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Acertando o passo

Acertando o passo

A bancada federal do Acre, coordenada pelo senador Alan Rick (UB), reuniu-se ontem em Brasília com o Governador Gladson Cameli (PP) para definir metas de trabalho. Na pauta, os projetos estruturantes para o Estado e a destinação de emendas parlamentares.

Detalhamento 

A BR-364, o fim dos lixões no Acre, a carência de voos no Estado, as relações bilaterais e comerciais com o Peru e uma nova parceria para o Programa de Tratamento Fora do Domicílio e a ampliação e melhoria do sinal de internet em todos os municípios, foram alguns dos temas discutidos pelos parlamentares da Bancada Federal com o Govenador.

Ineditismo 

Dos 11 parlamentares federais do Acre, sete são novos em mandatos federais e essa foi a primeira vez que a nova Bancada se reuniu com o Governador. “Findadas as eleições, o nosso interesse é resolver os problemas do Estado e do nosso povo. A presença do Governador contribuí muito para que a gente avance nas soluções da nossa população”, afirmou Alan Rick.

Entrosamento 

Cameli se fez acompanhar de alguns de seus Secretários e disse que quer trabalhar junto com a Bancada, especialmente no que diz respeito ao alinhamento  das demandas e destinações de recursos entre municípios, estado e bancadas estadual e federal. “Os prefeitos vêm aqui, fazem um pedido de recursos, enquanto o Estado já está fazendo um projeto e, às vezes, não há uma comunicação. Queremos ter uma sintonia, otimizar os recursos e alcançar o maior número de famílias”, explicou o Governador.

Prestando contas

Por seu turno, Alan Rick fez um apanhado das ações já realizadas pela Bancada, desde sua escolha para o cargo de Coordenador, no dia 02 de fevereiro. Citou audiência realizada com o Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para tratar sobre a implantação dos aterros sanitários no Acre; o almoço com o Embaixador do Peru, no qual os parlamentares trataram sobre a o subaproveitamento da BR-317 para o comércio entre Brasil e Peru; a retomada de voos entre Cruzeiro do Sul e Pucallpa e uma missão oficial a Lima, para conhecer o projeto do novo Porto de Chancay; e a reunião da semana passada, com o Ministro dos Transportes, Renan Filho, quando foram anunciados R$ 600 milhões para a recuperação e início da reconstrução da BR-364.

Ações futuras 

Alan Rick elencou ainda reuniões já agendadas ou em planejamento. Para o dia 22 deste mês, está marcada reunião, em Brasília, com as companhias aéreas para tratar sobre essa nova redução de voos no Estado. “Também está marcada uma visita, para abril, ao Hospital de São José de Rio Preto, que trata de 61 especialidades médicas e nos permitirá dar atendimento a famílias que precisam de cirurgias de especialidades que não temos no Acre. E vamos marcar audiência com o Ministro das Comunicações, para pedirmos agilidade na implantação das infovias, que irão levar internet de qualidade para os municípios”.

Tecnologia de ponta 

Durante a reunião, também foi apresentada aos parlamentares, ao Governador e sua equipe uma nova tecnologia israelense que ajuda pessoas com deficiência visual a ler. “Isso é inclusão para nossas crianças cegas ou com baixa visão e estou comprometido a destinar recursos para aquisição desses equipamentos para as escolas. A Bancada também recebeu convite do Embaixador de Israel, Daniel Zonschine, para uma visita à embaixada, para conhecer o biodigestor, um equipamento que gera gás e fertilizante a partir de lixo”, informou Alan Rick.

Presença 

Da gestão estadual participaram do encontro os Secretários de Relações Federativas, Ricardo França; de Planejamento, Cel. Ricardo Brandão; de Governo, Alysson Bestene; de Administração, Paulo Roberto; e o chefe da Casa Civil, Jonathan Donadoni. 

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Ação deliberada 

O ex-presidente Jair Bosonaro (PL) agiu diretamente, na sua última semana como presidente da República, para reaver as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que segundo versão apresentada pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Ribeiro, foram enviadas para ele (Bolsonaro) e sua esposa, Michelle, pelo regime da Arábia Saudita. 

Revelação 

A jornalista Bela Megale, de O Globo, teve acesso exclusivo aos bastidores de toda movimentação do ex-presidente e de seu então ajudante de ordens, o coronel Mauro Cid, para liberar as peças de diamantes que foram apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.

Oitivas 

Cid e Bolsonaro devem ser ouvidos no inquérito instaurado pela Polícia Federal para apurar o episódio. Procurado, o advogado do coronel, Rodrigo Roca, disse que não comentaria o caso. O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, disse que o ex-presidente “declarou oficialmente, os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens, não existindo qualquer irregularidade em suas condutas”.

Abrindo o jogo

Em conversas com pessoas próximas, Cid relatou que o próprio Bolsonaro determinou que ele entrasse em contato com o então chefe da Receita Federal, Júlio César Vieira Gomes, para liberar as joias, nos últimos dias do governo.

Confusão de identidade 

A ordem foi dada ao subordinado após o então presidente ter recebido um alerta de que as joias enviadas pelo regime Saudita estavam apreendidas em Guarulhos e que iriam para leilão. Cid telefonou para Júlio Cesar, que o orientou a enviar um documento oficial para reaver as peças e detalhou como o procedimento deveria ser adotado. Na conversa com o assistente, Jair Bolsonaro disse que “não ia deixar nada para Lula”, referindo-se ao presidente que assumiria dali alguns dias.

Público e Privado 

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro relatou a aliados que as peças tinham como destino o acervo privado do ex-presidente. Isso significa que, se a peças de diamantes fossem liberadas pela Receita, Bolsonaro a levaria com a mudança que carregou dos Palácios do Planalto e da Alvorada. 

Apropriação indébita 

Foi esse o destino do segundo pacote com o qual Bolsonaro foi presenteado pelo regime Saudita. A interlocutores, Cid afirmou que o pacote está no “acervo pessoal” de Bolsonaro, que contém cerca de 9 mil itens guardados em um galpão alugado pelo capitão. 

Interpretações 

A avaliação de Cid e do governo Bolsonaro é a de que as joias de R$ 16,5 milhões seriam “itens de natureza personalíssima ou de consumo direto”, os objetos que, segundo o decreto do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2016, não precisam ser incorporados ao patrimônio da União. A avaliação do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, no entanto, é distinta. “Se essas joias fossem para uso pessoal ou personalíssimo, deveria ter sido pago imposto. Isso vale para qualquer mortal brasileiro”, disse o subprocurador ao jornal carioca. 

Uso personalíssimo 

Segundo Cid disse a aliados, a Ajudância de Ordens, área a qual chefiava, era a responsável por receber os presentes destinados ao presidente da República e entregar o material ao gabinete que cuida da documentação histórica que seguia para o acervo de Bolsonaro. Cid destaca que os itens que costumavam ser retirados do acervo e levados para Jair Bolsonaro eram as camisas de futebol que ele ganhava.

Interpretação 

Quando relata o caso a pessoas próximas, o ex-auxiliar de Jair Bolsonaro diz a aliados que “não houve irregularidade em sua atuação” afirma que “ninguém tenta dar golpe fazendo pedidos oficiais e formalizados”.