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Jamaxi

Caos

Os críticos do governador de Gladson Cameli (PP) são enfáticos ao enumerar falhas no seu governo, centrando fogo nos resultados apurados no primeiro ano no setor da Saúde e na Segurança. Sobre essa última, afirmam que a segurança pública no Acre está tão ruim, que não tem mais como piorar.

No fundo do poço

Ocorre que os primeiros 18 dias de 2020, contrapôs esses críticos, presente que a situação da violência fugiu totalmente do controle, atingindo níveis inimagináveis, jamais vistos. Foram 29 mortes violentas em menos de 3 semanas e a fuga em massa de 26 presos do presídio Francisco d’Oliveira Conde na madrugada desta segunda. Quer dizer, piorou, sim!

Interinidade

Como se fora uma ação combinada, justo no momento em que o Acre vivenciou o final de semana mais violento de sua história, o governador Gladson Cameli, o vice-governador Major Rocha (PSDB), o Comandante da Polícia Militar, Ulysses Araújo e o secretário da segurança pública, Paulo César, estão fora do Estado. Falando pelo governo - como demonstra a foto que ilustra essas notas -, o presidente da Aleac, deputado Nicolau Júnior (PP); o chefe de gabinete Civil Ribamar Trindade; o sub secretário de Segurança, Coronel Ricardo; e outros assessores de menor envergadura.

Espiando de longe

A informação que trata da ausência do governador e do vice, além dos dois principais gestores da segurança, foi postada em um site da cidade quando este apurou que desde a última quinta-feira, 16, o governador Gladson Cameli está fora do Acre.

Vigília

Segundo o noticioso, a assessoria do governante confirmou, apenas, que seu afastamento seria para fazer alguns exames de rotina, mas a reportagem verificou que o chefe do Palácio Rio Branco está fazendo um tratamento contra insônia. A tentação é grande e vale a pergunta: pode-se dormir com um barulho desses!?

Fora de órbita

Ainda pelo que foi divulgado, o vice-governador Major Rocha e o Comandante da Polícia Militar, Ulysses Araújo, estão nos Estados Unidos, participando de um encontro sobre Segurança Pública. Já Paulo César, secretário da segurança pública, também está fora do Estado, de férias, acompanhando o tratamento médico de um de seus filhos.

Sem graça!

Sobre essa debandada geral, o que vem logo à mente é a infame piada envolvendo comerciante de descendência libanesa: vamos lá! Façam de contas que nunca a ouviram e achem graça. O comerciante, moribundo, reúne a família ao redor de si. Pergunta: “Sarah, você está aqui?”. “Estou”, responde Sarah. “Isaac está aqui?”, pergunta ele. “Estou, papai”, responde Isac. “Miguel está aqui?”. Miguel responde afirmativamente. O homem se senta na cama e pergunta: “E quem está tomando conta da lojinha?”.

Apertem os cintos...

No nossa caso, a pergunta que persiste é justo esta: quem ficou comandando a segurança pública do Estado? Quem ficou exercendo as funções do Comandante em Chefe das forças de segurança do Acre, que pelo voto popular foi delegada ao governador Gladson Cameli? Alguém, em socorro aos gestores, poderia argumentar: a máquina ficou funcionando no piloto automático. Balela, não funciona!

Comando intransferível

A analogia de que as responsabilidades foram delegadas e o setor estaria a funcionar no piloto automático, tal qual nas aeronaves, fica estéril para quem conhece a ferramenta usada na aeronáutica. De acordo com Jorge Henrique Bidinotto, professor de engenharia aeronáutica na USP de São Carlos, o piloto automático não decide nada – apenas segue instruções. Se o piloto humano ordenar que o avião suba para 30 mil pés, por exemplo, o computador se encarrega de mudar a altitude, mantendo as outras variáveis constantes.

Lógica

Quando há turbulência, o piloto automático desliga por conta própria. Se o comandante não considerar prudente lidar com o tempo ruim no modo manual, ele pode dar ao avião instruções para que ele desvie das nuvens. De novo: o avião até topa reassumir o comando, mas vai só obedecer, sem decidir.

Vôo cego

Além de não gostar de ventanias e temporais, o piloto automático também é desligado por precaução quando o humano comete um erro ao operá-lo. Em resumo: não pode o governador, o vice, o secretário de segurança e o comandante da PM - como se fosse de forma combinada -, afastarem-se dos seus postos e deixarem a sociedade a ver navios; ao Deus dará; à própria sorte!

Satã na causa

O ex-secretário de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, demitido por seu discurso nazista, mandou mensagem para grupos de WhatsApp e diz que tudo pode ter sido fruto de ‘ação satânica’. Ele foi exonerado na última sexta feira, após repercussão de seu pronunciamento oficial com inspiração, cenário e cópia de discurso nazista.

Providência divina

‘Foi tudo uma série terrível de eventos e coincidências que levaram a essa catástrofe… Estou orando sem parar, e começo a desconfiar não de uma ação humana, mas de uma ação satânica em toda essa horrível história’, diz o texto. Ele agora ora.


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Prazo

O Secretário de Comunicação Social (Secom) de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, terá cinco dias para se explicar à Justiça Federal em Brasília. O chefe da secretaria é acusado de corrupção, por meio de esquema que envolve a empresa FW Comunicação e Marketing, na qual é sócio majoritário.

Novelo

A decisão desta sexta-feira, 20 de janeiro, é da juíza federal da 1ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, Solange Salgado. Wajngarten terá que se explicar sobre contratos da FW Comunicação com o governo.

Extensão

O secretário adjunto da Secom Samy Liberman, o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni e Jair Bolsonaro também foram intimados a prestar esclarecimentos, segundo informações de O Globo.

Um pra mim, um pra tu, um pra eu...

Na semana passada, o jornal Folha de S. Paulo revelou que a empresa FW, da qual o secretário tem 95% da sociedade, mantém contratos com cerca de cinco empresas, entre emissoras de televisão e agências de publicidade, que repassam à ele dinheiro de publicidades contratadas pela própria secretaria. Band e Record estariam envolvidas no esquema.

Intermediação judicial

O pedido de investigação tem origem em ação popular protocolada pelo presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e o líder do partido na Câmara, deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP). No pedido, o PSOL pede a suspensão das nomeações de Wajngarten e Liberman. De acordo com a justiça, a decisão deve ser tomada após as manifestações.

Cumpra-se!

“Considerando-se a necessidade de obtenção de mais esclarecimentos acerca do assunto em pauta, notadamente (A) em razão da especificidade da matéria e das alegações mencionadas na causa de pedir próxima e remota, (B) que demandam o prévio estabelecimento do contraditório assegurado constitucionalmente[1] e no art. 9º, caput, do CPC[2] , e que deve subsidiar, em regra, as decisões judiciais; e (C) para que seja oportunizada à parte contrária o contraditório acerca dos fatos mencionados na causa de pedir, é imprescindível a oitiva da parte contrária, antes de apreciar o pleito de suspensão liminar do alegado ato lesivo impugnado”, disse Salgado no despacho.