O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed) afirmou, na tarde de ontem, domingo (7), que três unidades de saúde - Into-AC, Hospital de Campanha de Cruzeiro do Sul, e Pronto Socorro de Rio Branco - estão com 100% da capacidade de internação ocupadas.
Lotação
Sobre a situação na capital acreana, o Sindmed disse que o sistema já está colapsado nas duas principais unidades de saúde. “UTI do Into-AC chegou a 100% de ocupação no início da manhã de hoje (ontem, domingo). Faltam médicos, faltam enfermeiros e técnicos. A UTI do Huerb [PS] está lotada com mais de 10 pacientes esperando abrir vaga”, pontuou a nota da entidade.
SOS
O propósito da situação de Cruzeiro do Sul, o prefeito da cidade, Zequinha Lima (PP), foi às redes sociais e anoutou: “Nesse momento, nosso Hospital Covid-19 está com 100% dos nossos leitos de UTI lotados. O colapso no sistema é uma realidade. Nossos profissionais de saúde estão lutando para salvar vidas, mas, a quantidade de casos tem aumentado de maneira alarmante. Precisamos redobrar a atenção, respeitar o isolamento social e usar máscara. A situação é muito grave! Nosso inimigo é a covid-19!”.
Apoio
O governo do Acre montou uma força-tarefa e enviou, ainda no domingo, equipamentos necessários para abertura de mais leitos em Cruzeiro do Sul. O material foi enviado pelo governo e já chegou no município. Os equipamentos serão suficientes para abrir mais cinco UTIs, dependendo da demanda da unidade.
Manifestação
Ainda ontem, o governador do Acre, Gladson Cameli, divulgou um vídeo em sua rede social, falando sobre a ocupação de 100% de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) dos Hospitais de Campanha de Rio Branco - Instituto de Traumatologia do Acre, Into-AC e Cruzeiro do Sul, Hospital Regional do Juruá: “Fui informado que 100% dos leitos de UTI já estão ocupados nas regionais do Juruá e em Rio Branco, quero fazer mais uma vez um apelo à população que nos ajude mantendo as restrições para que a gente possa passar segurança a todos.”
Ação conjunta
Cameli falou ainda do esforço conjunto para garantir o atendimento à população do Acre. “Nós, do estado, juntamente com as prefeituras e o governo federal, estamos fazendo o que podemos para amenizar a dor da população que precisa. Peço a colaboração a compreensão e que as pessoas evitem aglomerações para que a gente possa virar essa página”, falou.
Imunizantes
Ainda no vídeo, Gladson Cameli anunciou que na tarde de segunda-feira (8) mais 6 mil doses de vacinas chegam ao Acre. “Para darmos continuidade à imunização da nossa população, tendo em vista que toda essa imunização, tenho que ressaltar o apoio incondicional do governo federal, Ministério da Saúde e das prefeituras, além dos seis, que também colaboram em vacinar os nossos povos indígenas”, complementou.
Pronto, falei!
Sobre a situação do setor saúde no estado e no país, o ex-senador e ex-governador Jorge Viana (PT) saiu do mutismo e usou as redes sociais neste domingo (7) para tecer críticas as autoridades responsáveis pela condução da crise sanitária que se abate sobre o Acre e a federação: “nunca vi situação tão grave e tantas autoridades despreparadas na condução do país e do estado num momento como esse”.
Constatação
Fazendo referência ao fato de que não há mais leitos de UTI no Into, Pronto Socorro e na rede privada de Saúde, que disponibiliza leitos de UTI Covid-19, o ex-governador cravou: “a saúde colapsou na rede pública e privada no Acre, tudo isso em meio ao recrudescimento dessa terrível pandemia. O pior é que não há plano de vacinação, não há transparência, um caos!”
Retrato do caos
E foi adiante: “Aqui em Rio Branco, capital do Acre, e Cruzeiro do Sul, está assim: não há mais vaga nas UTI’s, quartos e enfermarias lotados e muita gente doente em casa esperando vagas. Somado a isso, temos um surto de dengue e famílias desabrigadas por conta das fortes chuvas”.
Sob nova direção
O Diário Oficial de hoje, 8/02, trouxe a nomeação do ex-prefeito de Sena Madureira Jairo Cassiano, como diretor do Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa). Jairo é dirigente do Democratas, tem base política na cidade do Purus e é do grupo político do deputado federal Alan Rick (DEM).
Gestão
No atual governo, já dirigiram o Depasa Zenil Chaves, Tião Fonseca - que foi preso acusado de desvio de recursos públicos do órgão - e Luiz Felipe Aragão. Atualmente, a presidente é Waleska Dessoti.
Mudança
O jornal Correio Brasiliense, na sua edição de ontem, domingo (7), em informação postada pela colunista Denise Rothenburg, veicula que o ex-jogador da seleção brasileira e atualmente senador da República pelo Rio de Janeiro, Romário (Podemos) pretende, em 2022, tentar uma vaga de deputado federal pelo Acre.
Maré
De acordo com a colunista, Romário ordenou que sua equipe fizesse uma pesquisa para saber como anda sua popularidade nos estados brasileiros. O Estado do Acre aparece como uma das primeiras opções para o senador fluminense. Romário pretende seguir o exemplo do ex-presidente José Sarney (MDB) que traçou sua trajetória política no Maranhão, mas foi senador pelo Amapá.
Maldade
O Ministério da Saúde tenta doar parte dos cerca de 5 milhões de testes para detecção da covid encalhados em um armazém federal e que vencem a partir de abril. Num esforço de reduzir o estoque e evitar mais desgaste à imagem do general Eduardo Pazuello, chefe da pasta, o governo pretende entregar ao Haiti um 1 milhão desses exames.
Versão
O Itamaraty e o Ministério da Saúde afirmam que o governo haitiano pediu a doação dos testes. Não está claro se a quantidade ofertada foi proposta pelo Brasil ou pelo país caribenho. “A área da saúde, por estar entre os temas prioritários para a reconstrução e a estabilização do Haiti, constitui um dos principais eixos da cooperação com o país, bem como é objeto de diálogo constante entre os dois países. O governo do Haiti solicitou ao Brasil doação de testes para detecção e está finalizando os trâmites administrativos correspondentes”, afirma o Itamaraty, em nota.
Descaso
Com população cerca de 19 vezes maior que a do Haiti, o Brasil patina para realizar testes no Sistema Único de Saúde (SUS). A meta do governo era fechar 2020 com mais de 24 milhões de amostras analisadas, mas cerca de 10,2 milhões de exames RT-PCR foram feitos na rede pública até agora. Mesmo os exames entregues aos Estados e municípios não foram totalmente consumidos, entre outras razões pela falta de todos os insumos de análise.