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Bode expiatório

Bode expiatório

A decisão do governo do Estado em exonerar a gerente do Hospital João Câncio, de Sena Madureira, a senhora Edgardina Matos Barbosa, após o desabamento do forro da unidade de saúde do município, deixando subentendido que a mesma é a responsável pelo infausto acidente que ceifou a vida do cidadão Izailton Gadelha, continua rendendo. A gestora diz possuir documentos que comprovam a comunicação à Sesacre sobre situação precária da unidade de saúde, deixando a instância superior cinte dos riscos que corriam risco funcionários e pacientes. 

Ironia do destino 

Ontem Edgardina veio à público prestar solidariedade à família de Izailton e lamentar sobre o acidente registrado, justo no lugar onde a população busca o tratamento médico, a cura, e o dito cidadão encontrou a fatalidade que lhe levou ao óbito.

Maldade 

Nesse sentido, a ex-gerente se diz injustiçada pela interpretação sedimentada na opinião pública a seu respeito, cujo ato seria até passível de compreensão, caso ela tivesse sido inerte diante dos fatos que levaram a essa fatalidade. Ocorre que as coisas não aconteceram como os reais responsáveis querem deixar transparecer, posto que somente gerenciava a parte operacional da unidade, estando a cargo do governo a edificação e manutenção da estrutura física do prédio.   

Prevaricação 

Na nota, Edgardina começa dizendo que “É fato público que o Hospital necessitava de urgentes reformas na parte estrutural do prédio, pelo que sempre lutou, tendo encaminhado diversos ofícios ao órgão imediatamente superior – Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre), nos quais relatou a necessidade de obras urgentes, bem como a transferência do atendimento para outro local, até que essas obras fossem concluídas”.

Ouvidos moucos 

Reforça sua posição dizendo que “todos os documentos comprobatórios se encontram a disposição de toda a comunidade e também dos órgãos fiscalizadores. Os expedientes contem relatos da necessidade urgente de locação de novo prédio para abrigar pacientes e servidores, cujo pedidos nunca foram atendidos pela Sesacre”.

Intervenção 

Esclarece, ainda, que “requereu a imediata transferência dos pacientes para outro local, o que infelizmente não aconteceu a tempo de evitar a perda de uma vida. Os relatos minuciosos contêm a exposição de possíveis riscos à saúde de pacientes, servidores e usuários do serviço, com acervo fotográfico de toda situação emergencial no interior daquele prédio hospitalar”. 

Princípios 

Adiante diz que “Importa esclarecer que, espontaneamente, me coloco à disposição das autoridades competentes na apuração do caso. É fundamental destacar que a nossa gestão foi pautada dentro de princípios éticos e morais, obrigação de todo gestor público, sobretudo por seu compromisso social oriundo de uma vida honrada e voltada para o bem comum. Vale frisar que em momento algum houve negligência nem de minha parte, nem de qualquer membro da equipe do HJCF”.

Questão de justiça 

Nesse sentido, conclui Edgardina, “faz-se necessário expor a verdade dos fatos, que serão devidamente comprovados pela ex-gerente, que se coloca à disposição da Justiça para colaborar com o deslinde desse lamentável episódio. Esperamos que a família enlutada receba o conforto devido nesse momento de profunda dor e que a verdade prevaleça, para que os verdadeiros culpados sejam responsabilizados.”

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Vale tudo 

Ontem, 7 de setembro, dia que marcou o bicentenário da Independência do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) transformou os eventos comemorativos da data, num ato de campanha, violando a legislação eleitoral, fazendo seu principal discurso em palanque montado na Praia de Copacabana, no Rio.

Inimigos 

Durante uma fala de pouco mais de 15 minutos, ele concentrou seus ataques à esquerda, citando governos de outros países, e o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário na corrida ao Planalto. Depois de afirmar que governos de esquerda são marcados por corrupção, o presidente defendeu que “esse tipo de gente tem de ser extirpada da vida pública”.

Nicho 

Bolsonaro acenou a seu eleitorado evocando pautas conservadoras, como a posição contrária à legalização das drogas e do aborto. Afirmou que seu governo apresentou ao povo como funciona o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) — nesse momento, o público respondeu com vaias ao Supremo —, e ressaltou que o Estado é laico, mas que é um presidente cristão. Além disso, voltou a citar corrupção.

Companhias

No evento estavam ainda o senador e coordenador de campanha, Flávio Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, agora candidato a deputado federal, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, além de apoiadores de primeira hora, como Silas Malafaia, que cedeu um dos caminhões de som, o empresário Luciano Hang (o véio da Havan) e Daniel Silveira (PTB), que teve o registro de candidatura ao Senado negado pelo TRE, mas ainda tenta viabilizá-la.

Contraponto

Líder nas pesquisas e opositor a Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o Twitter para fazer críticas ao presidente e dizer que, quando era chefe do Executivo, nunca usou o 7 de Setembro para fazer campanha eleitoral. A declaração ocorreu em vídeo, publicado na noite de ontem, 7, após os discursos do presidente. 

Postura

“Quando presidente da República, eu tive a oportunidade de participar de dois [feriados de] 7 de setembro, um em 2006 e o outro em 2010, em época eleitoral. Em nenhum momento, a gente utilizou um dia da Pátria, um dia do povo brasileiro, o dia maior do nosso país por conta da independência, como instrumento de política eleitoral”, começou em vídeo.

Conselho 

Lula não citou o nome de Bolsonaro, mas comentou que o presidente deveria “discutir os problemas do Brasil, tentar falar para o povo brasileiro como ele vai resolver o problema da economia, da educação, da saúde, do desemprego, do arroxo do salário mínimo” ao invés de “tentar falar de campanha política e tentar me atacar”.

Explicações 

O ex-presidente também afirmou que o concorrente deveria explicar como ele e familiares negociaram 107 imóveis desde 1990, dos quais ao menos 51 foram adquiridos total ou Parcialmente, com uso de dinheiro em espécie, conforme apurado pela reportagem do Portal. 

Curiosidade

“Agora ele deveria estar explicando para o povo como é que a família juntou R$ 26 milhões em dinheiro vivo para comprar 51 imóveis. É isso que ele tem que explicar. O Brasil precisa de melhor sorte. O Brasil precisa de um governo que cuide do povo, que fale de harmonia, de uma pessoa que fale em amor, de uma pessoa que fale em crescimento econômico, industrialização e geração de emprego, e aumento de salário. De uma pessoa que cuida do povo como se fosse os seus. O povo resolveu que vai reconquistar a democracia para a gente recuperar o Brasil”, concluiu.