Hoje aportaram no estado mais de 130 mil “doses de esperança” que o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), recebeu do Ministério da Saúde (MS), sendo o maior lote de vacinas já enviado até o momento, para dar início à maior operação de imunização no estado. Serão 113.490 doses do imunizante produzido pela farmacêutica Pfizer e mais 17.250 pela Oxford/AstraZeneca/Fiocruz.
Obsessão
“Eu quero ver o nosso povo vacinado”, afirma o governador Gladson Cameli nas inúmeras agendas que realiza durante o dia. A esperança e esforço do chefe de governo é para resguardar a população do coronavírus, evitando que mais famílias sejam desfalcadas de entes queridos. A ordem é clara e, por isso, a Sesacre, por meio do Programa Nacional de Imunização, destaca equipes para a missão.
Logística
A logística de entrega aos municípios, responsáveis pelo cronograma de vacinação, é executada com o auxílio das demais instituições do governo do Estado, como Segurança Pública, para que os imunizantes cheguem de forma célere e segura às localidades mais isoladas.
Disse me disse
O ministro da Defesa, general Walter Braga Netto (foto), chamou, nesta quinta-feira (22/7), de “mentira, invenção” a notícia de que teria enviado recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), condicionando as eleições de 2022 ao voto impresso e auditável.
Mensageiro
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o recado foi dado ao presidente da Câmara, no último dia 8 de julho, por meio de um interlocutor. Na ocasião, Braga Netto estaria acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Invencionice
Ao chegar à pasta da Defesa na manhã desta quinta-feira, o general foi questionado por jornalistas sobre a matéria do Estadão e respondeu: “Mentira, invenção”.
Lógica
Uma fonte ligada a Braga Netto também negou, em conversa reservada com o site Metrópoles, que o fato tenha ocorrido. “Interlocutor? Não se manda recado neste nível. E não é postura de uma autoridade”, disse. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, informou, via assessoria, que não irá comentar o episódio.
Gravíssimo
Ao receber o aviso, Lira entendeu se tratar, segundo o Estadão, de uma ameaça de golpe, algo “gravíssimo”. Por isso, foi atrás de Bolsonaro para esclarecer a situação e assinalou ao chefe do Executivo federal que iria com ele até o fim, mesmo se fosse para perder a eleição, mas não iria admitir golpe. Ainda de acordo com o jornal, Bolsonaro contemporizou e disse, como de praxe, respeitar a Constituição. Lira, no entanto, destacou que o emissário foi claro ao dar o aviso do general.
Conexões
Naquele mesmo 8 de julho — quando Braga Netto teria mandado recado a Lira —, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as “eleições do ano que vem serão limpas”, em referência ao voto impresso, “ou não teremos eleições”.
Voto impresso
O titular do Palácio do Planalto tem colocado o voto impresso como condição para legitimar o sistema eleitoral. As ameaças se intensificaram nas últimas semanas. Nessa segunda-feira (19/7), contudo, Bolsonaro declarou que não acredita mais que a PEC do voto impresso será aprovada pela Câmara dos Deputados. “Eu não acredito mais que passe na Câmara o voto impresso, tá? A gente faz o possível. Vamos ver como é que fica aí”, disse o presidente durante conversa com apoiadores.
Recuo estratégico
Na semana passada, para evitar uma derrota, a base do governo na Câmara conseguiu adiar a votação do parecer do relator da proposta, deputado Filipe Barros (PSL-SP). O presidente da comissão, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), convocou nova reunião para 5 de agosto, após o recesso parlamentar. Numa manobra regimental, Martins argumentou que Barros solicitou mais tempo para fazer modificações no texto a pedido de outros deputados da comissão.
Frigir dos ovos
Tenha ou não o presidente da Câmara recebido a mensagem de Braga Netto, e admitindo ou não o ministro da Defesa as suas convicções, o fato é que não apenas o general apoia a ameaça de Jair Bolsonaro de impedir a realização da eleição presidencial caso não se implemente o voto impresso no Brasil — também os três comandantes das Forças estão alinhados com a determinação do presidente da República.
Apoiamento
Os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica — general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o almirante de esquadra Almir Garnier e o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior— escoram esse apoio em dois argumentos, um pronto para consumo público e outro restrito às conversas militares privadas.
Argumentos
O argumento público é de que ao condicionar a realização das eleições à criação do voto impresso, as Forças Armadas não estariam se alinhando ideologicamente com Bolsonaro, mas sim, se empenhando em evitar um “grave conflito social” que poderá advir de uma eleição que tenha sua lisura questionada.
Opinião
“Queremos eleições com resultados justos e verificáveis. Se isso não ocorrer, haverá confusão e a confusão cairá no colo dos militares”, afirma um integrante da cúpula das Forças Armadas.
Posições dúbias
Em privado, porém, a conversa é outra —e ela cita explicitamente o ex-presidente Lula. Diz esse integrante da cúpula das Forças: “O sentimento dos militares — incluindo o dos três comandantes— é de que não irão conseguir fazer Lula subir a rampa do Palácio do Planalto de qualquer jeito”. O petista é execrado por nove entre dez generais do Exército, com igual rejeição na Marinha e Aeronáutica.
Conteúdo
À afirmação de que a mensagem de Braga Netto revelada pelo Estadão configuraria não um “alerta”, mas um crime e uma ameaça institucional, a fonte militar responde apenas: “Cada um que entenda como quiser”.
Expressão clara
No último dia 8, Bolsonaro afirmou que não haverá eleições em 2022 se o Brasil não adotar o voto impresso. “As eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”. Ao contrário do que insinuou o presidente sem fundamentar sua afirmação, nunca houve fraude comprovada nas eleições brasileiras desde a adoção das urnas eletrônicas.