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Servidores da Saúde cobram que governo cumpra acordo feito durante greve em 2021

Entre os acordos firmados estavam realização de concurso até final de 2021, além do pagamento insalubridade de 20% de julho a dezembro do ano passado

Os servidores da Saúde do Acre afirmam que o governo não cumpriu praticamente nenhuma das medidas acordadas em junho do ano passado durante greve no estado.

Após três dias de paralisação, os servidores suspenderam a greve na época, depois que o governo se comprometeu a atender algumas das reivindicações.

Entre as medidas acordadas estavam:

  • Implementação do novo laudo técnico das condições do ambiente de trabalho. (Não cumprido)
  • Publicação de concurso público efetivo até o fim de 2021. (Não cumprido)
  • Encaminhamento para a Aleac no primeiro trimestre de 2022 da revisão inflacionária pelos índices do IPCA, dos períodos de 2020/2021 e 2021/2022. (Não cumprido)
  • Pagamento de insalubridade de 20% de julho a dezembro de 2021 para os servidores que trabalham em ambiente insalubre. (Cumprido, mas não continuou sendo pago em 2022)
  • Abono de falta dos servidores grevistas, entre outras demandas da categoria. (Cumprido)
  • Análise da possibilidade da revisão inflacionária pelos índices do IPCA dos anos de 2019/2020 até 30 de setembro de 2021. (Não cumprido)
  • Definição da etapa alimentação com os valores até 30 de setembro de 2021 e encaminhada para aprovação da Aleac no primeiro trimestre de 2022. (Não cumprido)
  • Mesmo diante dos impedimentos para encaminhamento à Aelac, a conclusão da revisão do PCCR até 30 de setembro de 2021. (Não cumprido)
  • Avaliação do impedimento para a concessão da licença prêmio e 6ª parte aos irregulares se comprometendo a finalizar a reanálise da impossibilidade em 60 dias. (Não cumprido)

“No dia 16 de dezembro, o governo reforçou o compromisso na Aleac e ficou de encaminhar os projetos até dia 15 de fevereiro para a Assembleia, mas não mandou nenhum. O que de fato a gente precisa, o governo ainda não concedeu”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), Adailton Cruz.

O g1 entrou em contato com a porta-voz do governador, Mirla Miranda para saber se há previsão de quando as medidas vão ser cumpridas e o porquê do governo ainda não ter atendido, conforme se comprometeu no ano passado, mas não obteve resposta até última atualização desta reportagem.

Por conta da situação, os médicos se reuniram em assembleia na última sexta-feira (25) e decidiram retomar o movimento de paralisação em todo estado a partir do dia 8 de março.

A categoria também reclama que a prefeitura de Rio Branco não apresentou contraproposta das reivindicações feitas pelos profissionais da rede básica de saúde. Os médicos da atenção básica da capital suspenderam a paralisação em janeiro deste ano, de mais de um mês, devido à terceira onda de Covid-19.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Guilherme Pulici, afirmou que o cumprimento de promessas feitas para a categoria precisa ser valorizado, inclusive pelo trabalho desempenhado durante a pandemia.

“Os médicos e os outros servidores da saúde não estão sendo devidamente valorizados mesmo trabalhando na linha de frente para combater a Covid. Muitos morreram e os gestores estão simplesmente ignorando esse fato, então decidiram pela deflagração de uma paralisação por tempo indeterminado”, disse Pulici.