Capital acreana ocupa a 97ª posição no ranking geral em análise do Instituto Trata Brasil, que abrange situação das 100 cidades mais populosas do país. Desde 2018, quando o estudo começou a abordar esta faixa de municípios, a capital acreana aparece entre as 20 piores. Neste ano, aparece como a 4ª pior
A capital acreana, Rio Branco, perdeu três posições no ranking do saneamento básico, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, e apareceu entre as 20 piores cidades pelo sexto ano seguido. A maior cidade do Acre ocupa a 97ª posição no estudo publicado pelo Instituto Trata Brasil, à frente de Santarém (PA), Macapá (AP) e Porto Velho (RO). No estudo divulgado em 2023, Rio Branco ficou na 94ª posição.
Até 2017, o instituto utilizava o recorte das 10 melhores e 10 piores cidades, e Rio Branco não aparecia nos rankings. Com a adoção da análise de 20 melhores e 20 piores cidades em 2018, a capital acreana surgiu entre os piores índices.
Confira aqui o ranking completo.
Considerando o investimento por habitante, Rio Branco teve o 98º índice entre as 100 maiores cidades, com média de R$ 30,02, muito abaixo do estimado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), que estabelece o valor de R$ 231,09 como o mínimo para garantir a universalização dos serviços de distribuição de água e tratamento de esgoto.
Em maio de 2021, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e o governador Gladson Cameli assinaram, no Palácio Rio Branco, o termo de reversão do Sistema de Saneamento Básico para a prefeitura.
A responsabilidade do saneamento básico e da distribuição de água, constitucionalmente, pertence ao município, mas um acordo feito há anos deixou esse serviço a cargo do Estado, por meio do Departamento de Água e Saneamento do Acre (Depasa).
Com a assinatura do termo de reversão, a responsabilidade voltou a ser da prefeitura. Na época, o prefeito Tião Bocalom disse que a ideia era não deixar faltar o abastecimento para a população mais pobre. A municipalização do serviço foi uma das promessas de campanha de Bocalom.
O estudo ressalta que o Marco Legal do Saneamento estabelece a meta de fornecimento de água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033.
“Desta forma, o Ranking do Saneamento 2024 liga um alerta, seja para as capitais brasileiras, como também para os municípios nas últimas posições, para que possam atuar pela melhoria dos serviços e priorizar o básico”, ressalta.
Acesso a água potável
Rio Branco também ficou em 97º lugar no ranking de porcentagem da população com acesso a água potável. Segundo o estudo, 53,5% dos moradores da capital contam com esse serviço, prestado, agora, pelo Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb).
A capital acreana aparece ainda entre as 10 cidades com maior índice de perdas na distribuição de água, em 91º lugar, com uma taxa de 56,5% de volume perdido na distribuição ao consumidor.
“Das 27 capitais brasileiras, somente nove possuem ao menos 99% de abastecimento total de água. E, embora a média do indicador entre as capitais seja de 95,68%, a situação no país é bastante heterogênea. Há capitais na macrorregião Norte com indicadores próximos ou abaixo de 50%, como Macapá (AP) com 54,38%, Rio Branco (AC) com 53,50%, e Porto Velho (RO), com 41,79%”, destaca o estudo.
Tratamento de esgoto
Outro fator que influiu em mais um resultado ruim da capital acreana no estudo foi a cobertura de coleta de esgoto. Na 93ª posição entre as 100 cidades com maiores populações, Rio Branco teve apenas 20,6% da população contemplada pelo serviço.
O quadro é ainda pior na comparação entre o volume de esgoto tratado sobre a água consumida, requisito no qual Rio Branco teve 0,72%, ficando em penúltimo lugar.
“É importante notar que Belém (PA), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC) trataram menos de 5% do esgoto coletado, e embora Macapá (AP) tenha tratado 22,17%, coletou de somente 8,05% da população”, afirma a publicação.
Falta de água
No dia 12 deste mês, moradores de pelo menos 47 bairros e mais nove trechos da capital acreana estão com a distribuição de água comprometida, segundo o Saerb. De acordo com o órgão, desde o dia 5 o serviço não estava normalizado após a bomba da captação da Estação de Tratamento de Água II (ETA II) virar com a cheia do Rio Acre.
Em nota, o Saerb ainda afirma que com a ajuda de 40 colaboradores, e em parceria com a Emurb, foi realizado o serviço para desvirar a bomba.
Bairros com abastecimento comprometido:
- Abraão Alab
- Adalberto Aragão
- Aeroporto Velho
- Aviário
- Ayrton Sena
- Bahia Nova
- Bahia Velha
- Base
- Bela Vista
- Boa União
- Boa Vista
- Bom Sucesso
- Bosque
- Cadeia Velha
- Castelo Branco
- Centro
- Cohab do Bosque
- Conquista
- Conjunto Procon
- Conjunto Solar
- Conjunto Tangará
- Conjunto Village
- Estação Experimental
- Fundhacre
- Geraldo Fleming
- Habitasa
- Habitat Brasil
- Ivete Vargas
- João Eduardo
- João Eduardo 2
- Loteamento Mariana
- Manoel Julião
- Mascarenhas de Moraes
- Morada do Sol
- Nova Estação
- Novo Horizonte
- Parque das Palmeiras
- Pedro Roseno
- Plácido de Castro
- Primavera
- Residencial Iolanda
- São Sebastião
- Sobral
- Tropical
- Vila Betel
- Vila Ivonete
- Village Tiradentes
Trechos:
- Residencial Rio Branco
- Centro de Reservação do São Francisco
- Regional do São Francisco
- Residencial Araçá
- Parte da rua Antonio da Rocha Viana, até a Afeletro.
- Parte da rua Getúlio Vargas, até o Lourenço Filho.
- Parte do João Eduardo 1
- Residencial Cabreúva
- Residencial Carandá