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Jamaxi

Caravana

Após visitar o Nordeste em agosto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara viagens para outras duas regiões do Brasil até o fim de 2021. A próxima viagem do petista deve ser para Minas Gerais, no Sudeste. Na sequência, Lula deve visitar a região Norte, visitando vários estados da região,  numa iniciativa batizada de “Caravana da Amazônia”.

Futuro a vista 

Segundo dirigentes do PT, o ex-presidente pretende vir aos estados do Norte antes de dezembro, quando começa o período de fortes chuvas na região. No roteiro, Lula deve incluir o Acre em sua jornada. Na agenda, é óbvio, reuniões com lideranças simpáticas ao seu projeto político e discussões acerca do futuro político a ser seguido pelo ex-governador Jorge Viana, se sai para o governo ou ao Senado. 

Me aguardem! 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, quando questionado sobre o suposto acordo com Jair Bolsonaro após o 7 de Setembro, tem pedido a interlocutores que aguardem o desenrolar das apurações de sua relatoria que miram o presidente e seus apoiadores.

Balanço 

Sobre a performance do presidente Jair Bolsonaro durante os atos golpistas convocados por ele para o último dia 7 de setembro, foram duas frases que puseram tudo a perder. A primeira ao referir-se a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, como “canalha”. A segunda, ao dizer que “este presidente” jamais respeitará decisões do ministro.

Exorbitando 

As demais coisas que saíram da boca dele no dia 7 de setembro último eram perfeitamente assimiláveis, bem como expressivas as multidões que reuniu de manhã em Brasília e à tarde na Avenida Paulista. Bom de faro, porém, menos de 48 horas ele arregou.

Foi mal 

Após os vitupérios, Bolsonaro sentiu cheiro de carne queimada; o Centrão dava os primeiros sinais de que poderia abandoná-lo mais cedo do que planejara. Então, Bolsonaro pediu socorro a Temer, assinou a promissória que ele lhe apresentou e deu lugar a Jairzinho paz e amor.

Pulso

Aplicada entre os últimos dias 13 e 15, pesquisa eleitoral Datafolha deu-lhe carradas de razões. Perguntado sobre se o impeachment deveria ser a consequência caso Bolsonaro desobedecesse ordens do Supremo, 76% dos brasileiros responderam que sim.

Retrato

Em abril do ano passado, 45% dos entrevistados eram favoráveis à abertura de impeachment contra o presidente. Agora, 56%. Metade da população acha que ele pode tentar dar um golpe, e dessa metade 30% acreditam muito na hipótese. 

Fortaleza 

Nem por isso diminuiu o apoio à democracia como melhor regime de governo. Pensam assim 70% das pessoas, só 9% admitem a ditadura. É o segundo maior índice de apoio à democracia registrado desde o início da série de pesquisas em 1989.

Performance

Bolsonaro vai de mal a pior. Eleito com 55% dos votos válidos, hoje tem 22%. E 26% dos que votaram nele rejeitam repetir o voto. Em março do ano passado, 33% consideravam ruim ou péssimo seu desempenho no combate à pandemia. Hoje, 54%

Lugar errado 

Para 44% em abril do ano passado, Bolsonaro era despreparado. O percentual aumentou para 62% em agosto deste ano. Os que avaliavam seu governo como ruim ou péssimo em abril de 2020 eram 32%; são 53% este mês. 

Fidelidade 

Bolsonaristas de raiz, fiel, que votaram nele, que votariam de novo, que avaliam o governo como ótimo ou bom e concordam com tudo o que ele diz, eram 17% no ano passado, agora apenas 11%. 

Firmeza 

Na sexta-feira (17), o ex-presidente Michel Temer, responsável pela ponte entre Bolsonaro e Moraes, disse que o ministro do STF não recuou “um milímetro” na conversa que manteve com o presidente.

Versão 

Apoiadores de Bolsonaro, como o caminhoneiro Marcos Gomes, conhecido como Zé Trovão, e o jornalista Oswaldo Eustáquio, os dois foragidos no México, têm dito que os inquéritos sob relatoria de Moraes serão arquivados como parte de um suposto acordo que resultou na paralisação momentânea dos ataques do presidente contra o ministro.

Fake News 

Ainda na sexta (17), um texto publicado no site Diário Popular, assinado pela esposa de Eustáquio, Sandra Terena, afirmava que a Procuradoria-Geral da República teria solicitado o arquivamento do inquérito das fake news e das milícias digitais - ambos miram bolsonaristas. A informação foi negada pela PGR.


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Autofagia 

Ainda sem definir por qual legenda disputará a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro vem assistindo a uma fragmentação de sua base na construção de palanques locais. Em pelo menos 16 estados e no Distrito Federal, aliados do Palácio do Planalto em diferentes partidos disputam a preferência pelo apoio do presidente para disputar governo ou Senado. Metade desses estados já registraram desentendimentos ou ataques mútuos entre pré-candidatos no campo do bolsonarismo.

Alternativa 

No Rio, por exemplo, parlamentares bolsonaristas passaram a atuar por uma candidatura do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ao governo, após criticarem publicamente a divisão de espaços no secretariado do governador Cláudio Castro (PL), que também busca o apoio do presidente para concorrer à reeleição. 

Sinais 

A divisão se estende ao campo evangélico fluminense. O ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos), ligado à Igreja Universal, fez um aceno em agosto a Mourão ao participar de uma reunião entre bolsonaristas e o vice-presidente, que cogita também concorrer por Rio Grande do Sul ou Amazonas. Castro, por sua vez, é apoiado pelo DEM, do deputado federal Sóstenes Cavalcante, aliado do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Divisão 

Já no Amazonas, a divisão no bolsonarismo produziu atos pró-governo em pontos distintos de Manaus no dia 7 de setembro. Um deles foi convocado pelo deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM), ligado à Assembleia de Deus — com entrada entre lideranças evangélicas, ele articula apoio à candidatura do senador Eduardo Braga (MDB-AM) ao governo. 

Uma vaga... 

No Nordeste, região em que Bolsonaro tem suas maiores taxas de reprovação, segundo o Datafolha, a tendência é de menor disputa pelo apoio do presidente, logo há menor fragmentação. Ainda assim, a base bolsonarista está rachada no Rio Grande do Norte, em que o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que se filiará ao PP, se apresentou como candidato ao Senado. 

...dois ministros 

Outro ministro, Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), que também quer concorrer à única cadeira vaga ao Senado, tem incentivado uma chapa com o deputado Benes Leocádio (Republicanos) ou com o PSDB ao governo, escanteando Faria.

O Véio da Havan 

Há atritos ainda em estados do Sul e do Centro-Oeste, regiões em que Bolsonaro conserva maior popularidade. Em Santa Catarina, o empresário Luciano Hang vem sendo incentivado a entrar na corrida ao Senado, numa dobradinha com a candidatura do senador Jorginho Mello (PL) ao governo. 

Variáveis 

No Mato Grosso, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e o governador Mauro Mendes (DEM), que são adversários, também fazem acenos a Bolsonaro em busca de apoio. O bolsonarismo “raiz” tende a acompanhar Mendes, com base eleitoral ligada ao agronegócio, mas não descarta candidatura própria com o deputado federal José Medeiros (Podemos-MT).