O último domingo (08/01) ficou marcado pela ação de bolsonaristas fanáticos que destruíram a sede do STF, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Autoridades dos três poderes já se manifestaram declarando a disposição em punir os responsáveis pela arruaças de forma exemplar, dentro dos preceitos da lei.
Endereço
Todos sabem aonde o ovo da serpente foi chocado. Nas portas dos quartéis, nas barbas dos militares. Tendo nesse agrupamento células que rogavam por um golpe militar, os bolsonaristas, ao sentir a receptividade diante das ações fora da lei, começaram a traçar o plano de ataque ao estado democrático.
Preparação
Já é de conhecimento das autoridades que grupos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro começaram a divulgar com intensidade mensagens em aplicativos de mensagens organizando caravanas para trazer manifestantes de todo o País para Brasília desde a última terça-feira, 03. As viagens começaram na sexta-feira,06. As mensagens convocavam os extremistas e falavam em enfrentamento às forças policiais.
Consecução
O plano era tomar os palácios dos três Poderes, acampar no interior, além de bloquear refinarias de combustível em todo País. E assim provocar o caos para levar à intervenção militar, com a deposição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Oferecia-se ônibus de graça - a maioria saiu da frente de quartéis. Em Jundiaí, partiram da frente do 12.º Grupo de Artilharia de Campanha.
Objetivo
Em mensagem, os bolsonaristas queriam unir policiais e militares da reserva das Forças Armadas. Também convocaram caçadores, atiradores e colecionadores de armas. Queriam pessoas com experiência militar para enfrentar as forças de segurança. Prometiam aos que fossem a Brasília: “Tudo pago. Água, café, almoço e janta. Ficará acampado no Planalto.”
Trama
Noutra mensagem, desnudava-se o plano: “O povo do agro me chamou e já me contratou 3 mil ônibus de diferentes áreas do Brasil”, disse um organizador de protestos bolsonaristas em áudio. “A gente vai tomar o poder. Agora vamos mostrar o que é gente do bem quando resolve ser do mal. Iremos fazer uma reintegração da posse das casas do Poder.” Além do áudio as mensagens exibiam armas.
Algazarra
Em outras, pedia-se o fechamento de rodovias e ensinavam como fazer uma máscara de gás lacrimogêneo caseira. Ontem, a estratégia era clara. “O Congresso é nosso! Vamos tomar posse dele!! Com cavalaria ou sem cavalaria, nada vai nos parar”, disse um extremista.
Ação deletéria
Às 10h58, outra convocação dizia. “Hoje teremos a tomada dos três Poderes! E invasão no Congresso. Será um dia de guerra. O primeiro passo para a rebelião de resistência civil. Todos estaremos prontos para a Guerra!” Às 12 horas, diziam: “Nós vamos tomar o poder”.
Tiro no pé
Após esse ataque ao estado de direito, analistas do cenário político nacional interpretam que o bolsonarismo deu um tiro no pé ao promover a chamada “tomada do poder” em Brasília, com a invasão e depredação dos prédios dos três Poderes da República.
Rebordosa
A ação dos extremistas que levaram o caos ao coração do Estado terá como consequência o fortalecimento, ainda que passageiro, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de emprestar novo apoio aos atos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em seu inquérito sobre os atos antidemocráticos.
Apoio
Ontem mesmo os governadores das diversas unidades da Federação manifestaram apoio e solidariedade aos chefes dos três poderes, pugnando pela aplicação integral da lei. O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), lançou nota nos termos a seguir: “Com grande perplexidade e preocupação estou acompanhando os acontecimentos criminosos que estão acontecendo nesse domingo, 8 de janeiro, em Brasília”.
Terrorismo
Ainda: “Não se pode permitir vandalismo sob o disfarce de protesto em ataques a prédios públicos que são a representação da democracia e da voz do cidadão brasileiro.
Como ex-deputado federal e ex-senador, me coloco solidário a todos os colegas representantes do povo que tiveram o seu local de trabalho vandalizado. Como cidadão brasileiro, me senti também agredido pela vergonhosa agressão à democracia. E no cargo de governador do Estado, garanto a todos os acreanos que toda e qualquer tentativa de ameaça ou agressão ao nosso patrimônio público e ao cidadão será enfrentada com o rigor da Lei”.
Solidariedade
Por fim: “Nesse momento o país precisa de clareza, diálogo, união e paz. O respeito ao resultado das urnas e aos governantes escolhidos pelo povo é inegociável. Me solidarizo com os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo Federal em busca do Brasil que sempre fomos: civilizado e plural. O país da Ordem e do Progresso”.
Repúdio conjunto
Subscrevendo nota lançada pelo Fórum Nacional de Governadores, Cameli também deixou Nota de repúdio: “O Fórum Nacional de Governadores externa sua absoluta repulsa ao testemunhar os gravíssimos e inaceitáveis episódios registrados hoje no Distrito Federal, os quais revelam a invasão da Praça dos Três Poderes, seguida da ilegal vandalização das dependências do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal por manifestantes golpistas, irresignados com o resultado das eleições legitimamente encerradas no País, e publica a presente nota de apoio à democracia, condenando quaisquer atitudes violentas e posturas irresponsáveis que ponham em risco a integridade do estado democrático de direito”.
Adjunto
Adiante: “As Governadoras e os Governadores brasileiros, colocando-se à disposição para o envio de forças militares estaduais destinadas a apoiar a situação de normalidade nacional, exigem a apuração das origens dessa movimentação absurda e a adoção de medidas enérgicas contra os extremistas e aqueles que permitiram, por negligência ou conveniência, tal situação, bem como a subsequente penalização de seus responsáveis”.
Posições acreanas
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdo B) líder da oposição do Acre, também deixou mensagem: “Não aceitaremos qualquer intimidação à democracia. Os golpistas não passarão e devem ser punidos nos rigores da lei. A democracia venceu, os golpistas perderam. Estamos com o presidente Lula e com os demais poderes da República na defesa da nossa democracia. Não há anistia para terrorista ou para quem pratica atos antidemocráticos”.
Direito assegurado
O deputado federal e futuro senador Allan Rick (UB), manifestou sua posição pela ação legal das manifestações políticas: “As manifestações pacíficas realizadas por uma grande parte da população brasileira demonstram a indignação pela eleição de um presidente condenado por corrupção e que tantos danos causou ao país”.
Baderna, não!
Adiante: “Porém, não podemos admitir a depredação do patrimônio público e nem as invasões do Congresso e outras instituições. Já são conhecidos os que estão acostumados a invadir, destruir e depredar o patrimônio público e privado. Que os culpados sejam punidos. Quem usa da violência deve saber que sofrerá os rigores da lei. Venceremos o mal pelos instrumentos democráticos. Que Deus tenha misericórdia do Brasil!”
TJ Acre
O Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), na voz da Desembargadora Waldirene Cordeiro, expressou “repúdio aos atos criminosos praticados, nesta data, contra a democracia brasileira, que atacam aos três Poderes da República e a soberania popular no resultado das eleições. Esses atos, que atentam contra o Estado Democrático de Direito, a ordem constitucional e a segurança pública, devem ser apurados e os envolvidos devidamente responsabilizados. O Poder Judiciário do Acre reforça seu compromisso com a garantia dos direitos constitucionais desse país”.