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Beto, o breve

Beto, o breve

A notícia que já tinha sido divulgada na semana passada foi concretizada no dia de hoje (12): o Diário Oficial do Estado trouxe a exoneração do engenheiro civil Beto Murad do cargo de diretor-presidente do Deracre.

Perfil

Informações que circulam nos bastidores dão conta que o professor Beto Murad não transigiu em fazer valer suas opiniões, batendo de frente com secretários de outras pastas e até com gestores municipais. Beto tem perfil burocrático e técnico e por essa razão não se ajustou aos salamaleques da política, enfrentando dificuldades em executar projetos e obras no órgão.

Futurologia

Assume interinamente o também engenheiro civil Sócrates Guimarães, servidor efetivo do órgão, que já havia comandado o Deracre entre março e maio deste ano, quando Petrônio Antunes foi afastado da direção a mando da Justiça no âmbito da Operação Ptolomeu. O nome de Alysson Bestene circula como possível substituto de Beto, porém, assessores próximos a Gladson Cameli garantem que o governador ainda não se decidiu por um nome para assumir definitivamente o cargo.

Causa

O prefeito Tião Bocalom (PP) lançou mão da caneta para exonerar comissionados indicados pelo vereador Fábio Araújo (PDT). O Diário Oficial de hoje, 12, trouxe a má notícia para os servidores que prestavam serviço no paço municipal por indicação do pedetista. O ato vem como desdobramento das rugas envolvendo o secretário de Agricultura de Rio Branco, Eracides Caetano, e o vereador.

Efeito

Fábio trouxe a tona denúncias dando conta da suposta venda do calcário por parte dos gestores aos produtores rurais, prática que o secretário nega, rotulando as denúncias como levianas. O prefeito Tião Bocalom resolveu adotar medida dura e exonerou, via Diário Oficial, mais de 10 cargos ligados ao primeiro-secretário do Poder Legislativo Municipal, incluindo familiares.

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Intercâmbio

Ontem, segunda-feira (11), o presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Luiz Gonzaga (PSDB), participou a convite da deputada federal Socorro Neri de reunião com o embaixador da Índia, Suresh K. Reddy, em Brasília, para tratar do intercâmbio comercial, científico e cultural entre o Acre e a Índia.

Prestigio

Além de Gonzaga, representaram o Acre na reunião Socorro Neri e a reitora da Universidade Federal do Acre (UFAC), Guida Aquino. O encontro foi possível graças ao pedido de Luiz Gonzaga para que a deputada Socorro protocolasse a reunião.

Causa

Gonzaga é um entusiasta da riqueza medicinal existente na floresta amazônica. De acordo com ele, a reunião serviu para estreitar as relações comerciais entre os dois países, mas também para colocar o Acre no radar da extração de fármacos diretamente da natureza.

Benefícios

Ainda sobre o encontro, a deputada Socorro Neri guarda a mesma impressão externada por Gonzaga, ao avaliar que a reunião serviu para estreitar os laços do Acre com a Índia, visando o desenvolvimento do estado. “Nossa intenção ao solicitar a reunião foi a de aproximar o Acre da Índia através da embaixada. Temos como prioridade buscar o desenvolvimento de nosso estado. A Índia se destaca na produção industrial de tecnologia de ponta, sendo um grande produtor deeletroeletrônicos, agroindustriais, informática e biotecnologia. Apresentar as riquezas do Acre ao embaixador será importante para o desenvolvimento econômico do nosso estado”, disse.

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Abrindo o bico

O tenente-coronel Mauro Cid vai citar militares que participaram do núcleo do governo de Jair Bolsonaro (PL) em seu acordo de delação premiada, homologado no fim de semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), diz a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna de hoje, 12, no jornal Folha de São Paulo.

A lista

Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, deve citar, entre outros, o general Augusto Heleno, que foi chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo passado, e também o general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Posição

Heleno já negou, em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, que tivesse ajudado a articular uma tentativa de golpe. Ramos afirmou, quando estava no cargo, que seria “ultrajante e ofensivo” afirmar que os militares estariam envolvidos em algum plano de golpe. Mas fez um alerta para “o outro lado”: “Não estica a corda”.

Alívio

De acordo com pessoas familiarizadas com as tratativas de colaboração de Cid, ele deve citar também os generais Eduardo Pazuello e Braga Netto, e um outro general da reserva. O Exército, no entanto, pode respirar aliviado: o ex-ajudante de ordens não deve citar militares da ativa em seu depoimento, mesmo diante do fato de golpistas do 8/1 terem permanecido por longo tempo acampados no QG da força por um longo tempo.

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Gula

O Centrão está se preparando para novos embates com o governo Lula (PT). Após a demissão de Ana Moser do Ministério do Esporte, o PP agora almeja o controle total da Caixa Econômica Federal. Embora a mudança na presidência da Caixa esteja acordada, as negociações atingiram um impasse porque o Palácio do Planalto não está disposto a ceder os outros cargos do banco, informa o jornal O Estado de S. Paulo.

De cabo a rabo

Na linguagem política, “porteira fechada” implica dar a um mesmo partido ou bloco autonomia para preencher todos os postos da estrutura sob sua direção. O Planalto concordou em nomear a ex-deputada Margarete Coelho como presidente da Caixa. No entanto, ele se recusa a entregar as 12 vice-presidências da instituição bancária para indicações do Centrão, que é composto principalmente pelo PP, Republicanos e União Brasil.

Politicagem

Margarete Coelho, aliada do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), atualmente ocupa o cargo de diretora de Administração e Finanças do Sebrae. A menos que ocorra uma reviravolta de última hora, ela substituirá Rita Serrano na presidência da Caixa. Rita Serrano, ligada ao PT, é vista no Congresso como uma especialista que não atende às demandas políticas. Diante das críticas, o presidente Lula concordou com a substituição antes de viajar para a Índia, em 7 de setembro, onde participou da reunião de cúpula do G20. No entanto, na prática, sua estratégia é ganhar tempo.

Largada

A posse dos deputados André Fufuca (PP-MA) no Ministério do Esporte e de Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) em Portos e Aeroportos está agendada para esta quarta-feira (13), às 10h. A partir desse ponto, começa a segunda fase das substituições, desta vez em bancos e autarquias.

Cobiça

A diretoria de Habitação da Caixa, atualmente ocupada por Inês Magalhães, é um dos principais pontos de conflito entre o PT e o Centrão. Inês é responsável pelo programa Minha Casa, Minha Vida e já foi ministra das Cidades por um mês em 2016, às vésperas do golpe contra a então presidente Dilma Rousseff. O PT está fazendo esforços para mantê-la no cargo.

Bufunfa

Outra questão em disputa é a definição das novas secretarias do Ministério do Esporte. A mais desejada pelo PP de Lira é a que cuidará da arrecadação dos impostos sobre apostas esportivas, com previsão de entrada de até R$ 12 bilhões por ano no caixa do governo quando o mercado estiver totalmente regulamentado. O conflito se deve ao fato de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e não o ministro do Esporte, terá a palavra final sobre o modelo dessa secretaria. A maior parte da arrecadação das apostas esportivas irá para a Fazenda, que também implementará medidas contra a lavagem de dinheiro.

Subterfúgios

Além da Caixa e dos cargos relacionados ao Ministério do Esporte, o Centrão tem como alvo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Deputados do Republicanos, partido que agora lidera a pasta de Portos e Aeroportos, reivindicam o controle da Funasa. O PSD de Gilberto Kassab, secretário de governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, e o PP de Lira também estão interessados na autarquia. A pressão é para que a Funasa fique sob a supervisão do Ministério da Saúde, e não do Ministério das Cidades. Isso se deve ao fato de que a Saúde é responsável por mais da metade das emendas parlamentares individuais (R$ 11 bilhões de um total de R$ 21 bilhões). É por isso que o PP de Lira sempre tentou, sem sucesso, assumir a cadeira de Nísia Trindade, a atual titular da pasta.