O senador Marcio Bittar (MDB) vem causando furor nas redes sociais a partir da posição assumida em torno da morte do cidadão negro João Alberto Silveira Freitas, ocorrida na última quinta (19), no Carrefour em Porto Alegre.
Olhar diferente
Bittar postou um vídeo na rede social no domingo (22) em que critica as manifestações estreadas por ativistas que defendem o conceito da igualdade racial, externando que o fato foi um crime comum e assim deve ser encarado pela justiça. Bittar concorda que a morte da vítima de fato é chocante, mas que a mídia e a imprensa em geral, foca em outra direção no caso que, para ele, não deve ser derivado do racismo.
Prudência
“Vamos com calma. A própria delegada que está apurando o caso já deu indícios de que ali não foi um crime de racismo. Podia ser um branco, podia ser uma mulher, um jovem ou um idoso”, salienta.
Noutro mundo
A propósito do tema racismo, além de declarações de políticos e autoridades do governo federal minimizando o tema – caso de Bittar e Hamilton Mourão, que declarou não haver racismo no Brasil – os números da gestão Bolsonaro demonstram que as políticas de enfrentamento do racismo e de adoção de ações de promoção da igualdade racial no país estão longe de ser uma preocupação de Estado.
Fonte
Os dados estão numa análise técnica elaborada pela bancada do PSOL na Câmara Federal, com base em respostas do próprio governo em requerimentos encaminhados por parlamentares da legenda.
Comparativo
O valor destinado em 2020 para essas ações corresponde a lastimáveis 2% do que foi desembolsado para essas políticas em 2011, no primeiro ano do governo Dilma Roussef, quando se deu o pico histórico recente de liberação de recursos.
Merreca
Neste ano, o valor destinado foi de apenas 2 milhões e 700 mil reais. A média dos últimos 10 anos de gastos com essas ações afirmativas foi de 37 milhões e 200 mil reais.
Posse
O atual chefe da Casa Civil, Ribamar Trindade, deve ser empossado como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta sexta-feira, 27, pelo presidente suprema corte, conselheiro Cristóvão Messias.
Ampulheta
Segundo divulgado pela imprensa local, o TCE tem um prazo legal de 30 dias para posse após a nomeação do governador Gladson Cameli. Vale lembrar que o nome de Trindade foi aprovado por unanimidade em sabatina promovida pelos deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
Legislação
Caso isso não aconteça, o presidente do TCE poderá responder por acusação de prevaricação (deixar de praticar ato de ofício) e por improbidade administrativa por protelar a posse de Trindade, nomeado por Cameli no dia 30 de outubro, pois o Regimento Interno do TCE impõe que a posse deve ocorrer em 30 dias após a nomeação.
Ação
O deputado federal Leo de Brito (PT-AC) protocolou junto à mesa diretora da Câmara dos Deputados, pedidos de informações destinados ao Ministério da Saúde e Ministério da Defesa, sobre o anúncio do vencimento do estoque de 6,86 milhões de testes de Covid-19 em dezembro deste ano, e também acerca do estoque de cloroquina fabricado sem destinação, pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército.
Absurdo
As informações foram veiculadas por grandes veículos de comunicação do país e tiveram importante repercussão em âmbito nacional. As notícias dão conta que 6,86 milhões de testes de Covid-19 comprados pelo Ministério da Saúde podem ser descartados por prazo de validade. O estoque em questão vence em dezembro deste ano e janeiro de 2021.
Balanço
Ainda segundo noticiado, o Sistema Único de Saúde (SUS), aplicou cinco milhões de testes desse tipo, o que significa que o País pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora. Ao todo, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.
Prorrogação
Apesar de o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer que o governo não trabalha, neste momento, com a hipótese de prorrogação do auxílio emergencial, a equipe econômica estuda como pode estender o pagamento do auxílio caso se confirme a extensão dos efeitos da pandemia no início de 2021.
Antecipação
Ontem, segunda feira (23) Guedes disse que, em caso de uma segunda onda da covid-19, o governo já sabe a parcela dos beneficiários que “realmente precisa” continuar recebendo o auxílio.
Óbice
A principal dúvida entre os técnicos da equipe econômica é como estender o pagamento do benefício sem furar o chamado teto de gastos, a regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.
A fórceps
Nas duas prorrogações do auxílio, a equipe econômica acabou tendo que ceder porque não havia definição sobre um novo programa social para abarcar mais beneficiários - cenário que deve se repetir agora.
Histórico
O governo começou a fazer os pagamentos em maio. Inicialmente, iriam até julho. Depois foram prorrogados uma primeira vez até setembro e, uma segunda vez, até dezembro. No início, o valor era R$ 600, mas passou para R$ 300 nas últimas parcelas.
Conta de chegada
A uma semana do segundo turno em São Paulo, candidato do PSOL, Guilherme Boulos, reduziu a distância do primeiro colocado na corrida eleitoral, o prefeito Bruno Covas (PSDB)
Retrato
Segundo o Datafolha, da pesquisa feita nos dias 17 e 18 para o levantamento desta segunda (23), Boulos passou de 42% para 45% dos votos válidos. Covas, o vencedor do primeiro turno, oscilou negativamente de 58% para 55%.
Ficha técnica
A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O instituto ouviu 1.260 pessoas. Encomendado pelo jornal Folha de São Paulo, o levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral com o número SP-0985/2020.
Campo fértil
O avanço de Boulos se deu principalmente entre os eleitores mais jovens e que revelam maior disposição para votar no domingo. A grande maioria dos eleitores mais velhos está com Covas, embora os efeitos da pandemia possam reter uma parte em casa.
Caixa de surpresas
Se houver um voto de protesto por conta do assassinato de João Alberto no Carrefour de Porto Alegre, Boulos se beneficiará disso. Entre os que se apresentam como pretos ouvidos pelo Datafolha, ele cresceu oito pontos percentuais no total das intenções de voto. Em resumo: tudo pode acontecer nessa reta final de campanha, inclusive nada.