A Polícia Civil, por intermédio dos Agentes da Delegacia Especializada no Combate a Corrupção (Deccor) cumpre na manhã desta sexta-feira, 12, mandados de busca e apreensão na Secretaria de Educação do Estado. A ação tem como alvo a compra de cestas básicas que poderão estar superfaturadas. A aquisição foi feita no início da pandemia da Covid-19, em 2020.
Excrescência
O processo se deu de forma tão escandalosa que a época o comércio varejista da capital praticava o preço médio do sacolão, por unidade, contando com os mesmos itens, no valor de R$ 63,00. A secretária, inobstante a quantidade de 34.175 unidades, pagou R$ 94,54.
Rapina
Quer dizer, um superfaturamento de 33,58%, isso se confrontada a volumosa quantidade com o preço unitário do mercado. Detalhe: a compra foi feita com dispensa de licitação. O valor desembolsado pelo estado foi de R$ 3.230,904,50. Com o mesmo valor a SEE poderia ter comprado, ao invés de 34.175 sacolões, 51.284 unidades. O sobre preço soma R$ 1.077.879,50. A diferença é grande!
De mal a pior
O secretário municipal de saúde de Rio Branco, Frank Lima, lançou comunicado no início da noite de ontem, dando conta que a primeira dose da vacina do covid-19 está temporariamente suspensa por falta do imunizante. Aduz que tão logo o Ministério da Saúde encaminhe novas doses de vacinas para a capital a vacinação será retomada.
Mito
Não custa lembrar que pelas leis brasileiras o encaminhamento das negociações para a aquisição dos imunizantes fica ao cargo do governo federal, e este, desde o início da pandemia, na pessoa do atrapalhado ministro da Saúde Eduardo Pazuello, em cega obediência ao presidente Jair Bolsonaro, negligenciou na tarefa de comprar vacinas de laboratórios estrangeiros. Bolsonaro por reiteradas vezes chegou a fazer galhofa com a vacina, dizendo que a mesma era vacina comunista e quem a tomasse iria virar jacaré.
Retribuição
Não fosse a iniciativa do governador paulista João Dória (PSDB), que via Instituto Butantan conseguiu produzir a vacina Coronavac, numa parceria com um laboratório chinês Sinovac, nem esses poucos imunizantes teríamos hoje para oferecer aos acreanos, sopesando que nosso estado foi quem deu a maior votação proporcional à Jair Bolsonoro em 2018 e a população tem como agradecimento tal afronta.
Sofrível
A propósito da vacinação, o vereador Emerson Jarude (MDB) voltou a criticar a condução da campanha de vacinação contra à Covid-19, em Rio Branco. Segundo ele, a campanha de vacinação em Rio Branco tem se mostrado um completo “show de amadorismo”.
Amadorismo
“Não pensaram sequer no horário de almoço dos trabalhadores que estavam lá na vacinação e o pior de tudo que nem deram uma satisfação à população. A prefeitura disse que a campanha seria das 08 às 17h e os idosos tiveram que esperar dentro do carro terminar o horário de almoço porque os vacinadores saíram todos às 12 horas. Isso é uma irresponsabilidade”.
Pede pra sair!
Jarude ainda voltou à carga “Hoje (11) recebemos informações que até às 8h30 não começaram a vacinação na Arena porque não chegou o lote de vacinas lá. Que bagunça e desorganização. Esse secretário precisa pedir ajuda ou pedir ao prefeito para sair, mas o prefeito sequer mostra a sua cara para falar o que vai ser feito ou corrigido. Todo dia a gente tem problema na vacinação em Rio Branco. Parece que estamos lidando com crianças à frente da administração pública”, afirmou.
Reunião
A deputada Vanda Milani, juntamente com o secretário de Estado do Meio Ambiente (SEMA), Israel Milani, e José Francisco Thum, presidente do Idaf (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre), ontem manteve audiência, em Brasília, com a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),Tereza Cristina.
Encaminhamentos
Durante o encontro com a ministra, o secretário Israel Milani apresentou o Plano de Concessão Florestal do Estado do Acre, através do qual serão abertas as concessões florestais de 235 mil/ha nas florestas públicas do Complexo Florestal do Gregório (abrangendo Floresta Estadual do Gregório, Floresta Estadual do Mogno e Floresta Estadual do Liberdade).
Lhaneza
No ato, a ministra Tereza Cristina colocou a pasta que dirige à disposição e agora a instituição federal realizará os contatos com os técnicos para preparar as concessões florestais com o apoio do serviço florestal brasileiro.
Insumos
Ainda durante a reunião, a deputada Vanda Milani fez pedido de apoio à agricultura familiar em favor da chegada de calcário no Acre para ser distribuído aos pequenos agricultores. “Hoje temos mais de 51 mil propriedades abaixo de 4 módulos fiscais de 400/ha e este benefício chegará a estas famílias”, acrescentou a parlamentar.
Retrato do caos
O Palácio do Planalto foi alertado por técnicos do Ministério da Saúde que o Brasil poderá registrar uma média diária de mais de 2 mil mortes em março e até abril, o número poderá chegar a 3 mil óbitos diários. De acordo com reportagem do jornalista Fabio Murakawa, no jornal Valor Econômico de hoje, sexta-feira, 12,, a avaliação de parte da cúpula do governo é que Jair Bolsonaro, que tenta culpar os governadores pela crise sanitária, “perdeu a narrativa” da pandemia e a vacinação – que poderia reverter a situação – avança lentamente no país.
Fantasma
O temor do Planalto foi agravado pelo discurso histórico feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (10). Na ocasião, Lula defendeu a criação de um comitê nacional para enfrentar a pandemia, além de defender a vacinação e responsabilizar o governo Bolsonaro pela omissão frente à crise.
Conjuntura
A volta de Lula ao cenário político, após a anulação das condenações impostas pelo ex-juiz Sergio Moro, associada a inação do governo frente à pandemia, também acendeu a luz de alerta em relação às chances de reeleição do ex-capitão em 2022. Segundo a reportagem, a avaliação do governo é que o Brasil terá “seis semanas turbulentas” devido ao agravamento da pandemia e do colapso simultâneo do sistema de saúde em diversos estados.
Leitura
Apesar da insistência de Bolsonaro em criticar os governadores em função das restrições impostas ao funcionamento de setores da economia e das medidas de distanciamento social, interlocutores do governo observam que a única vantagem política que pode ser capitalizada por Bolsonaro está na vacinação.
Suplício
A situação, porém, é tida como incerta em função da baixa disponibilidade da oferta dos imunizantes em nível mundial e da incapacidade do governo em ampliar a vacinação no Brasil. Até ontem, quinta-feira (11), 9.294.537 pessoas haviam sido vacinadas com a primeira dose contra a Covid-19, o que corresponde a penas 4,39% da população do país. Outros 3.317.344 brasileiros receberam a segunda dose. O número corresponde a 1,57% da população. O Brasil já registra mais de 270 mil mortes em decorrência do coronavírus.