O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse durante a sessão de ontem, quarta-feira, 27, que homenageou trabalhadores da Saúde, que atuam no enfrentamento à pandemia da covid-19, afirmou que o governo do Acre acertou quando não “embarcou no negacionismo” defendido pelo governo Bolsonaro.
Negacionistas
“Desde o primeiro dia em que decretamos estado de calamidade pública, eu realcei sempre, que foi o maior acerto do governo do Acre, foi não embarcar na canoa furada do negacionismo. Onde se subestimou a pandemia, os óbitos se multiplicaram. Esse foi o grande acerto, Alysson. Nossa geração vai ficar marcada por ela [pandemia]. O povo brasileiro descobriu nesta pandemia a importância do SUS. O povo descobriu a importância do SUS na necessidade”, disse o parlamentar em seu pronunciamento, ao defender o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Mais ação
Edvaldo Magalhães foi além, dizendo que é preciso avançar nas pautas da Saúde. “Por outro lado, não podemos tapar o sol com a peneira porque tem um débito entre o poder público com os principais personagens do SUS, que são os trabalhadores. O SUS não sobrevive sem carreiras fixas, perenes. O SUS não se sustenta com terceirização, só se sustenta com carreiras de estado”.
Protagonismo
O parlamentar lembrou, ainda, a luta dos deputados estaduais para que o governo aprovasse e prorrogasse em alguns momentos o pagamento do Auxílio Temporário em Saúde (ATS). Ele destacou que o Auxílio foi retirado no auge da pandemia da covid-19. Edvaldo, inclusive, apresentou requerimento pedindo o retorno dos pagamentos aos trabalhadores.
Insensibilidade
“Foi uma polêmica muito grande para cria o Auxílio Temporário de Saúde. A extensão do benefício foi restrita. No momento mais delicado, no momento mais agudo da pandemia, no ápice da segunda onda, o benefício foi retirado. Era pequeno, mas foi retirado. Foi retirado em novembro, houve uma grita, voltou em dezembro. Depois faltou em janeiro, fevereiro, março, abril... e só voltou em julho foi restituído”, lembrou.
Reconhecimento
Magalhães foi adiante: “o momento mais difícil, e mesmo com o benefício retirado nenhum profissional de Saúde deixou de fazer o que vinha fazendo. É por isso que na hora de homenagem a gente tem o dever de fazer a meia culpa, não faltava recursos. Naquele momento o Acre tinha um superávit de 13%. Foi uma ausência de decisão política adequada”, disse o parlamentar ao lembrar o episódio.
Terceira via
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (MG), filiou-se oficialmente, na quarta-feira (27/10), ao Partido Social Democrata (PSD). Antes, o senador mineiro fazia parte da bancada do Democratas, que deve ser reforçada com a fusão entre o partido e o PSL, que formou a nova legenda: a União Brasil.
Debutante
Pacheco foi anunciado pelo presidente da nova legenda, Gilberto Kassab, como um dos candidatos à eleição presidencial: “Quero dizer que Rodrigo Pacheco será pré-candidato do partido à Presidência”, enfatizou o líder.
Cenário
O evento de filiação de Pacheco foi realizado pela manhã, em frente ao Memorial JK, monumento construído em homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. A cerimônia contou com a participação de Kassab e de senadores da bancada do PSD, entre eles o líder Nelsinho Trad (MS) e os mineiros Antonio Anastasia e Carlos Viana.
Prestígio
Além dos parlamentares do PSD, o líder do DEM, antigo partido de Pacheco, senador Marcos Rogério (RO), e o ex-presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), prestigiaram o ato de filiação do senador mineiro à nova sigla.
Trajetória
Senador em primeiro mandato, Pacheco foi deputado federal entre 2015 e 2018, tendo presidido a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. É, desde fevereiro, presidente do Congresso Nacional.
Corrente
No ato de filiação, Trad defendeu Pacheco como nome do partido ao “caminho da pacificação”. “Queremos o caminho da pacificação, o caminho do diálogo para longe dos extremos”, enfatizou o líder da bancada no Senado.
Contabilidade
Com Pacheco oficialmente filiado, o PSD passa a ter 12 senadores na sigla, mantendo-se como a segunda maior da Casa, atrás apenas do MDB, que tem 16 parlamentares filiados. Sem o presidente do Senado, o DEM perde o posto de quinto maior partido para o PT. No entanto, com o avanço da fusão entre a sigla e o PSL, a tendência é de que a legenda recupere o posto.
Temor
A propósito do presidente do senado Rodrigo Pacheco, o temor do Planalto é que pré-candidato, Pacheco paralise o governo. A receio procede porque o Presidente do Senado tem faca e queijo na mão para prejudicar o atual presidente da República e favorecer seu próprio projeto eleitoral.
Constatação
O temor é que, para prejudicar o atual presidente da República e favorecer seu próprio projeto eleitoral, Pacheco simplesmente paralise e imobilize o governo, que necessita de autorização legislativa para implantar suas pautas.
Há precedentes
Rompido com Dilma Rousseff, o então presidente da Câmara Eduardo Cunha paralisou o governo petista, “segurando” votações importantes.
Candidato ansioso
A classe política reagiu com preocupação ao açodamento de Pacheco, muito ansioso na tentativa de emplacar sua candidatura presidencial.
Papel efetivo
O temor é que, para se credenciar à vaga de vice de Lula, uma de suas opções, Pacheco pode assumir papel efetivo na paralisia do governo.
Roda presa
A falta de votações pode demorar a ser percebida pela opinião pública porque, afinal, a presidência Pacheco já firma reputação de “roda presa”.