A luz vermelha acendeu na Secretaria de Finanças do Estado.
Ao menos é essa a versão oficial para a exoneração de mais de 300 cargos comissionados do governo do Estado, publicada ontem, numa edição especial do Diário Oficial, que na versão do governo tem como pano de fundo a manutenção da saúde financeira do tesouro estadual, em obediência a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Versão
Ocorre que a medida também está sendo tomada como uma retaliação do governador Gladson Cameli (PP) pela derrubada dos vetos imposto pelo Governador ao projeto aprovado na Assembléia Legislativa, quando da apreciação da LDO, na última terça feira. A derrota acachapante de 20 votos a 0 repercutiu mal e criou mal estar entre o Palácio e sua base política no parlamento, vez que até os governistas foram a favor da queda dos vetos.
Medida necessária
O chefe do Executivo diz tratar-se apenas de um ajuste, “devido estarmos com o limite fiscal ultrapassado. Com a renegociação da dívida, tenho que estar 'em dia' e fazer uma readequação com todos esses cargos comissionados”, asseverou.
Dois em um
Ainda na visão do governador, as exonerações também servem para "identificar quem está e quem não está trabalhando" e, ainda, "ter um equilíbrio da base, porque a maior reclamação dos parlamentares é que tem uns [deputados] que tem 10 [cargos] e outros não têm nada”, afirma.
Ioiô
As manifestações do governador Gladson Cameli na tarde de ontem, quinta-feira (19) sobre as demissões de 340 cargos comissionados, deram a entender que os demitidos podem voltar às suas funções. O retorno de ocupantes de cargos indicados por deputados deve ser decidido numa reunião do governador com os parlamentares prevista para a semana que vem, na terça feira.
Fala que eu te escuto
Gladson Cameli disse que vai chamar os parlamentares para conversar e que, nessas conversas, quem quiser indicar os seus protegidos, poderá fazê-lo. “Estamos buscando o equilíbrio fiscal mas também o equilíbrio político da base”, disse o governador, sobre a reunião com os deputados.
Arrastão
As exonerações não pouparam ninguém. Os deputados da base aliada, como Antônia Sales (MDB), José Bestene e Gerlen Diniz (PP), foram os mais atingidos com as demissões. As demissões também atingiram uma prima de Gladson Cameli, no caso Ana Paula Santiago Cameli, que ocupava cargo de confiança na Secretaria de Saúde
Mil e uma utilidades
A ação também é uma maneira de democratizar o governo, segundo Cameli. “Todos são iguais, essa foi a forma que nós adotamos para ter o equilíbrio fiscal e o equilíbrio político serem todos iguais”, diz o governador, esclarecendo que as 340 exonerações não fazem parte de retaliação: “eu sempre respeitei os poderes”.
Problemas e mais problemas
Além do esporro com que brindou Sérgio Moro pela ação policial no Congresso, na manhã de ontem, quinta (19), o encontro às pressas entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Justiça tinha outro objetivo: debater 1 nova bomba da Vaza nJato prestes a explodir pelo site The Intercept Brasil.
Excepcionalidade
Em condições normais, em que Moro e Bolsonaro não estivessem com o destino unidos pela #VazaJato, muito provavelmente, o ministro da Justiça teria saído demitido na tarde de ontem do Palácio da Alvorada, residência da Presidência da República, local da reunião de emergência.
Com o dedo no detonador
Nos últimos dias e horas, o jornalista Glenn Greenwald, fundador do Intercept, vem indicando que vem aí chumbo grosso da #VazaJato no esquema do presidente Jair Bolsonaro.
Razões subjacentes
“É incrível o quanto turbulências foram criados nas políticas brasileiras – inclusive com os próprios apoiadores de Bolsonaro na direita – tudo para proteger um garoto de ser responsabilizado por corrupção. Parece que o medo de Bolsonaro estender-se muito além de apenas um menino”, escreveu o fundador do Intercept, referindo-se ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Teia
O diabo é que os escândalos se entrelaçaram, os do presidente da República e seu clã com os da Lava Jato. Tanto os Bolsonaro quanto Moro e os procuradores da força-tarefa são, indistintamente, acusados pelo Intercept de cometer crimes e corrupção.
Apontar a estibordo... fogo!
Muito provavelmente, Moro e Bolsonaro tenham sido alertados pela reportagem do Intercept, que, de praxe, ouve o outro lado. São parceiros do site de Greenwald os seguintes veículos de comunicação: Folha, Veja, UOL, El País e o blogueiro Reinaldo Azevedo, da Bandnews FM.
Ai Jesus... de novo?
O prefeito reempossado de Senador Guiomard, André Maia (PSD), reagiu tratando a iniciativa como ação política, ao ser informado de que o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) estaria entrando com uma nova ação para tentar retirá-lo do cargo novamente.
Apuros
Maia voltou ao cargo na semana passada, após cumprir oito meses de afastamento, entre os quais pelo menos 60 dias preso, acusado de formação de quadrilha, fraude em licitação e desvio de dinheiro público – acusações sustentadas pelo MPAC e que não foram acatadas pelo Tribunal de Justiça do Acre, que se julgou incompetente para prosseguir com a ação.
Mais do mesmo
O novo pedido de afastamento é ilegal, disse o advogado Waldir Perazzo Leite, que defende o prefeito André Maia, “trata-se do mesmo pedido, o mesmo fundamento, de acusações já recebidas e afastadas pelo Tribunal”, disse.
Olhar diferenciado
Por seu turno, o prefeito André Maia, mesmo sem citar nomes, disse que seu retorno à Prefeitura incomoda muita gente, principalmente àqueles que tramaram por seu afastamento. “Eles sabem o que fizeram de errado enquanto estiveram aqui na Prefeitura e também que eu vou descobrir e denunciar isso à população e às autoridades competentes”, afirmou.
Sem recuar
André Maia disse ainda que vai lutar por todos os meios para se manter no cargo e que deve concluir o mandato e ser candidato à reeleição. “Só assim vou poder de fato cumprir com tudo aquilo que prometemos na campanha e que não podemos cumprir na totalidade porque fomos injustamente afastados do mandato”, disse.