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Rio Branco 140 anos: capital não tem hino oficial e bandeira faz homenagem ao barão que ajudou a anexar o Acre ao Brasil

Rio Branco 140 anos: capital não tem hino oficial e bandeira faz homenagem ao barão que ajudou a anexar o Acre ao Brasil

Cidade mais antiga e mais populosa do Acre celebra 140 anos nesta quarta-feira (28)

Há 140 anos era fundado o Seringal Volta da Empreza, às margens do Rio Acre, que mais tarde se tornaria a capital do estado, Rio Branco. Com a celebração do aniversário da capital acreana, nesta quarta-feira (28), o g1 conta a história por trás do brasão da bandeira e da ausência de um hino que fale sobre a fundação da cidade mais antiga do Acre.

Rio Branco foi fundada por Neutel Maia em 28 de dezembro de 1882. Na época, o local rapidamente se tornou um porto comercial e trouxe a urbanização para o seringal.

A capital foi palco das maiores disputas da Revolução Acreana em 1902, na luta por tornar o Acre um território independente. Quando o território foi anexado ao Brasil, a cidade mudou de nome para Vila Rio Branco e virou a capital apenas do Departamento do Alto Acre. Ela virou a capital em 1920 quando o estado foi unificado em um único governo territorial.

Na época, a cidade de Sena Madureira era preparada para ser a capital do Acre, contudo, devido ao peso político, da cidade ter se tornado um dos centros da briga entre bolivianos e brasileiros e também por estar localizada em uma área mais central acabou sendo escolhida como capital.

Concentrando o maior número de habitantes do estado, Rio Branco é formada por dois distritos tem uma população de mais de 419 mil moradores, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nesta quarta, as comemorações iniciam às 17h com apresentação dos escoteiros mirins, da fanfarra da Escola Estadual Neutel Maia, assinatura do termo de compromisso para restauração do monumento em honra a Neutel Maia e também a assinatura do decreto que cria o projeto de lei para implantação da comenda Neutel Maia.

Sem hino

A capital acreana, oficialmente, não tem um hino pra chamar de seu. O historiador Marcos Vinícius Neves explica que o hino atribuído à cidade é, na verdade, uma música em comemoração ao centenário da colonização do Acre.

O hino foi composto por Sandoval Teixeira dos Santos com melodia de João César de Morais, que pertencia à Banda da Guarda Territorial. A música foi encomendada em 1982. “Eram ótimos músicos, o que não significa que eram ótimos compositores. Esse hino nunca pegou, nunca caiu no gosto da população, nunca teve repercussão”, conta Neves.

A música, inclusive, é achada na internet como o Hino Oficial da Cidade de Rio Branco. O historiador complementa que, ao longo dos anos, houve a tentativa de fazer ajustes e melhorar a música, contudo, o projeto nunca foi para frente.

“Quase ninguém ouviu. Acho, que deveria ser estabelecido um concurso público para eleger um hino que fosse popular, que tivesse uma melodia bonita porque você ver que, realmente, o hino do centenário não caiu no gosto popular”, frisa.

Brasão

A história do brasão da capital é diferente. A bandeira faz uma homenagem ao Barão de Rio Branco, como era conhecido o ministro das relações exteriores e diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior, responsável pela anexação do Acre ao Brasil por meio do Tratado de Petrópolis.

Marcos Vinícius Neves conta que em 1964 o então prefeito de Rio Branco Aníbal Miranda adotou o brasão de armas do barão na bandeira da cidade.

O brasão tem a imagem de uma coroa, que representa a realeza e nobreza, um globo com uma faixa vermelha, um rio e uma frase abaixo escrita: Ubique Patria Memor. O historiador explica o significado.

“Em latim significa: ‘onde estiver lembrarei da pátria’. O barão passou anos na Alemanha como embaixador, mas não esquecia do Brasil, então, é uma frase muito característica da atividade diplomática do Barão de Rio Branco. Esse brasão de armas do barão de Rio Branco foi adotado oficialmente como o brasão da prefeitura que leva o nome dele, o que faz todo sentido, em 2 de outubro de 1964”, acrescenta.

Para usar o brasão de armas do diplomata na bandeira, o prefeito Aníbal Miranda criou a Lei Municipal de 11 de outubro de 1964, que foi aprovada pela Câmara de Vereadores da época.

Em 1995, o prefeito da época Jorge Viana oficializou o uso do Barão de Armas com uma descrição heráldica na Lei nº 1219 de 29 de dezembro de 1995.

A lei descreve o significado dos símbolos inscritos no brasão:

Coroa - faz referência ao Barão de Rio Branco, que era um nobre

Escudo na cor azul - símbolo de arma passiva, protetora

Globo com uma faixa vermelha - totalidade jurídica de um poder absoluto, designando o território limitado sobre o qual exerce o poder um personagem ilimitado

Rio de prata em curso - fertilidade, da morte e da renovação

Ubique Patria Memor - Em Toda a Parte Recorda-se da Pátria