Dez entre os dez assuntos mais comentados da seara política do Acre na data de ontem, quinta-feira, 09, reportavam a operação Ptlolomeu III, deflagrada pela Justiça Federal e que envolve o governador Gladson Cameli (PP), assessores, empresários e parentes do gestor. As buscas ocorreram em Secretarias, autarquias, Tribunal de Contas do Estado e residências dos denunciados.
Madrugando
Policiais federais começaram a cumprir cedo do dia os 89 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal, numa operação anunciada pelos agentes federais como sendo contra a corrupção e a lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre.
Mais do mesmo
A ação é uma nova fase da operação Ptolomeu, iniciada em 2021 e que investiga, entre outros, o governador Gladson Cameli (PP)). Os mandados foram autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Força tarefa
A operação foi intitulada de “Ptolomeu III”. Foi deflagrada a partir de investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Rescaldo
Ainda pelo período da manhã, a TV Globo apurou que Cameli não é alvo direto das buscas, mas é protagonista nas outras fases da operação (Ptolomeu I e II) e foi submetido a sanções definidas pelo STJ, a saber: não poderá fazer contato com outros alvos da investigação; não poderá deixar o país e terá de entregar o passaporte à Justiça em até 24 horas. O pai de Gladson, empresário Eládio Cameli, o irmão Eládio Júnior e um outro irmão do governador, Gledson Cameli, também são investigados na operação.
Cautelar
O STJ determinou o bloqueio de R$ 120 milhões em bens dos investigados, incluindo valores em contas bancárias, aeronaves, casas e apartamentos de luxo. Segundo a PF, o cumprimento dos mandados envolveu mais de 300 policiais federais nesta quinta.
Praças
Os mandados foram cumpridos no Acre, no Amazonas, em Goiás, no Piauí, no Paraná, em Rondônia e no Distrito Federal. No Acre, equipes da PF fizeram buscas em gabinetes da Casa Civil e da Secretaria de Fazenda do Acre.
Ação continuada
O governo do Acre afirmou em nota que a operação desta quinta é uma “continuidade dos procedimentos policiais anteriores” e que o “governo do Estado, sempre atuando com transparência e retidão, mais uma vez se coloca à disposição das autoridades”.
Em pratos limpos
A nota pontua, ainda, que “com o andamento do processo, o governador confia que tudo será apurado e esclarecido”, e que, “mais uma vez, o governador se coloca à disposição das autoridades, colaborando com mais essa etapa das investigações”, destaca o texto publicado nas redes sociais.
Obediência
Segundo o Governo do Acre, Cameli vai entregar à polícia o passaporte solicitado, no prazo concedido, que é de 24 horas a partir da notificação. “Os documentos serão entregues dentro do prazo solicitado pelas autoridades policiais.” O governador está em Brasília (DF), onde cumpre agenda desde terça-feira, dia 07.
Exorbitâncias
Também em nota, os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto e Telson Ferreira disseram ver com “surpresa” a terceira fase do inquérito iniciado há dois anos. “Trata-se de uma investigação baseada em uma pescaria probatória e uma devassa financeira ilegal, que atacou a família do governador como forma de driblar o foro adequado”, diz a equipe que atua na defesa de Cameli.
Extrapolando
“Desde então, o governador já prestou os devidos esclarecimentos, colocou-se à disposição das autoridades e assim permanece. O governador confia na Justiça e irá cumprir todas as medidas. E respeitosamente irá recorrer das cautelares, o que inclui a descabida ordem para não falar com o próprio pai e irmãos”, pontuam os defensores de Cameli.
Golpe
A assessoria de imprensa do senador Sérgio Petecão (PSD), contactou com órgãos de imprensa informando que vivaldinos estão usando o nome do parlamentar para aplicar golpes envolvendo políticos da esfera estadual, tendo como instrumento o Whatssap. Pela mensagem do senador, o desenrolar do contato embute o pedido de repasses financeiros para a cobertura de eventuais custos gerados para a habilitação de doações advindas das industrias e empresas no ramo privado, em parceria com a CONAB – vide imagem que ilustra a nota.
Sanatório geral
A Policia Civil do Acre prendeu ontem, 09, um adolescente portando propaganda nazista no centro de Rio Branco. Ele também fazia propaganda dos confederados dos EUA, que eram escravocratas. No kit conduzido pelo adolescente constavam bandeiras, suásticas, medalhas e outros materiais de propaganda do Nazismo. O adolescente, que guardava o material, foi preso. Ele não teve o nome revelado.
Crime e castigo
A prisão ocorreu em cumprimento de mandado judicial de buscar apreensão, cumprido por policiais da Delegacia de Polícia Civil da 1a Regional. A apologia ao nazismo é crime.
Junto com o material nazista, também foram apreendidos pôsteres e bandeiras dos estados confederados dos Estados Unidos da América, que era a favor do regime escravocrata e que teria sido a causa do assassinato do então presidente norte-americano Abram Lincoln, morto em 1861 por um confederado sulista. Lincoln era a favor da abolição da escravidão nos EUA.
Todo o material foi encaminhado para perícia. O objetivo é localizar possíveis comparsas do simpatizante nazista.
Novela sem fim
A caixa de joias da Arábia Saudita não é o único presente de alto valor que Jair Bolsonaro ganhou no Oriente Médio. Em outubro de 2019, o ex-presidente voltou ao Brasil de uma viagem à região com uma pistola e um fuzil, este último customizado com seu nome.
Mais rolo
O jornalista Guilherme Amado, articulista do site Metrópoles - https://www.metropoles.com-, revela na coluna de hoje, 10/03, que conversou com pessoas que estiveram com Bolsonaro na viagem, que durou 10 dias e passou por Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita e essas relatam que Bolsonaro voltou no avião presidencial com um fuzil e uma pistola que ganhou de presente nos Emirados Árabes.
Bolsa de valores
O fuzil é de calibre 5,56 mm e a pistola, 9 mm. No site Casa do Tiro, um fuzil semelhante custa de R$ 32 mil a R$ 42 mil. A pistola é de R$ 5,9 mil a R$ 15,6 mil. Os preços variam no mercado internacional, a depender da procedência. As armas, segundo integrantes da comitiva, teriam sido presentes de um príncipe de uma família real dos Emirados Árabes. O fuzil foi entregue a um terceiro, que repassou o bem a Bolsonaro dentro do avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O ex-presidente teria gostado do presente.
Farra
Na mesma viagem, membros da comitiva receberam relógios de luxo. Há pouco mais de uma semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os itens fossem devolvidos e considerou que os presentes violam as regras da Corte. Em tese, o caso das armas deve seguir o mesmo caminho, segundo ministros ouvidos pela coluna. Os relógios em questão custavam até R$ 53 mil, valor semelhante ao das armas no mercado brasileiro. Seu valor comercial foi levado em consideração pelo TCU ao determinar que eles deveriam ser devolvidos ao patrimônio da União.
Sherlock Holmes
Pessoas que presenciaram o recebimento do fuzil e da pistola dizem que os bens teriam sido registrados pelo Exército, como demanda a legislação brasileira no caso de importação de armas. Procurado, o Exército não se pronunciou. O jornalista diz em seu texto que perguntou à assessoria do ex-presidente onde estão as armas, quais seus modelos específicos e valores estimados, e se o presidente recebeu outras armas de presente durante seu mandato. Também perguntou se ele pretende devolvê-las. Não houve resposta.