O senador Sérgio Petecão (PSD) usou a tribuna do Senado Federal, ontem, terça-feira (22), para fazer um alerta sobre a situação “crítica em que o atual governo do Estado do Acre se encontra”, conforme suas expressões. O senador disse que os principais setores do Estado estão em greve, como a Educação, Saúde, Polícia Militar e manifestações da Polícia Civil. Sérgio Petecão, em sua fala, lamentou o fato de a segurança dos acreanos está entregue à própria sorte.
Postura crítica
“Eu nunca presenciei uma situação tão grave como estou vendo. E para o governador do Acre as coisas parecem tranquilas, um mar de rosas”, disse. O senador criticou ainda a postura do governador do Acre no evento realizado na última sexta-feira (18), em Rio Branco, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e prefeito Tião Bocalom.
Súplica
Para o parlamentar o governador perdeu a oportunidade de se “ajoelhar” na frente do presidente da República para pedir “pelo amor de Deus” para que o governo federal pudesse ajudar do Estado. “A situação é de calamidade”, falou Petecão.
Teatro
Petecão afirmou ainda que toda vez que o governador do Acre tem uma oportunidade, ele faz uma “presepada”. Dessa vez, foi na presença do presidente da República, que é muito difícil de acontecer. Sérgio Petecão lamentou ainda o estouro da operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal que identificou mais de R$ 800 milhões de desvios dos cofres públicos da gestão do atual governador. “O governador se diz preocupado com os buracos nas ruas da cidade enquanto ele mesmo fez um rombo nas finanças do estado”.
Ação
O senador acreano finalizou seu discurso pedindo à Justiça um desfecho aos mais de R$ 800 milhões desviados dos cofres públicos do Acre. Segundo o parlamentar, hoje no Acre paira uma sensação de impunidade. Ele disse que a atual gestão do governo do Acre trouxe diversas empresas de Manaus que surripiaram o dinheiro dos acreanos.
Quiprocó
A fala do prefeito Tião Bocalom (PP), quando fez analogia de parte do funcionalismo público com o ‘causo’ do touro ‘broxa’ continua rendendo. Ontem, 22, o deputado Nenem Almeida (Podemos) iniciou seu discurso durante sessão ordinária da Aleac pedindo que os servidores públicos sejam respeitados pelos gestores municipal e estadual. O parlamentar lamentou o fato dos trabalhadores terem que fazer manifestações para tentarem ser ouvidos, e também pelo prefeito Tião Bocalom (PSL) tê-los chamado de preguiçosos.
Solidariedade
“Respeitem os funcionários públicos! Ontem recebi um vídeo onde o prefeito Tião Bocalom faz desdém do servidor, faz piada de mal gosto com eles, chamando-os de preguiçosos. Essas pessoas estudam tanto, aí vem um prefeito desqualificado se desfazer deles. Preguiçoso é o senhor, prefeito, que tem um monte de coisas para fazer e não faz”, rebateu. Nenem Almeida disse, ainda, que o governador Gladson Cameli (PP) também desrespeita os servidores públicos quando não senta com sua equipe para negociar as reivindicações apresentadas pelas classes trabalhistas.
Prática
“O gestor estadual passou anos fazendo promessas para a Saúde, Educação e Segurança e o que vemos são juras vazias. Até quando, governador? Até quando o senhor quer continuar sendo esse meme, esse dançarino? Mande com urgência a proposta para os funcionários públicos. Peço o apoio dos deputados para esses trabalhadores. Vamos nos unir! ” Pediu Neném em sua fala.
Casanova da floresta
Ainda sobre a sessão legislativa de ontem, 22, o deputado Daniel Zen usou o seu momento de fala na tribuna para alertar os eleitores acreanos sobre os lobos em pele de cordeiro que enganam a população com o falso moralismo, quando na verdade são o contrário daquilo que dizem. Zen fazia referência as “conversas sórdidas” do senador da República, Márcio Bittar (União Brasil), que, segundo o petista, prega nos quatro cantos do Estado o falso moralismo e os bons costumes, quando na verdade fica de trelê-lhe com garotas de programa.
Pacote
O parlamentar espraiou suas críticas a vários políticos do estado, afirmando ainda que esses falsos moralistas, verdadeiros fariseus – que traem as esposas, os filhos fazem coisas erradas e eles arrotam falso moralismo -, estão no Planalto, nas Prefeituras e no Palácio Rio Branco, de prontidão, a enganar a todos nós.
Novo patamar
Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, confirmou sua filiação ao PTB de Roberto Jefferson. Queiroz quer ser candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Segundo o ex-assessor de Flávio, sua filiação deve ocorrer neste próximo sábado (26/3). O presidente da sigla, o deputado estadual Marcus Vinícius “Neskau”, contudo, afirmou que ainda precisa acertar alguns detalhes com Queiroz, como se a candidatura será para a Câmara ou para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Pormenores
Em janeiro deste ano, Neskau não queria que o PTB filiasse Queiroz. Na avaliação do deputado, no início do ano, o ex-assessor de Flávio “relembra muita coisa ruim”. Na época, Queiroz e Neskau nunca haviam se encontrado. Neskau ainda não está completamente de acordo com a filiação e afirma que “ainda há coisa em jogo” e que o cenário pode mudar até o dia 1º, data final da janela partidária.
Ficha corrida
Queiroz é investigado por um suposto esquema de rachadinhas, crime de peculato, no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Em junho de 2020, o ex-PM foi preso no sítio de Fred Wassef, advogado de Flávio, no interior de São Paulo. Em março do ano passado, a prisão foi revogada pelo Superior Tribunal de Justiça. Sobre o caso, Queiroz disse que “graças a Deus” nada o impede de se candidatar.
Espólio
O presidente Jair Bolsonaro avisou a lideranças de partidos do Centrão, nas últimas horas, que não abre mão de escolher pessoalmente seu ministro da Educação. O recado foi dado, segundo auxiliares, após o presidente detectar movimentos de caciques do bloco para tentar derrubar o atual titular do Ministério da Educação, Milton Ribeiro. O ministro entrou na mira do Centrão e de algumas lideranças evangélicas após o jornal Folha de S. Paulo revelar um áudio polêmico atribuído a Milton Ribeiro.
Sincericídio
Na gravação, Ribeiro diz que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores evangélicos sem cargo na pasta. Centrão e alas da bancada evangélica no Congresso tentam usar o episódio para derrubar o ministro e emplacar nomes mais ligados a eles no comando do MEC. Um dos nomes defendidos por caciques do Centrão para a vaga é o do atual presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Marcelo Lopes. Lopes é ligado ao ministro-chefe da Casa Civil e presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, de quem já foi chefe de gabinete no Senado antes de assumir o FNDE.
Precaução
Bolsonaro, no entanto, avisou a caciques do Centrão que, mesmo que Milton Ribeiro acabe saindo em razão do episódio do áudio, o bloco não indicará o sucessor. Segundo auxiliares presidenciais, além do MEC, Bolsonaro não topa ceder a indicação para outros ministérios importantes, entre eles Economia e Saúde.