosco”, declarou Lula, em novembro. Ele acrescentou que esperava ter o apoio do PSD num eventual segundo turno, caso Pacheco ficasse fora dessa etapa da disputa.

Hesitação 

O cenário mudou nas primeiras semanas deste ano, no momento em que petistas ouviram de aliados de Pacheco que ele balança em relação ao lançamento de sua candidatura. Segundo esses nomes, o presidente do Senado acredita que uma campanha ao Planalto pode se tornar incompatível com suas atividades à frente do Congresso. Ele teme ser acusado de instrumentalizar o comando do Senado para impulsionar seu nome e prejudicar o presidente Jair Bolsonaro. Seria um preço alto para uma candidatura que, até aqui, não passa de 1% das intenções de voto nas pesquisas.

Sinais 

Kassab afirma publicamente que o plano de lançar Pacheco continua de pé, mas passou a dar declarações que endossam as dúvidas. “Minha opinião é que será candidato, mas não posso falar por ele”, disse. Alguns aliados de Lula, ainda assim, mantêm dúvidas em relação à possibilidade de uma aliança com o PSD. Eles ecoam a interpretação de que Kassab prefere manter o partido distante do PT no primeiro turno para evitar divisões em sua sigla.

Conveniência 

Como o PSD tem dirigentes simpáticos a Lula e a Bolsonaro, uma postura quase neutra na primeira etapa da campanha evitaria traumas internos e preservaria um rol de candidatos mais abrangente na legenda. A ideia de Kassab é ter o maior número possível de quadros competitivos nas eleições legislativas de outubro para ampliar sua bancada de deputados e senadores. Essa é uma ferramenta política poderosa para negociar com o próximo governo, seja quem for o presidente eleito. 


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Agregando forças 

Nas contas dos petistas, o PSD seria um parceiro estratégico para a disputa do primeiro turno. 

Uma aliança ampliaria o espaço de Lula na propaganda eleitoral, daria ao ex-presidente acesso a um leque mais amplo de palanques nos estados e agregaria um partido de centro a sua coligação –até agora, restrita a legendas de esquerda.

Guilhotina 

O caldeirão ferve dentro do PTB nacional. O presidente afastado da sigla, Roberto Jefferson, enviou uma carta a integrantes do seu partido na qual anuncia a demissão de Graciela Nienov do comando da legenda por “traição”. Graciela assumiu o lugar de Jefferson após ele ser preso.

Ré confessa

“A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois, após os áudios do grupo dela, ela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência”, diz Jefferson na carta entregue ao seu advogado, Luiz Gustavo Pereira da Cunha.

Estopim

O texto de Jefferson foi motivado por áudios vazados de um grupo de WhatsApp em que Graciela afirmou ter marcado uma reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em agosto do ano passado, a Polícia Federal prendeu o ex-deputado com autorização de Moraes, no inquérito que investiga milícias digitais.

Veneno

“A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo que ouvi do grupo secreto da Graciela. A Graciela foi pior do que a Cristiane para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César”, declarou o ex-deputado, em referência a Cristiane Brasil, sua filha, com quem está rompido.

Descendência 

O ex-deputado ainda destaca que poderia esperar uma traição como essa da filha, mas não de Graciela. “Quando ela me visitava na prisão ela chorava, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão.Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias desconstrução? Como?”, questionou.

Terremoto 

Fato é que a crise no PTB gerada pelo afastamento de Graciela Nienov da presidência do partido atingiu em cheio a campanha de Jair Bolsonaro. Após a prisão de Roberto Jefferson, reduzido a presidente de honra da legenda, Graciela assumiu o comando, se reuniu com Bolsonaro no Palácio do Planalto e, ao lado dele, anunciaram o apoio do partido à sua reeleição.

O retorno 

Com a descoberta de um complô do grupo de Graciela contra Jefferson e sua turma no partido, com direito a gravações e troca de mensagens que a comprometem, ela foi afastada e o dirigente, que cumpre prisão domiciliar em Levy Gasparian (RJ) volta a mandar no partido.

Romaria 

Quando Graciela foi ao Planalto, estava acompanhada de outros dois dirigentes, que são deputados estaduais, que integram o “grupo secreto”, como eles mesmos batizaram. Estava acompanhada de Flávio Bolsonaro. Os filhos do presidente nunca foram afinados com Jefferson.

Prejuízos 

A quase certa expulsão de Graciela dos quadros petebista faz voltar à estaca zero negociações de filiação de bolsonaristas à sigla, operação que ela vinha costurando, como exemplo a da ministra Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos), com quem se reuniu semana passada e até gravaram um vídeo.

Feridas 

Outro flanco aberto: Graciela tinha o apoio de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL e que na convenção do partido no último sábado, como revelou o Blog do Noblat, a defendeu e fez duros ataques pessoais a Jefferson, personagem que o delatou no esquema do mensalão.