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Rio Acre sobe três centímetros em 12 horas e continua acima dos 17 metros na capital

Rio Acre sobe três centímetros em 12 horas e continua acima dos 17 metros na capital

Rio Branco já enfrenta segunda maior enchente de sua história desde 1971 e nível acima dos 17 metros permanece após cinco dias. Mais de 4 mil estão desabrigados ou desalojados, segundo a Defesa Civil da capital. Maior medição é de 2015, quando o Rio Acre atingiu 18,40 metros

O nível do Rio Acre alcançou a marca de 17,84 metros na medição das 6h desta terça-feira (5), segundo a Defesa Civil de Rio Branco, aumentando três centímetros em comparação com a última medição feita na segunda-feira (4), às 18h. O nível se manteve às 9h.

Com isso, a capital está a menos de 60 centímetros da maior cota histórica já registrada, que é de 18,40 metros em 2015. Essa já é a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971.

Atualmente, o manancial está a cinco dias acima dos 17 metros. A primeira vez que o Rio Acre alcançou a marca histórica foi em 29 de fevereiro.

O Rio Acre alcançou a maior marca de todos os tempos em 4 de março de 2015. À época, mais de 100 mil pessoas foram atingidas pelo avanço das águas. O governo estadual decretou situação de emergência e estado de calamidade pública, que foram reconhecidos pelo governo federal. O manancial ficou 32 dias acima da cota de alerta, que é de 13,50 metros.

Em 2024, já são 48 bairros e 18 comunidades rurais atingidos pela cheia em Rio Branco, e mais de 4,6 mil pessoas precisaram deixar suas casas segundo a prefeitura da capital, com dados desta terça (5).

Segundo a Energisa, companhia responsável pela distribuição de energia elétrica no Acre, já são mais de sete mil imóveis com fornecimento suspenso.

Somente nos abrigos mantidos pela prefeitura de Rio Branco, no Parque de Exposições e escolas, são cerca de 4,6 mil pessoas desabrigadas, segundo a Defesa Civil Municipal:

  • Parque de Exposições Wildy Viana: 800 famílias, mais de 4 mil pessoas
  • Escolas da capital: 184 famílias em 10 escolas da capital, um total de 600 pessoas

Em todo o estado, pelo menos 27.434 pessoas estão fora de casa, dentre desabrigados e desalojados, segundo a última atualização feita pelo governo do estado nesta terça (5). Além disso, 19 das 22 cidades acreanas estão em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre também sofrem com os efeitos das enchentes e quatro pessoas já morreram em decorrência da cheia.

Nos últimos dias, o rio apresenta tendência de crescimento. Na tarde de domingo (3), o nível do rio alcançou os 17,66 metros às 12h, aumentou 2 centímetros às 15h e marcou 17,68 metros. Na manhã de segunda, às 6h , o rio estava com 17,75 metros e às 18h apresentou 17,81 metros.

Ministros no Acre

Nesta segunda-feira (4), uma comitiva do governo federal chegou ao Acre para dar assistência aos atingidos pela cheia. Vieram, entre outros, o ministro de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Em entrevista coletiva, ele disse que as ajudas humanitárias ao estado devem superar os R$ 30 milhões que foram enviados no ano passado, quando o Rio Acre e igarapés transbordaram na capital.