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Abrindo o jogo

Abrindo o jogo

O senador Márcio Bittar, em entrevista a um programa radiofônico da Rádio Gazeta 93FM, apresentado pelos jornalistas Thiago Martinello e Brenna Amâncio, declarou que saiu candidato ao governo do Acre para “proteger” a candidatura da mãe de seus filhos, a professora Márcia Bittar (PL), que foi alojada na chapa majoritária do MDB, comandada pela deputada Mara Rocha como candidata ao governo e o pecuarista Fernando Zamora (PRTB), como vice.

Amor infinito

“Eu saí candidato para proteger a candidatura da Márcia, porque senão o União Brasil (partido presidido no Acre por Bittar) estaria trabalhando contra ela. E ela merece, não é nenhum sacrifício, ajudar a estratégia de reeleição do presidente Bolsonaro e ajudar no maior interesse que ele tem no Acre não é nenhum sacrifício, eu faço isso com prazer. Então, se for preciso, eu sou candidato e vou passar a campanha dizendo aquilo que o presidente fez”, disse.

Trajetória 

Essa é a terceira vez que Márcio Bittar concorre ao governo do Acre. A primeira foi em 2006, quando perdeu a eleição para Binho Marques (PT) e, na segunda, perdeu a disputa para o ex-governador Tião Viana (PT). Em 2018, foi eleito senador, à época pelo MDB, com 185.066 mil votos. Desta vez, ao lado de sua candidata a vice, a médica Georgia Micheletti, ele se diz mais maduro e com um plano de governo aperfeiçoado. 

Ampulheta 

Começa hoje, terça-feira (16), o período de propaganda eleitoral. A partir de agora, e até outubro, candidatos estão autorizados a pedir votos, a realizar comícios e a fazer propaganda na internet, por exemplo. Para o primeiro turno, serão 46 dias de campanha – as ações se encerram em 1º de outubro, véspera da votação. O intervalo é o menor desde 1994.

Regras 

Se houver segundo turno, tanto nas esferas estaduais e no cenário nacional, onde está em disputa a presidência da República, a votação será em 30 de outubro. A propaganda eleitoral para essa etapa será permitida entre os dias 3 e 29 de outubro. Neste ano, estão em disputa as cadeiras de presidente e vice-presidente da República, governador e vice, além dos mandatos de senador, deputado federal e deputado estadual ou distrital.

Sanções 

A veiculação da propaganda está sujeita a regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A norma prevê condutas vedadas a candidatos, partidos e eleitores. O não cumprimento pode levar a multas ou até a cassação do mandato de candidatos eleitos. Em 2019 e 2021, TSE ampliou os dispositivos que puniam a veiculação de conteúdos falsos. Em 2018, a norma previa somente que seria “passível de limitação” e punição propaganda eleitoral na internet com fatos “sabidamente inverídicos”.

Pega na mentira 

Visando obstruir as Fake News, agora, as regras incluem a punição de distribuição de conteúdo “gravemente descontextualizado” com o objetivo de beneficiar um candidato, influenciar as eleições, ou ainda atingir a integridade dos processos de votação, apuração e totalização de votos. Os conteúdos que se enquadrarem nesses casos poderão ser retirados, e a Justiça Eleitoral poderá determinar a abertura de apuração de responsabilidade penal, abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação do responsável pelo material.

Ação penal 

A divulgação de conteúdos falsos poderá ainda ser punida com detenção de dois meses a um ano ou pagamento de multa. Além disso, o TSE estabeleceu que poderá ser punida a contratação de terceiros para enviar mensagens ou comentários na internet para ofender a honra ou a imagem de candidato, partido, federação ou coligação. 

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Largada 

Pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira (15), encomendada pela TV Globo, mostra o ex-presidente Lula (PT) com 44% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 32% na eleição para a Presidência da República em 2022.

Segundo pelotão 

Ciro Gomes (PDT) vem em seguida, com 6% das intenções. Simone Tebet (MDB), com 2%, e Vera (PSTU), com 1%, também pontuaram e estão empatadas na margem de erro. Os nomes de Constituinte Eymael (DC), Felipe d’Avila (NOVO), Léo Péricles (UP), Pablo Marçal (PROS), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (UNIÃO) foram citados, mas não atingiram 1% das intenções de voto, cada um.

Ausência

O nome do candidato Roberto Jefferson (PTB) não consta nesta pesquisa. Segundo o Ipec, o motivo é que, quando a pesquisa foi registrada no TSE, ainda não havia informações suficientes sobre a candidatura, que foi oficializada posteriormente.

Dados técnicos 

A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 12 e 14 de agosto em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-03980/2022.

Reviravolta 

A propósito da pesquisa Ipec (ex-Ibope), a análise de jornalistas da política nacional é que se há quatro dias acendeu a luz vermelha no QG da campanha de Lula, quando a Pesquisa Genial-Quaest foi divulgada e mostrou que a vantagem de Lula sobre Bolsonaro caíra à metade em Minas Gerais, o terceiro maior colégio eleitoral do país, desta vez, a luz vermelha acendeu no QG da campanha de Bolsonaro depois da divulgação, ontem à noite, da pesquisa nacional do Ipec, quando o candidato esperava que lhe fosse favorável. 

Leitura 

Significa o quê? Significa que se as eleições tivessem ocorrido nos últimos dias, Lula poderia ter sido eleito no primeiro turno com 52% dos votos válidos. Na pesquisa espontânea, quando os eleitores citam de memória o nome do candidato em quem vão votar, Lula derrota Bolsonaro por 41% a 30%. Ciro Gomes (PDT) fica com 3%.

Segundo embate 

Nas simulações de primeiro e de segundo turno, Bolsonaro sobe de 37,6% para 40,7%, e Lula de 51,7% para 59,3%. Bolsonaro agrega 3,1%; Lula, 7,6%, dois por um. Lula vence Bolsonaro em São Paulo (38% a 28%), em Minas (39% a 26%), no Rio Grande do Sul (40% a 35%) e no Rio (35% a 33%), onde se registra um empate técnico.

Força 

Esses 4 estados listados na nota acima, reúnem 46,26% do eleitorado nacional. Era neles que Bolsonaro ancorava sua esperança de crescimento quando faltam apenas 47 dias para o primeiro turno das eleições. A partir de hoje, todos os candidatos poderão pedir voto e participar de comícios. É o que Bolsonaro disfarça, mas faz desde que se elegeu.

Incorporação 

Em dezembro passado, pesquisa nacional do Ipec deu a Bolsonaro 21% das intenções de voto, e a Sérgio Moro 8%. O que a pesquisa de agora revela é que Bolsonaro ganhou os votos de Moro e atraiu mais 3 pontos que seriam de outros candidatos. É complicada a situação dele, a de Lula é de estabilidade desde então.

Ganhos 

A nova pesquisa do Ipec incorpora parte dos efeitos do Auxílio Brasil, outro trunfo de Bolsonaro. O auxílio começou a ser pago há uma semana, mas dele os beneficiados ouvem falar há meses. A expectativa de receber um auxílio é sempre mais gratificante do que o ato de o receber em confronto com a realidade em mutação.

Data de validade

O auxílio acaba em 31 de dezembro. Lula diz que irá mantê-lo se se eleger. Bolsonaro saiu atrás a repetir a mesma coisa. O ministro Paulo Guedes, da Economia, tem dito que isso dependerá de mais estudos. Lula fez o Bolsa-Família, que pôs os pobres na agenda nacional. Os pobres são uma recente descoberta de Bolsonaro.