O ex-prefeito de Rio Branco é ex-candidato do MDB ao cargo nas eleições deste ano, Marcus Alexandre, foi alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (29). A Operação denominada Têmis (divindade grega por meio da qual a justiça é definida) investiga possíveis crimes eleitorais relacionados à campanha de outubro próximo passado, envolvendo Marcus e candidatos a vereador pela sua coligação.
Mandados
A ação, que envolveu 25 policiais, cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a pessoas investigadas. A operação teve origem em um vídeo que sugeria o uso de atendimento médico gratuito como estratégia de compra de votos, associando o serviço ao candidato.
Citações
Após análise do material coletado na primeira etapa da operação, em setembro, foi possível identificar nomes citados, dentre eles o do ex-candidato a prefeito e dois ex-candidatos a vereador (um dos quais acabou eleito).
Desconhecimento
Marcus Alexandre nega envolvimento com a situação apresentada no vídeo e, anteriormente, já havia solicitado à Polícia Federal que apurasse o caso posto que envolve seu nome e o crime eleitoral não contou com sua chancela. As buscas têm como objetivo reunir evidências sobre as suspeitas e identificar outros possíveis envolvidos.
Posicionamento
Contrapondo-se ao nome da operação (Têmis), que remete ao exercício da justiça, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) correu até as redes sociais para anotar solidariedade ao emedebista. “Manifesto aqui minha solidariedade ao Marcos Alexandre. Assistimos aterrorizados a atuação aberta de compradores de votos nas últimas eleições municipais que foram marcadas pelo derrame de dinheiro nunca vista até então”.
Esclarecimentos
E segue: “No entanto, não foi no grupo liderado pelo Marcos Alexandre que isso sabidamente ocorreu. Espero que as investigações apontem os verdadeiros atores desse tão ultrajante cenário”.
Efeito Lula
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira, aponta que o desemprego no país caiu para 6,2% em outubro, a menor taxa da história. A série histórica da pesquisa começou em 2012. Segundo o IBGE, a queda do desemprego é um reflexo do maior número de trabalhadores, que chegou a 103,6 milhões - o maior contingente da série,
Tradução
Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o resultado reflete a expansão da ocupação ao longo do ano. Ela cita que o nível de ocupação atingiu 58,7% no trimestre encerrado em outubro, superando o recorde anterior de 58,5%, registrado em 2013, durante o governo da petista Dilma Roussef . O indicador mede a proporção de pessoas com 14 anos ou mais que estão trabalhando.
Números
Mais de 1,6 milhão de brasileiros ingressaram no mercado de trabalho no trimestre móvel encerrado em outubro, uma alta de 1,5% em relação ao período de maio a julho. Três das dez atividades analisadas pela pesquisa impulsionaram o aumento da ocupação.
Industriários
A indústria absorveu mais 381 mil trabalhadores, um aumento de 2,9% da mão de obra. Já a construção teve alta de 2,4%, incorporando 183 mil trabalhadores. O segmento de outros serviços, por sua vez, cresceu 3,4%, somando 187 mil ocupados. Ao todo, essas atividades foram responsáveis por 751 mil novos postos de trabalho no trimestre.
Massa salarial
O rendimento de todos os trabalhos (já descontado a inflação) ficou em R$ 3.255, sem variação estatisticamente significativa frente ao trimestre passado. No ano, contudo, a alta é 3,9%. Já a massa de rendimento (soma das remunerações de todos os trabalhadores) chegou a R$ 332,6 bilhões. A alta foi de 2,4% no trimestre (mais R$ 7,7 bilhões) e 7,7% (mais R$ 23,6 bilhões) no ano.
Adendo
Cabe registrar que a massa de rendimentos cresceu nas comparações trimestral e anual devido ao aumento do número de pessoas trabalhando e recebendo rendimentos. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações trimestrais. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país.
Formalidade
Já a pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério. Os dados são mensais. Os números mais recentes do Caged foram divulgados nesta semana e mostraram que o Brasil abriu soma 132,7 mil em outubro.
Histrionismo
O detalhamento do pacote fiscal anunciado pelo governo na terça-feira tratando, dentre outras coisas, da mudança no Imposto de Renda, não convenceram o mercado financeiro. O dólar disparou 1,30% e registrou novo recorde de fechamento, cotado a R$ 5,989. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,003, maior valor nominal da história.
Sobe e desce
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, terminou com baixa de 2,40%, aos 124.610,41 pontos. Para muitos analistas, as medidas são tímidas e dão sobrevida ao arcabouço fiscal, mas não resolvem o dilema das contas públicas. A equipe econômica prevê poupar R$ 71 bilhões até o fim do mandato do presidente Lula. Entre 2025 e 2030, o total deve chegar a R$ 327 bilhões.
Controle
As medidas envolvem uma desaceleração gradual do ritmo de crescimento de algumas despesas. Também há uma avaliação de que a pressão política se sobrepôs à equipe econômica, especialmente por causa do anúncio de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Há economistas que consideram negativa a mudança na regra do salário mínimo, por reduzir ganhos reais dos trabalhadores, e há quem celebre a manutenção dos pisos constitucionais de saúde e educação. Não há certeza alguma de que as medidas serão suficientes para tornar o arcabouço fiscal sustentável ao longo do tempo.
Ações complementares
Ao detalhar o pacote, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que pode ser necessário adotar novas medidas para controlar as contas públicas. E afirmou que voltará a Lula, se necessário. “São passos muito importantes que estão sendo dados. E, se precisarem outros, e certamente haverá necessidade, vamos estar aqui para voltar à mesa do presidente com as nossas ideias e tentando sintonizar as nossas ações em torno desse projeto”, afirmou. “O trabalho não se encerra, não acredito em bala de prata”.
Posição
Indiciado pela Polícia Federal com 36 aliados por suspeita de planejar e tentar executar um golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista ao UOL, que está sendo perseguido e não descartou buscar refúgio em uma embaixada caso tenha prisão decretada. Ele negou envolvimento em planos para prender ou assassinar altas autoridades da República, mas admitiu ter discutido sobre artigos constitucionais relacionados às eleições de 2022 com os comandantes das Forças Armadas.
Nitroglicerina
E a expectativa de uma possível delação premiada por um dos indiciados está causando apreensão entre bolsonaristas e militares, conta a jornalista Bela Megale, que mantém coluna no jornal O Globo. Especula-se que o suposto delator seja um general – dos 37 indiciados pela PF, 25 são militares, sendo seis generais. O único acordo de delação feito até o momento foi o do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Mira
Para mudar o foco, líderes do bolsonarismo voltaram suas atenções para o pacote de corte de gastos, enchendo suas redes sociais com críticas. Bolsonaristas já vinham difundindo outros assuntos, como a PEC que proíbe o aborto em todos os casos e foi colocada em votação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na quarta-feira.