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Rio Acre avança em Rio Branco e Parque de Exposições também começa a receber famílias

Rio Acre avança em Rio Branco e Parque de Exposições também começa a receber famílias

Nível do Rio Acre chegou a 16,53 na tarde deste domingo (26). Cerca de oito famílias já estão instaladas no Parque de Exposições Wildy Viana, na capital. Há outros 32 abrigos montados em escolas e igrejas

O nível do Rio Acre continua subindo na capital acreana neste domingo (26). A cidade voltou a registrar chuvas fortes e mais bairros são atingidos pelas águas do manancial. Com isso, as primeiras famílias estão sendo levadas para o abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana. Há outros 32 abrigos montados em escolas e igrejas de Rio Branco.

Pelo menos oito famílias estão abrigadas no parque, conforme a Defesa Civil Municipal. Na capital, há 1.726 pessoas em abrigos e a estimativa é de que o número desalojados seja acima de 3 mil pessoas. Segundo o governo do estado, há 32 abrigos em escolas com famílias atingidas pela enchente do Rio Acre e enxurrada dos igarapés. O nível do rio Acre é de 16,53 metros.

Também neste domingo, os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Wolff, chegaram ao Acre para um sobrevoo pelas áreas alagadas.

aguas 002 webÁguas do Rio Acre continuam subindo na capital acreana — Foto: Cassius Afonso/Rede Amazônica Acre

Quatro municípios acreanos decretaram situação de emergência: Rio Branco, Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia. No sábado (25), o governo federal reconheceu a situação de emergência em Rio Branco por causa dos estragos causados pelas chuvas.

O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que as equipes de resgate e assistência ainda não autorizaram o retorno dos moradores desabrigados pela enxurrada dos igarapés para casa.

“As pessoas que estão nos abrigos ainda não estão voltando, que onde temos o controle. Então, aquela pessoa que estava na casa de parentes pode voltar por conta dela, sem problemas, inclusive, me pediram um parecer e podem voltar, mas não estamos fazendo retorno de pessoas”, confirmou.

aguas 003 webEnchente afeta mais de 30 mil pessoas em Rio Branco — Foto: Cassius Afonso/Rede Amazônica Acre

Destruição

O segurança Geraldo Silva dos Santos mora no bairro Baixa da Colina há mais de 40 anos e disse que essa foi a primeira vez que a água chegou no teto da casa dele.

“Teve uma [enchente] parecida, mas não chegou ao teto da casa e essa destruiu tudo. Ainda está destruindo, não estamos tendo o apoio nem da prefeitura e nem do governo. Temos uma assistência de um pessoal da igreja, mas gente da secretaria de apoio da prefeitura. Minha mãe está em outra casa, estamos aqui desde quinta-feira porque se a deixarmos o pouco que sobrou levam tudo”, criticou.

A vendedora Rafaela Oliveira viu os pertences adquiridos ao longo da vida serem destruídos pela água na última sexta-feira (24). A casa onde ela mora com o marido, um filho e a mãe foi invadida pela enxurrada e levar tudo.

“’Perdemos tudo, tudo que está ali fora [que virou entulho e lixo] é nosso. Já passaram algumas pessoas ajudando, estamos limpando, mas está subindo [a água] de novo. Estamos abrigados aqui no bairro mesmo. Vamos lutar para conseguir tudo de novo, seguir em frente”, lamentou.

A aposentada Maria Pereira foi surpreendida com a água entrando no quintal neste domingo (26). Com prevenção, ela já começou a elevar os móveis para evitar que a água. Se a enchente continuar a avançar, a aposentada fala que vai sair de casa.

“Penso em sair, estou há três dias sem luz, estou dormindo aqui, tenho medo de sair e levarem as coisas. Minha filha já foi retirada, moro com meu neto. Amanhã com certeza vou sair porque já ter muita água. Já perdi as contas de quantas alagações enfrentei, mas que a água entrou na casa mesmo foram três”, relembrou.