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Jamaxi

Amado mestre

Amado mestre

A propósito de notas veiculadas na coluna de ontem, dando conta da ação da Polícia Federal que investiga esquema de fraude em licitação, lavagem de capitais e organização criminosa que teriam ocorrido em Marechal Thaumaturgo, a administração do município lançou nota reportando-se ao fato., num texto aonde não esclareceu nadica de nada, ficando só na enrolação.

Legalidade

De início diz que a “administração municipal reitera o compromisso com a legalidade e a transparência em todas as suas ações. A gestão de Marechal Thaumaturgo tem como princípio a ética e a responsabilidade na condução dos assuntos públicos, visando sempre o bem-estar da população”.

Colaboração

Adiante diz que “estamos colaborando integralmente com as autoridades competentes e colocamo-nos à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. A Prefeitura de Marechal Thaumaturgo não compactua com práticas ilícitas e repudia qualquer ato que viole a lei”.

Entendimento

Aduz entender “a importância do trabalho investigativo e confiamos na imparcialidade do processo. As investigações são fundamentais para a elucidação dos fatos e para o fortalecimento da transparência na gestão pública”.

Lero-lero

Por fim, reitera que a equipe da administração municipal “Está comprometida em colaborar de forma proativa para o esclarecimento dos acontecimentos. Expressando firme disposição em esclarecer todos os fatos, reafirmando a confiança no trabalho íntegro da Justiça”. Quer dizer, falou, falou e não tocou no foco da investigação que é a fraude em licitação, a lavagem de capitais e a formação de organização criminosa. Ficou tal qual o personagem Rolando Lero, da Escolinha do Professor Raimundo.

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Discutindo a relação

A crítica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às falas elogiosas do dirigente Valdemar Costa Neto ao presidente Lula (PT) expôs uma fissura na legenda, dividida entre o grupo bolsonarista e a ala “raiz”, formada por políticos próximos ao centrão.

Submergindo

A avaliação de integrantes da sigla é a de que o presidente do PL não mudará de opinião, mas deve submergir —até mesmo porque está de férias. A crise no partido só não escalou mais porque o Congresso está de recesso, o que reduz a repercussão das queixas de Bolsonaro.

Implosão

Sem mencionar diretamente Valdemar, Bolsonaro falou em “implosão do partido” com “declaração absurda” de “pessoa do partido”. A declaração, captada em vídeo, foi feita a apoiadores em sua casa de praia, em Angra dos Reis (RJ). Um dos simpatizantes questionou Bolsonaro sobre se o PL viria forte nas eleições deste ano.

Incômodo

“Tudo na vida puxa um pouquinho para vida familiar de cada um de nós. Problemas têm. Essa semana tive um problema sério, não vou falar com quem. Se continuar assim, vai implodir o partido. Pessoa do partido dando declaração absurda, como ‘o Lula é extremamente popular’. Manda ele tomar um [cachaça] 51 ali na esquina ali. [Lula] Não vem!”, respondeu Bolsonaro.

O ‘X’ da questão

Para entender a história deve-se relembrar que começou a circular na semana passada um vídeo editado de uma entrevista de dezembro de Valdemar, com trechos em que ele elogia o petista —ele diz, entre outras coisas, que Lula tem prestígio e popularidade.A versão do vídeo que viralizou cortou trechos em que Valdemar também elogia Bolsonaro.

Passando a limpo

Segundos relatos, o ex-presidente e o dirigente do PL conversaram sobre o episódio no final de semana. Pessoas próximas dizem que o ex-chefe do Executivo demonstrou irritação e que Valdemar se justificou, sob a alegação de que o vídeo foi editado. A ala mais bolsonarista do partido se incomodou com a fala do presidente do PL. Integrantes desse grupo dizem que, mesmo fora de contexto, não é aceitável esse tipo de elogio ao adversário. A Folha ouviu diferentes aliados de Bolsonaro, que usaram termos como “constrangedora”, “infeliz” e “inaceitável” para se referir à declaração de Valdemar.

Visão

“Confesso que tomei um susto quando vi. Ele tem que cuidar mais quando fala do Lula. Tem que prestigiar quem tornou o PL o maior partido do Brasil, e jamais se preocupar com quem quer acabar com o PL e com Bolsonaro”, disse à Folha o deputado federal Bibo Nunes (PL-RS). Para o parlamentar gaúcho, Valdemar jamais deveria comparar os dois. “Lula é uma mosca e Bolsonaro é uma águia. E águia não caça mosca”, completou. Outros integrantes da ala bolsonarista dizem que trata-se de mais um episódio de uma fissura que já é antiga, entre o PL raiz e o bolsonarista.

Panos quentes

O fato é que Valdemar foi amplamente criticado nas redes sociais por apoiadores de Bolsonaro nos últimos dias. Já aliados dirigente do PL atribuem o vídeo a uma ação de adversários para tentar criar um racha entre Bolsonaro e Valdemar e explorar isso eleitoralmente, sobretudo nas disputas municipais, como em São Paulo. Ao jornal Folha de são Paulo, Valdemar minimizou a circulação do vídeo que desencadeou as críticas e disse ser “coisa do PT”.

Repisando

“O que eu falei do Lula, eu falei porque é verdade. Se eu não falar a verdade, perco a credibilidade, que é o que me resta na política. Ninguém pode negar que ele foi bom presidente. Ele elegeu a Dilma [Rousseff]. Só que eu tava fazendo comparação: o Lula tem prestígio, Bolsonaro tem uma coisa que ninguém tem no planeta, carisma”, disse Valdemar, na sexta-feira (12).

Admiração

Em um dos momentos do vídeo que viralizou nos últimos dias, Valdemar disse que o petista é diferente do ex-presidente porque tem prestígio, embora não tenha “o carisma que Bolsonaro tem”. “O Lula tem prestígio. Popularidade. Ele é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro não. O Bolsonaro teve um mandato só”, disse Valdemar na ocasião.

Ferro e ferradura

No trecho que ficou de fora da edição, Valdemar também afirmou que Bolsonaro tem prestígio há muito tempo e relembrou de quando ambos eram colegas na Câmara dos Deputados. Segundo o dirigente, numa ocasião ele levou ao então deputado Bolsonaro um bilhetinho com elogios de seu pai, Waldemar Costa Filho, então prefeito de Mogi das Cruzes (SP).

Pitaco

No final de semana, deputados e senadores do PL saíram em defesa do presidente da sigla, após o dirigente partidário ser alvo de queixas nas redes sociais pelos elogios aos governos anteriores de Lula e também pela avaliação positiva da indicação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça. Na sexta-feira (12), o chefe do PL disse que o novo ministro é “preparado, homem de bem, homem que sempre teve comportamento firme”.

Perfilado

Os parlamentares divergem sobre as expectativas em torno da condução da política de segurança pública de Lewandowski; são unânimes, porém, em defender Valdemar, que na opinião deles não abandonou o bolsonarismo. “O Valdemar Costa Neto é um dos dirigentes partidários com maior credibilidade e postura partidária que eu conheço. Meu desagravo a ele”, disse o senador Eduardo Gomes (PL-TO), que foi líder do Congresso de Bolsonaro.

Clima

Esta não é a primeira vez que Bolsonaro se incomoda com uma declaração do presidente do partido. No ano passado, o presidente do PL chegou a dizer que via com bons olhos que Marta Suplicy fosse vice do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). O prefeito é pré-candidato à reeleição e deve ter o apoio do PL. “Não é bem que eu defendi que ela fosse vice, o que eu falei foi que ela tem voto na periferia. Daí achei que para o Nunes isso era bom, mas o pessoal não quis”, disse Valdemar ao Painel. Ele declarou também que a fala foi mal-interpretada e que Marta sempre foi de esquerda.

Engolindo sapo

Em outro episódio de discordância, em novembro, Bolsonaro afirmou que o PL tem enfrentado problemas para definir nomes para as eleições de 2024 e que, por vezes, tem que “engolir” o candidato de Valdemar e vice-versa.