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Servidores terceirizados da Fundhacre denunciam atraso no pagamento do salário e benefícios

Servidores terceirizados da Fundhacre denunciam atraso no pagamento do salário e benefícios

Servidores da Empresa New Times afirmam que estão sem receber há dois meses o salário, e benefícios há quatro meses. Fundhacre diz que passou os valores aos representantes da empresa e não há débito vencido

Os servidores da Empresa New Times, que presta serviços para a Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), denunciam atraso no pagamento do salário, dos benefícios, como auxílio-alimentação e adicional de insalubridade, e até o pagamento da primeira parcela do 13º.

O g1 ouviu três servidores que afirmam que o salário está atrasado há dois meses, o auxílio-alimentação não é pago há quatro meses, também não foi paga a primeira parcela do 13º salário, que deveria ser depositada até dia 30 de novembro, o adicional de insalubridade está atrasada desde junho, vale transporte e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também não estão sendo depositados.

Cerca de 40 servidores, entre maqueiros, atendente de enfermagem, copeiros, serventes gerais e equipes da limpeza. Os denunciantes pediram para não ter os nomes divulgados com medo de represália.

“Não recebemos em outubro, nem em novembro e nem a parcela do 13º. Pessoal está se virando até onde dá. Chegamos no limite, maioria das pessoas paga aluguel. Ontem [segunda-feira,4] um funcionário só foi trabalhar porque estava com medo de perder o trabalho. Ele mora na Sobral, perto do Ceasa, e foi andando porque não tinha mais vale transporte. Eu moro de aluguel e estou há dois meses com o aluguel atrasado”, lamentou um maqueiro que não quis se identificar.

O servidor diz que a empresa não respondeu mais os funcionários. “Ela respondeu uma vez e falou que a Fundhacre não fez o repasse. Porém, somos sabedores que toda empresa terceirizada tem que ter uma caução para caso aconteça uma situação dessa. Mas, disse que não tem de onde extrair para pagar a gentre”, criticou.

A assessoria de comunicação da Fundhacre informou que a empresa recebe o dinheiro para pagar os funcionários todos os meses e nenhuma prestadora de serviço deixou de ser paga. Sobre os benefícios, a fundação destacou que não é ‘de competência da Fundhacre e sim da empresa. A Fundhacre paga o valor integral’.

A reportagem entrou em contato com a empresa e aguarda retorno.

Sem dinheiro para gasolina

Outro servidor que conversou com o g1 contou que já faltou quatro plantões por falta de dinheiro para o combustível da motocicleta. O maqueiro relatou que o dinheiro que tem está usando para comer com a mulher e o filho e avisou à empresa da situação.

“Não estou indo. Comuniquei que não ir porque não tenho condições de ir. Pessoal já falou que no próximo plantão não tem como ir sem dinheiro para ônibus, uber, moto. Não têm como se deslocar até lá. Minha mãe me ajuda, faço alguns ‘bicos’”, confessou.

O funcionário relembrou que as equipes têm contato com vários tipos de enfermidades na unidade de saúde e não ganham adicional de insalubridade. “É um absurdo. Lidamos com pacientes com todos os tipos de doença, levamos eles para os exames. O Ministério do Trabalho foi fazer uma vistoria, não mostraram o laudo pra gente e nada de pagamento de insalubridade”, denunciou.

Ainda segundo outro maqueiro, a falta de resposta de um posicionamento da empresa deixa os servidores mais revoltados. “A gente manda mensagem no grupo da empresa, no privado e ninguém responde absolutamente nada. Chegaram a falar que esperavam o recurso da fundação, buscavam recursos próprios e depois disso não falaram mais. Não recebemos nada”, criticou.